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Não nos permitamos ficar com o coração partido

Da edição de janeiro de 1987 dO Arauto da Ciência Cristã


Alguma vez você se sentiu tomado de tamanha tristeza devido a alguma experiência trágica, sua ou de outra pessoa, a ponto de pensar que suas orações não passavam de palavras?

Às vezes a tristeza serve para corrigir o pensamento. Talvez indique um sentimento legítimo de arrependimento por nossos pecados, ou talvez saliente que precisamos crescer espiritualmente, adotar visões mais elevadas acerca da vida e de seu significado. Às vezes a tristeza nos mostra que nos permitimos ficar demasiadamente apegados a outra pessoa. Essas experiências ilustram as palavras da Sra. Eddy em Ciência e Saúde: “A aflição tem sua recompensa. Nunca nos deixa onde nos encontrou.” Ciência e Saúde, p. 66.

No entanto, não devemos prolongar a manifestação de tristeza, nem condescender com ela. A tristeza é basicamente uma imposição. Um dicionário define a palavra imposição como “uma exigência excessiva, injustificada, não autorizada”, e o verbo impor como “infligir por meio de engano ou fraude”. Quando compreendemos que a desarmonia de qualquer tipo (seja a própria experiência ou os efeitos penosos que produziu), não passa de uma tentativa da mente carnal para deter nosso progresso espiritual, encontramos uma maneira eficaz de desafiar essa imposição.

Cristo, a Verdade, vem em nosso socorro por meio da oração. Cristo traz o consolo do terno amor de Deus, e nos dá a força espiritual para seguir adiante, para sentir o amparo oferecido pelos braços do Amor, e para vislumbrar o que é verdadeiro. Essa influência divina mostra que a mente carnal não é uma mente ou inteligência real, embora pareça constituir nosso verdadeiro pensamento. Deus, a Mente divina, é nossa Mente real, e somente os pensamentos que procedem de Deus, pensamentos que nos falam da Vida e do Amor eternos, falam a verdade.

A Ciência Cristã ensina que o homem não é um mortal sujeito a experiências devastadoras de pecado, de doença e de morte. O homem é a expressão viva de Deus, da Vida divina. E a Vida, ou Deus, é totalmente boa, espiritual, harmoniosa e eterna. O homem jamais poderia haver tido uma experiência devastadora, jamais esteve fora do terno cuidado de Deus, e não está, neste mesmo instante, separado de Deus. O verdadeiro ser de cada um de nós e de todos é o do homem espiritual criado por Deus, homem que vive sempre na presença de Deus e não conhece nada que não seja Sua bondade e amor.

Por mais real que pareça a dificuldade, o Cristo pode redimir-nos da crença falsa de que algo horrível aconteceu para o homem criado por Deus. A mente carnal pretenderia dizer-nos que o homem pode, de alguma maneira, ver-se separado de Deus. Essa é uma crença fraudulenta, e Ciência e Saúde salienta por essa crença engana. Escreve a Sra. Eddy: “O homem perfeito — governado por Deus, seu Princípio perfeito — governado por Deus, seu Princípio perfeito — está isento de pecado e é eterno.” Ibid., p. 304.

A compreensão espiritual de que o homem “está isento de pecado e é eterno”, constitui base sólida para toda oração e progresso na Ciência Cristã. Portanto, todo sentimento de desespero é uma tentativa de imposição da mente carnal visando impedir-nos de orar e compreender claramente a segurança do homem e sua unidade com Deus. Por exemplo, um pai ou uma mãe pode sentir-se com o coração partido por causa do comportamento de um filho adulto. Contudo, todas as coisas horríveis que a mente carnal busca insinuar acerca de qualquer um dos filhos de Deus, São mentiras. Pode-se provar que não têm poder, mediante a confiança e o amor que nos advêm da Verdade divina, quando oramos.

Independentemente da aparência da situação humana, esse filho, ou filha, é ainda, na verdade, o homem amado de Deus, a refletir pureza, bondade, alegria. Na qualidade de homem, vive eternamente como expressão da Vida divina. Deus é sempre seu único verdadeiro Pai-Mãe, e a mensagem do Cristo, a Verdade, está sempre presente na consciência desse filho, e por ele pode ser ouvida e obedecida. Por que, então, deveria um pai ou uma mãe permitir que sua própria consciência fosse dominada pela mentira que pretende impedi-lo de reconhecer as verdades espirituais do verdadeiro ser do filho? Quer no momento o pai tenha, quer não, contato significativo com o filho, este tem consciência da compreensão do pai acerca de seu ser real, compreensão cuja base é espiritual, e o amor imutável do pai o ajuda.

O Amor divino jamais exige que fiquemos com o coração partido devido a uma mentira. É importante reconhecer esse fato, para nosso próprio progresso no sentido espiritual. No fundo das pretensas imposições da mente carnal, de tristeza e lamentação pelas ações de outros, encontra-se uma imposição básica, a de impedir-nos de progredir em nossa própria demonstração da realidade espiritual. Se bem possamos ter em mente a verdade sobre a unidade espiritual de outra pessoa com Deus, não podemos aprender pelos outros as lições que eles têm de aprender por si próprios. Deixar-se estar, como que em desamparo, a lamentar a experiência de outra pessoa ou alguma coisa desagradável que nos tenha sucedido, é cair na armadilha que a mente carnal prepara para aqueles que expressam o maior amor.

Em vez de nos determos nisso, podemos rejeitar o episódio todo como quem rejeita uma fraude, uma mentira que não nos enganará. Por ser Deus o Amor, e nosso verdadeiro ser a expressão do Amor, como podemos vivenciar, ou como pode alguém jamais haver vivenciado, algo de que o Amor, o Princípio divino, não sabe, algo que não criou? Ciência e Saúde afirma: “O Princípio divino é a Vida do homem. A felicidade do homem não está, portanto, à mercê do sentido físico.” Ibid. Enfrentemos a imposição de que nossa alegria, ou a eficiência de nosso trabalho espiritual em prol da humanidade, possa ser paralisada. Cada um de nós tem muito o que fazer no sentido de trazer à tona o que aprende acerca da realidade divina: a de que o homem é inteiramente o reflexo espiritual de Deus.

Cristo Jesus jamais se deixou acabrunhar pelas dificuldades que enfrentava, que a família não o compreendia, que os escribas e fariseus de sua época lhe eram hostis. Muito ao contrário, Jesus ressaltou a importância da missão cristã, quando leu em público as Escrituras: “O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar aos pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos.” Lucas 4:18; ver Isaías 61:1.

Também nós precisamos compreender a importância de nosso próprio trabalho de demonstrar a Verdade divina, e não deixar que nada nos detenha. O Cristo nos permite escolher, como Jesus escolheu, dar provas de que a realidade de todas as coisas é harmoniosa, de que o pecado, a doença e a morte jamais integraram a consciência do homem, pois o homem expressa a Mente divina. É maravilhoso e reconfortante saber que, se fôssemos tentados a aceitar a imposição de ficar com o coração partido por causa de alguém ou de alguma coisa, poderíamos instantaneamente rejeitar essa imposição com a compreensão agradecida de que Deus jamais deu causa a tal situação. O Amor divino está sempre a outorgar ao homem somente o perfeito amor e a graça de Deus.

Continuemos a orar, com gratidão cada vez maior a Deus, por Seu eterno desvelo para conosco. Ao recusarmos enfaticamente aceitar a mentira como se fosse realidade, a união do homem com Deus, união que jamais foi seccionada, finalmente será trazida à luz. Enquanto isso, nosso próprio trabalho em prol do bem-estar da humanidade deve continuar, imperturbável.

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