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Por que a espiritualidade nos protege

Da edição de maio de 1991 dO Arauto da Ciência Cristã


Com Que Freqüência ouvimos falar de acidentes, crimes e outros fatos inquietantes! Talvez você diga: "demasiadas vezes!" É provável que você concorde que, às vezes, os meios de comunicação se entregam de tal forma ao sensacionalismo, que nem sempre temos as informações completas sobre a situação.

Eis um exemplo bem simples de que é mais comum ouvirmos notícias sobre o que não é o normal, isto é, sobre o anormal. Muitos de nós utilizamos o carro todos os dias para ir ao trabalho ou para fazer longas viagens. Pelo caminho cruzamos com centenas de carros que seguem rumos diferentes. A impressão predominante é a de cooperação harmoniosa e da disposição de todos em usar as estradas. As colisões que ocorrem são uma mínima porção, se comparadas às que não ocorrem. Não obstante, os acidentes se transformam em notícia, apesar de o número de não-colisões ser incomparavelmente maior. Se levarmos em conta somente os noticiários, talvez cheguemos à conclusão de que as coisas não vão muito bem.

Se encararmos os fatos sob o ângulo oposto, aquele que considera os carros que não provocam acidentes, obteremos uma perspectiva bem diversa. Aliás, a cooperação que se verifica nas estradas parece um verdadeiro milagre, em vista dos desejos, planos e objetivos de cada motorista.

Talvez concordemos que, subjacente à natureza de todas as coisas, há algo maravilhosamente harmonioso a expressar-se. Com essa evidência incontestável no lado da harmonia, será que podemos deixar de perceber que a harmonia é natural, ou seja, "real", em comparação aos acidentes e outras interrupções anormais, que deveriam então ser classificados como irreais?

Isso não significa ignorar ou deixar de dar atenção ao assim chamado mal que se expressa em desastres, acidentes ou qualquer tipo de conflito. Pelo contrário, o primeiro passo lógico é encarar o problema bem de frente e encontrar uma maneira de solucioná-lo. Entretanto, como pensadores espirituais, não nos contentamos apenas com esforços materiais. Podemos, de preferência, esforçar-nos por encontrar uma solução espiritual. Nesse rumo, qual seria o primeiro passo a dar?

A Bíblia, como um guia para as pessoas cujo pensamento está voltado para as coisas espirituais, mostra que todo problema humano tem uma solução espiritual. Indica, também, que existe uma compilação de leis que só podem ser atribuídas a um Legislador absoluto, Deus, o governante supremo, o Pai de toda a criação espiritual, inclusive o homem.

Há mais de cem anos, a Fundadora da Ciência Cristã, Mary Baker Eddy, fez uma descoberta profunda sobre a Bíblia, a qual resumiu nas seguintes palavras de Ciência e Saúde: "O fato central que a Bíblia apresenta é a superioridade do poder espiritual sobre o poder físico."

Do Antigo ao Novo Testamento, isto é, do Gênesis ao Apocalipse, encontramos um constante desdobramento de fatos espirituais no pensamento de indivíduos e de povos inteiros. Esses fatos trouxeram proteção contra o perigo e, até mesmo, contra a morte. Tal revelação, ou compreensão da natureza de Deus e da Sua criação, trouxe cura e regeneração áqueles que estavam dispostos a pensar e agir de acordo com ela. Esse poder libertador é o Cristo. Culmina com os episódios retratados nos Evangelhos, na carreira e nos ensinamentos do Mestre galileu, Cristo Jesus, os quais transformaram o mundo. Seu princípio fundamental, "Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará", ressoou no decorrer das eras, continua até os dias de hoje e irá além. Certamente podemos reivindicar para nós essa mesma proteção e poder libertador que tantas vezes e tão maravilhosamente se manifestou em épocas bíblicas. Podemos obter a prova de outra promessa das Escrituras: "Nenhum mal te sucederá, praga nenhuma chegará à tua tenda" (Salmos). Começamos a vivenciar tais verdades ao seguir o exemplo e os ensinamentos de Cristo Jesus.

Jesus também denominou nosso Deus e Pai ao Espírito. Esse Espírito é uma presença eterna, o criador e preservador do homem; esse homem Deus fez à Sua própria semelhança. Raciocinando a partir de uma base espiritual, portanto, aprendemos que realmente somos os filhos amados de Deus, totalmente espirituais, perfeitos e imortais.

Forçosamente o próximo passo é viver e agir de acordo com esse fato espiritual, o que significa empenhar-nos por expressar qualidades espirituais tais como pureza, humildade, alegria, paciência, inteligência e amor. Precisamos compreender que tanto nós como nosso próximo somos capazes, exatamente agora, de expressar essas qualidades. Não há filhos de Deus em teoria! Assim sendo, podemos aceitar a espiritualidade de todos os descendentes de Deus. Isso, porém, não quer dizer que nós, ou outros, tenhamos demonstrado totalmente nossa perfeição. A consciência humana talvez resista a essas elevadas exigências, por isso o crescimento espiritual é necessário até que a mente humana ceda por fim à atração irresistível do Cristo, o espírito da Verdade ou a verdadeira idéia de Vida e Amor.

A Descobridora da Ciência Cristã, a Sra. Eddy, escreve em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, o livro-texto da religião que ela fundou: "O Cristo apresenta o homem indestrutível, a quem o Espírito cria, constitui e governa. O Cristo revela aquela fusão com Deus, seu Princípio divino, que dá ao homem domínio sobre toda a terra."

Deus, o Espírito, como único soberano, exige obediência e consagração absolutas. Nessa obediência e consagração ao ideal espiritual, encontramos cura, libertação e redenção.

Esse é o consolo prometido pelo Consolador enviado por Deus, "o Espírito da verdade" de que Jesus falou. Que significado tem agora esse Consolador no dia-a-dia de uma pessoa? Talvez o caso relatado a seguir sirva para ilustrar.

Após a Segunda Guerra Mundial, numa cidade européia onde um novo contingente das forças de ocupação acabara de chegar, as mulheres não ousavam andar sozinhas nas ruas após o anoitecer. Ocorriam muitos incidentes e casos de violência, anunciados com sensacionalismo por rádios e jornais, o que espalhava medo e desalento entre a população.

Numa quarta-feira à noite, uma jovem, que conhecera a Ciência Cristã havia pouco tempo, viu-se na rua, junto com os outros passageiros do ônibus em que viajavam. Estavam ali porque o ônibus quebrara. Teve então de decidir se esperaria pelo outro ônibus que viesse apanhá-los, que com certeza demoraria, ou se seguiria a pé por um atalho, chegando a seu destino em aproximadamente quinze minutos. Esse atalho, todavia, estava localizado não muito longe da área em que ficava o acampamento militar onde, de acordo com os noticiários, teriam ocorrido recentes atos de violência. A jovem acabara de assistir a uma reunião de testemunhos em uma Igreja de Cristo, Cientista. A leitura selecionada da Bíblia e de Ciência e Saúde, assim como os testemunhos, colocaram-na num estado espiritual elevado. Ela sentiu-se a tal ponto comovida e apoiada espiritualmente pelas idéias que ouvira, que deu pouca consideração à possibilidade de perigo, apesar de essa idéia ter passado rapidamente pelo seu pensamento. Sem hesitar, deu início à sua caminhada.

Já estava escuro no momento em que passava pela rua deserta. De repente, avistou, a certa distância, um soldado das forças de ocupação, que vinha direto para ela. Ele passou por ela sem dizer nada, voltou-se e novamente alcançou-a, seguiu adiante dando passos largos e rápidos e escondeu-se atrás de uma árvore.

Qual seria sua intenção?

Em fração de segundos, como se um filme estivesse vieramlhe ao pensamento manchetes sobre estupros e outros atos de violência ocorridos recentemente. Tomado pelo medo, ela parou. Que deveria fazer? Voltar ao ponto do ônibus? Ainda havia pessoas lá, que ela mal conseguia ver, na escuridão. Deveria pedir socorro? Lá com os passageiros, esperando junto ao poste de luz, parecia seguro. Então, como um relâmpago, estas palavras da Bíblia vieram-lhe ao pensamento: "Adão, onde estás?" seguidas da paráfrase do livro-texto da Ciência Cristã: "Consciência, onde estás?"

Se eu correr agora, disse a si mesma, estou admitindo que o mal é real. Uma vez admitido, como posso provar a irrealidade do mal, isto é, sua falta de poder?

Nesse momento, animou-se pelo desejo de atestar a onipotência e a onipresença de Deus. Imediatamente Seus anjos, pensamentos espirituais, vieram em seu auxílio e ela compreendeu que há um só Deus, uma Mente única. "Estou sozinha com Deus e o homem, Sua idéia perfeita, que conhece e expressa somente o bem", pensou ela. Fortalecida por essa inspiração espiritual, continuou seu caminho e passou pela árvore. Ainda estava combatendo o medo de ser atacada, mas, ao mesmo tempo, sentiu a proteção do poder de Deus.

Ao passar ela pela árvore, o soldado saiu do esconderijo e a pegou pelo braço. Por um instante teve um ataque de pânico e ficou tentada a gritar: "Vá embora e deixe-me em paz!" Mas sua intuição espiritual disse-lhe para manter a calma e não ter medo. Ao obedecer a essa intuição espiritual, todo o medo a deixou. Com firmeza removeu a mão que o homem pusera em seu braço e sentiu que algo também o deixara, algo como tensão e, talvez, até suas más intenções.

Aí ele perguntou se poderia acompanhá-la. Novamente seu primeiro impulso foi recusar e dizer-lhe que a deixasse em paz, mas a mensagem celestial persistia: "Seja amável. Ele é seu irmão. Deixe-o ir com você!" A jovem respondeu: "podemos ser amigos e caminhar juntos." Para sua própria surpresa, ela começou uma conversa normal, fazendo perguntas e dando respostas. E assim os dois andaram à beira do rio, na mais absoluta escuridão. Não havia casas nem pessoas por perto. Tão logo chegou onde queria, despediu-se do soldado e cada um seguiu seu rumo.

Nos anos que se seguiram, ela continuou a ter provas do poder curativo e protetor de Deus. Décadas mais tarde, continuava a sentir que essa fora a experiência espiritual mais profunda de sua vida, pois enfrentara diretamente a aparência do mal. Depois disso, todo e qualquer forma do assim chamado mal que se apresentasse não era capaz de amedrontá-la tanto. O elemento medo, nas suas múltiplas manifestações, fora enormemente reduzido. A confiabilidade absoluta da idéia espiritual, Deus, a Vida, tornara-se-lhe muito mais clara.

A consciência humana que se deixa apoiar pela verdade espiritual certamente conhece a "fé viva" e a compreensão espiritual que juntas asseguram a inviolabilidade dessa consciência. Quando Deus, o bem, se torna uma realidade absoluta para nós, qualquer coisa que O contradigo passa a ser irrealidade. A lógica divina não permite nenhuma outra conclusão.

Recorrendo às leis espirituais de Deus, temos a oportunidade e a capacidade de vencer o falso testemunho do mal com as realidades da Ciência divina. O propósito de nossa vida é cumprir essa meta. Significa, também, desenvolver nossa salvação trazendo cura e redenção do pecado, da doença e, finalmente, até da morte. Dessa forma estamos demonstrando a autoridade divina que dá ao homem domínio sobre toda a terra.

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