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Em meio ao materialismo desenfreado, que significam ideais espirituais?

Da edição de dezembro de 1990 dO Arauto da Ciência Cristã


Os ideais espirituais podem ser poderosos e abrangentes. E, por serem ideais, podem ser totalmente intransigentes e coerentes. Ao aplicar ideais espirituais às situações que o mundo apresenta no trabalho, no casamento, em nossas responsabilidades como cidadãos e vizinhos — depressa aprendemos que nosso idealismo tem de vir acompanhado de prudência. Essa prudência às vezes surge aos poucos. Significa, no entanto, que precisamos aprender a maneira de incorporar os ideais espirituais à nossa vida, sem perder de vista as condições humanas, que com freqüência estão longe de ser ideais.

As pessoas podem chegar a extremos para fugir àquilo que lhes parece errado ou injusto. Até mesmo o terrorista acredita que pela violência promoverá seu idealismo. É claro, geralmente a maior parte das pessoas não pensa nem de leve em atos tão extremos. Para a maioria das pessoas, porém, é da mais alta importância a questão de saber como manter-se fiel a ideais espirituais, radicais. Nenhum de nós estará disposto a fazer concessões, se achamos que essas concessões vão prejudicar-nos ou afastar-nos mais ainda de nossos ideais.

Não é preciso ter muito pendor espiritual para compreender que são a esperança, a fé e o amor que impulsionam nossa vida. Trabalhamos, divertimo-nos, estamos juntos em toda espécie de atividades por causa dessas aspirações materialmente intangíveis. Tudo aquilo que cremos ser oposto a essas qualidades pode abater-nos, como se, por exemplo, estivéssemos privados de nutrição adequada.

Podemos até perder, ou pensar que perdemos, a vontade de trabalhar, ou até mesmo de viver, se nos virmos privados dessas coisas que nos enriquecem a alma e o coração. Talvez isso explique, em parte, por que a heroína, o crack ou a cocaína atraem tanta gente. Talvez isso explique por que a aquisição de bens materiais parece, às vezes, tão importante.

No seio de sociedades que lutam contra a escalada do materialismo, as pessoas, por demais conscientes de seus ideais espirituais, talvez fiquem tentadas a se desesperar. Até mesmo Cristo Jesus teve de enfrentar esse estado de pensamento em seus próprios discípulos. Tanto o evangelho de Mateus como o de Marcos registram o conselho dado pelo Mestre a seus discípulos.

A essência da mensagem de Jesus foi de que os discípulos não se deixassem enganar. O desespero, com efeito, os levaria à conclusão errada, se perdessem de vista a grande realidade do poder de Cristo, a Verdade, por causa dos desafios e fracassos humanos do momento.

A batalha da vida humana é imensa. A identificação com a matéria e a mortalidade permeia tudo: somos educados para nos vermos como finitos, físicos, destrutíveis. Nosso maior inimigo, porém, talvez seja a tendência de não enfrentar essa grande questão do que constitui a vida. Se levantarmos essa questão e o fizermos com persistência, começaremos a ver que a vida tem de transcender a matéria, porque a vida material é instável e fatalmente limitada.

A fé, a esperança, o amor — são espirituais. Não podem estar contidos em células ou carne. Foram redescobertos em escuras celas de prisões, em meio à terrível pobreza, durante enfermidades desesperadoras. É isso o que o profundo idealismo espiritual pode fazer, é isso que dá à luz um cristianismo espiritual acoplado à cura física e à reforma moral.

O poder dos ideais do cristianismo científico é despertar-nos para algo que já somos: bondosos, espirituais, capazes de conhecer a Deus e a nós mesmos como de fato somos: Sua semelhança. É isso o que a Ciência Cristã faz pelas pessoas. Levanta o peso do materialismo e revela que cada um de nós possui inteligência, capacidade e identidade espirituais inatas. Essa identidade, criada inteiramente por Deus, que é Vida e Amor divino, não inclui trevas ou mal inevitáveis.

Houve uma ocasião em que um amigo atravessou um período particularmente tenebroso. A esperança desfizera-se, parecia-lhe impossível antever mais do que um ou dois dias, se tanto. Sono reparador era uma lembrança longínqua. Apenas conservava uma idéia, um ideal espiritual, que parecia bem modesto. Era o pensamento de que precisava confiar em Deus o suficiente, precisava afirmar incessantemente a própria natureza espiritual do homem como Seu filho, para conseguir repousar e aquietar os pensamentos humanos de preocupação. Ele se perguntava se adiantaria alguma coisa fazer só isso. Mas ele o fez porque era essa a idéia que lhe surgia, quando orava.

Não foi fácil, foi preciso esforçar-se durante várias noites, antes de começar a alcançar espiritualmente um vislumbre do homem real, criado por Deus como Sua expressão. Contudo, ao olhar para trás, percebe agora que essa luta foi o ponto decisivo numa série de desafios que enfrentou nessa época.

"Em todos os tempos e em todas as circunstâncias," aconselha Ciência e Saúde, escrito pela Sra. Eddy, "vence tu o mal pelo bem. Conhece-te a ti mesmo, e Deus te dará a sabedoria e a ocasião para conseguires a vitória sobre o mal."

O conhecimento de si próprio está de acordo com o mais elevado idealismo, através do qual chegamos a conhecer o homem como a criação de Deus. Conhecermo-nos a nós mesmos como sendo de Deus, não como seres humanos separados, isolados, possivelmente alienados, significa estabelecer um elo de união entre nós e aquilo que dá permanência e durabilidade a todas as coisas.

O autoconhecimento espiritual também não nos separa dos outros. Começa a abrir-nos o pensamento às qualidades espirituais naturais que constituem a identidade verdadeira de cada um. Perceber tal espiritualidade e identidade uns nos outros, é descobrir o poder real do Amor divino para elevar a humanidade. Deus manifesta-Se em nós por intermédio do Cristo, que nunca está ausente da consciência humana.

Assim que entendermos isso, não importa quão negras pareçam nossas perspectivas, compreenderemos que não temos de perder a esperança e que a espiritualidade inata do homem despontará, por fim, nesta nossa era e nas condições humanas que nos cercam.

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