Volver-se a Deus em oração é impulso natural a todo cristão. “Quem é que, tendo experimentado a perda da paz humana, não sentiu desejos mais acentuados de alegria espiritual?” escreve a Sra. Eddy em Ciência e Saúde. “A aspiração ao bem celestial vem mesmo antes de descobrirmos o que pertence à sabedoria e ao Amor.” Ciência e Saúde, p. 265. Uma súplica dirigida a Deus, que é Amor, se for sincera e vier do fundo do coração, jamais nos pode voltar vazia. Não importa qual seja o caso, ou quão desesperadoras as coisas, nunca estamos fora do alcance de nosso Pai celeste. Deus está próximo de todos nós, em todo lugar, a cada momento.
Ter-se a fé mais simples — pequena “como um grão de mostarda” — no poder de Deus para curar, é suficiente para trazer libertação. O grão de mostarda é minúsculo, mas està, em si mesmo, completo. Embora tenhamos fé pequena, com um esforço honesto e devotado ela se expandirá até compreendermos plenamente a nossa verdadeira natureza como a semelhança perfeita de Deus. “Há um espírito no homem, e o sopro do Todo-poderoso o faz entendido” Jó 32:8., lemos em Jó.
Intuitivamente, aquele que ora está sentindo a necessidade de conhecer mais a respeito de Deus: o que Deus é, onde Deus está, qual é o relacionamento do homem com Deus. A definição de Deus em Ciência e Saúde ajuda a responder tais perguntas. Diz: “Deus. O grande Eu Sou; Aquele que tudo sabe, que tudo vê, que é todoatuante, a tudo ama, e que é eterno; Princípio; Mente; Alma; Espírito; Vida; Verdade; Amor; toda a substância; inteligência.” Ciência e Saúde, p. 587. Todos esses termos, isoladamente ou em conjunto, significam o mesmo que Deus, para o estudante de Ciência Cristã. Este, ao esforçar-se por orar eficazmente, trabalha pelo despertar consciência que mostra o que Deus realmente é, e que revela o homem como Seu reflexo perfeito.
Quando adolescente, numa Escola Dominical da Ciência Cristã, encontrei dificuldades para compreender claramente o que vem a ser oração. Aceitava prontamente tudo aquilo que me era ensinado em aula, porém, passaram-se muitos anos antes que o pleno significado da oração eficaz começasse a despontar em minha consciência. A oração, percebi, não era algo que se tinha de fazer num dado momento, num local determinado, ou, apenas quando alguma necessidade premente indicasse ser sábio orar.
Aos poucos, fui compreendendo que a oração não era uma rotina pré-estabelecida de pedir a Deus proteção, cura ou suprimento em termos da existência mortal, mas era o esforço dedicado, contínuo, de estar cônscio de meu relacionamento com meu Pai-Mãe Deus, como Sua amada idéia espiritual, Sua imagem e semelhança. Com o desejo de orar mais eficazmente, estudei, repetidas vezes, o primeiro capítulo de Ciência e Saúde, intitulado “A Oração”. A frase inicial nesse capítulo declara: “A oração que reforma o pecador e cura o doente é uma fé absoluta em que tudo é possível a Deus — uma compreensão espiritual acerca dEle, um amor abnegado.” Ibid., p. 1. A última parte dessa declaração abriu-me porta. Comecei a perceber que, além de “uma fé absoluta”, eu precisava compreender o que Deus é, vê-Lo como a Mente infinita, o Princípio divino, a única causa e o único criador, e a mim mesmo e a toda a humanidade como Seu perfeito reflexo. Deime conta, também, de precisar aplicar essa revelação que me viera à consciência, em minha vida diária e em meus contatos com os demais; de precisar vivenciar e manifestar as qualidades do “amor abnegado", a fim de obedecer e pôr em prática o significado total do primeiro mandamento.
Descobri que apenas enunciar as palavras certas ou ter alguém a dizê-las por mim, não era o suficiente. O esforço profundo e consagrado, o desejo fervoroso, de ver o homem desde o ponto de vista espiritual, ao invés de vê-lo numa perspectiva mortal e ilusória, era isso o que se fazia necessário. Esforcei-me, então, para viver nesta “compreensão espiritual” e neste “amor abnegado”. Afirmar que isso foi fácil logo de início, ou que está sendo fácil agora, seria uma inverdade. Constato, porém, que persistir em orar sempre traz suas recompensas.
Nos primeiros anos, quando comecei a me envolver no dia-a-dia do mundo dos negócios, essa consciência crescente de meu relacionamento com Deus foi, de fato, “pavês e escudo”. Quando me confrontava com problemas aparentemente insolúveis em relações humanas, emprego e iniciação no mundo dos adultos, percebi que minha compreensão, gradual, do poder onipresente de Deus e de meu relacionamento com Deus como Sua expressão de identidade espiritual individualizada, era a minha oração atendida. Se eu não tivesse obtido a base que me deu a Escola Dominical, aliada a uma fé absoluta no poder de Deus, de guiar e mostrar o caminho, quem sabe qual teria sido o resultado? Justificação própria, planos mortais e vontade humana não têm lugar no reino de Deus. Aprendi, e ainda aprendo, quão preciosas são as palavras de Cristo Jesus: “Não se faça a minha vontade, e, sim, a tua.” Lucas 22:42.
Ao procurar fazer a vontade de Deus e pôr mais do caráter cristão em nossa vida, devemos seguir caminhos já delineados. De acordo com o que afirma Ciência e Saúde: “Há um único caminho que leva ao céu, à harmonia, e Cristo, na Ciência divina, mostra-nos esse caminho. Consiste em não conhecer nenhuma outra realidade — em não ter nenhuma outra consciência de vida — senão o bem, Deus e Seu reflexo, e em elevar-nos acima das supostas dores e prazeres dos sentidos.” Ciência e Saúde, p. 242.
A oração traz cura, e a oração consagrada, na Ciência Cristã, resulta sempre em cura de algum tipo e em algum grau. A cura não precisa ser física ou trazer a solução para algum problema em particular; a cura também se manifesta em nosso desenvolvimento espiritual e em nossa compreensão de Deus. Esse desenvolvimento é um processo de aprendizagem que nos mostra, com maior clareza do que havíamos percebido antes, o que somos em realidade e o que Deus é. Vermos o homem à semelhança de Deus, graças a uma consciência espiritualmente inspirada, expulsa do nosso pensamento a falsa aparência que antes nos parecia tão real. Entendemos mais claramente que tanto nós mesmos como toda a humanidade habitamos no Seu reino, na consciência de estarmos em união com a Verdade.
Não existem fórmulas ou rituais predeterminados para orar, na Ciência Cristã. Fórmulas e esquemas são invenções humanas e são fatais para o êxito na cura. A oração é individual; é “Deus conosco”, com cada um, em cada momento de necessidade individual. Em oração, acolhemo-nos na Mente infinita, o Espírito, desenvolvendo a nossa salvação, encontrando a revelação da Verdade infinita. A verdadeira oração descerra-nos a visão, a fim de que percebamos a verdade sobre Deus e o homem. Ao orar, torna-se-nos evidente que o homem, como idéia de Deus, a Mente infinita, possui tudo o que Deus possui e que isso é sua herança suprema.
Orações longas, complicadas e repetitivas, podem levar a crer que precisamos implorar ao Todo-poderoso por ajuda em momentos de necessidade, ao passo que o fato espiritual é o de que Deus já supriu a todas as nossas necessidades e, realmente. “não está longe de cada um de nós” Atos 17:27.. O único poder das palavras está no significado do que elas transmitem ao pensamento. Ao orar, é bom pensar e empregar somente palavras que realmente compreendemos, evitando expressões pias, porém vazias. Deveríamos esforçar-nos por pensar e orar na mais simples das linguagens. As palavras de Jesus eram sempre diretas, convincentes e eficazes!
Quando percebemos Deus como em realidade Deus é e contemplamos o homem à semelhança de Deus, entendemos que não há tempo, lugar nem circunstância em que a lei de Deus não esteja em ação; só a lei de Deus é lei. Tendo a verdade do ser estabelecida como a nossa própria identidade consciente, como o nosso único eu verdadeiro, oramos com convicção, com expectativa. Oramos com autoridade. Somos curados!
 
    
