Quando Paulo, na pequena ilha de Malta, não foi afetado pela mordida da cobra venenosa, deu prova de que Deus tem um modo de neutralizar os efeitos de veneno. Atos 28:1-6. A experiência de Paulo pode dar grande ânimo a alguém que parou de usar drogas — drogas cujos elementos químicos são ditos capazes de se acumular no organismo humano e continuar a danificá-lo. O que ocorreu com Paulo assegura a essas pessoas que também elas podem ser curadas. Pode indicar-lhes o caminho para a própria cura. O Deus que protegeu Paulo, continua aqui para ajudar aqueles que com humildade se voltam a Ele e procuram a regeneração espiritual que vem pelo Seu Cristo.
Cristo, a Verdade eterna, revela que o homem é espiritual. No entanto, a maioria das pessoas acredita que o homem é um ser mortal, dotado de um corpo físico e químico. Muitos também acreditam que as drogas são freqüentemente venenosas, acumulam-se no organismo e prejudicam-no — após terem, talvez, proporcionado ao corpo algum prazer temporário. Mas essas crenças dos mortais são desmascaradas, por nulas, no estado do Espírito divino, Deus.
A experiência de Paulo força o pensador honesto a reconsiderar a definição de homem e, até, de toda a realidade. A cura de Paulo, vista à luz da Ciência Cristã, prova que as definições físico-químicas acerca do homem são crenças, e não leis absolutas. Ilustra claramente que os efeitos de venenos vêm da crença largamente aceita de que venenos têm poder, e não de qualquer poder real que as drogas tenham em si mesmas.
Todavia, simplesmente dizer isso não o comprova. Há prova quando compreendemos a lei de Deus — e a ela obedecemos — lei que primeiramente corrige as crenças pecaminosas no poder das drogas e, depois, elimina as seqüelas dessas crenças. A Sra. Eddy escreve: “A lei de Deus está em três palavras, ‘Eu sou Tudo’; e esta lei perfeita está sempre presente para reprovar qualquer pretensão de outra lei.”Não e Sim, p. 30.
Como Deus é bom, Sua totalidade significa que Deus é o bem infinito. A Ciência Cristã ensina que Sua bondade infinita constitui-se em lei de exclusão de todo mal. Deus é terno e perfeito e é toda substância, por isso não existem substâncias danosas ou poderes maléficos em Seu ser. Como Deus está em toda parte, não há nada fora dEle para algo se acumular, nem lugar algum onde algo estranho a Ele possa se dissipar. Nada pode jamais ser-Lhe acrescentado nem tirado. Em realidade, nada existe dessemelhante do bem infinito.
Deus faz o homem à Sua imagem e semelhança. Tudo o que Deus tem, se reflete, completa e ternamente, em Sua idéia mais elevada, o homem. Em nosso ser real, você e eu somos esse homem, agora e para sempre. A Sra. Eddy escreve em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “O homem não é matéria; não é constituído de cérebro, sangue, ossos e de outros elementos materiais.” Afirma, também: “O homem é espiritual e perfeito; e por ser espiritual e perfeito, tem de ser compreendido como tal na Ciência Cristã. O homem é idéia, a imagem, do Amor; não é físico.”Ciência e Saúde, p. 475.
Cristo Jesus compreendeu e ensinou essas verdades — verdades que efetuaram e explicam a cura de Paulo — e talvez foi por isso que Jesus disse: “Estes sinais hão de acompanhar aqueles que crêem: ... pegarão em serpentes; e, se alguma cousa mortífera beberem, não lhes fará mal.” Marcos 16:17, 18. Muita gente, nos dias atuais, pode cobrar ânimo ao verificar que Jesus não especificou se a “cousa mortífera” era tomada voluntária ou involuntariamente. Até mesmo as seqüelas do pecado voluntário podem ser curadas se o pecado for honestamente denunciado, rechaçado e corrigido. Por outro lado, Jesus disse: “aqueles que crêem”, e crer certamente inclui fazer todo o possível para abandonar de vez as drogas, bem como fazer esforços sinceros para desenvolver a própria salvação.
“Crer”, nessa acepção do termo, significa obedecer à lei divina da totalidade de Deus, ao aceitar humildemente que o homem é o filho de Deus, filho que nunca pecou nem se destruiu, mesmo que parcialmente — e, logo, esforçar-se por demonstrar essa verdade. O homem vive para sempre. Deus o preserva. Essa verdade, quando compreendida, cuida de nós, protege-nos e cura-nos. O homem espiritual, nosso ser real, nunca acumulou, ignorante ou conscientemente, males sutis que o condenem ao sofrimento. O homem criado por Deus nunca peca nem sofre.
A maioria de nós concordaria com o argumento de que nem sempre é fácil estar convencido dessas verdades e ter esse calibre de crença cristã. Todos os dias, por meio dos sentidos materiais, deparamo-nos com acontecimentos que contradizem essas verdades, coisas que, sem dúvida, parecem muito reais.
Deus, porém, concede-nos a todos o sentido espiritual, e por este podemo-nos tornar conscientes da realidade espiritual. Assim como podemos ter certeza de que há na música algo mais do que aquilo que os ouvidos captam, assim também podemos ter a alegre certeza de que há mais no homem do que os olhos vêem. A Sra. Eddy escreve: “As verdades da Ciência divina devem ser admitidas — muito embora a prova relativa a essas verdades não seja sustentada pelo mal, pela matéria ou pelo sentido material — porque a prova de que Deus e o homem coexistem é plenamente sustentada pelo sentido espiritual. O homem é, e sempre foi, o reflexo de Deus.”Ciência e Saúde, p. 471. O homem a quem Deus criou nunca tomou droga alguma.
Seja qual for o grau de nocividade ao organismo humano atribuído às drogas, nos dias de hoje, toda motivação para tomá-las é nociva à consciência humana. As drogas nos afastam, de várias maneiras, daquela suave percepção, proporcionada pelo sentido espiritual, de que o homem é o filho de Deus. Ao mesmo tempo, empurram-nos a aceitar as crenças comuns, embora falsas, de que o homem é um objeto químico.
O amor de Deus compele-nos ternamente a dominar o pecado. E, mesmo que nem sempre o entendamos logo, percebemos naturalmente que essas crenças em um poder oposto a Deus são algo errado, e anelamos ficar livres delas. De certa forma, aceitar as crenças mortais é como argumentar com Deus e rebelar-se contra a terna lei de Sua totalidade. Esse não é o caminho da paz.
O caminho da paz é obedecer à lei divina de que Deus é Tudo. Aqueles que pararam de usar drogas, pararam por bons motivos. E, não estariam muitos desses motivos relacionados com aqueles anelos espirituais íntimos a que nos referimos antes? No íntimo as pessoas sabem, embora não o consigam explicar, que é certo abandonar as drogas. É uma maneira de obedecer a Deus ao invés de expressar rebelião e desejos egoístas. Despertar, ainda que um pouco, das crenças mortais, traz maravilhosa alegria e esperança ao espírito humano, e proporciona paz real à alma humana.
Quando a pessoa se afasta das drogas porque está atendendo ao chamado interior de Deus, pode-se compará-la ao artista que usa seu talento oculto. Está usando o sentido espiritual que sempre foi seu. Ganha a prova de que pode ouvir a voz de Deus. Então está pronta para ir um passo além. Está pronta para confiar em que Deus a cure dos supostos efeitos remanescentes e danosos das drogas. Isso é verdadeiro, quer tenha usado a droga por muito, quer por pouco, tempo.
Se Deus é todo-poder, que poder sobrou às drogas materiais? Na medida em que compreendemos a lei de Deus de que Ele é todo-poder, e obedecemos a essa lei, cessamos de ser manipulados pela crença popular e somos, ao invés, guiados pela sabedoria oriunda da Mente divina.
Um sábio ditado diz: “Um com Deus é maioria.” Em maior profundeza, esse sábio ditado poderia dizer: Quando alguém compreende que está em união com o bem infinito, esse alguém está com a maioria que não tem minoria. Para a Mente, tudo é Mente e sua expressão, sua idéia.
Essas verdades animam, e deveriam animar. Há nelas poder. Elas curam. Não é impossível curar-se alguém dos efeitos das drogas. E a cura pode acontecer porque está de acordo com a lei suprema de Deus. O que é impossível, é que exista outra lei, a impedir o amor de Deus, sanador, de agir e redimir-nos, transformando-nos pela Sua lei.
