Esse É Um tópico de intermináveis dicussões, tanto em programas de rádio como de televisão. Convidados e apresentadores tentam chegar a alguma conclusão sobre como fazer para que os relacionamentos sejam duráveis, como manter a estabilidade e continuidade necessárias.
A maioria das amizades têm altos e baixos. Às vezes surgem diferenças que parecem ser irreconciliáveis. Talvez pareça mais fácil desistir. Em nosso coração, porém, desejamos a cura.
A Sra. Eddy comenta em seu livro Retrospecção e Introspecção: "Não se conhecem maiores milagres no mundo, do que a perfeição e uma amizade ininterrupta." É possível que muitos concordem. Vínculos com amigos, com a família e membros da igreja, relacionamentos que se mantêm felizes e se sustentam durante um longo período ou até mesmo a vida inteira, são coisas que valorizamos mais do que a posse de qualquer objeto. Amizades sólidas como essas não ocorrem "por acaso", apesar de parecerem milagrosas. Elas são o resultado de trabalho árduo, de sacrifício e, freqüentemente, de muita oração. Quando grandes desentendimentos e os atritos impiedosos do mundo deterioram uma amizade, o que pode fazer com que as pessoas continuem trabalhando juntas? Somente um amor maior que um amor pessoal. Precisamos de um vislumbre do amor de Deus.
O amor humano, por melhor que seja, não é perfeito, mas o amor de Deus é perfeito e nunca decepciona ninguém. O amor infinito de Deus pode restaurar relacionamentos humanos e corrigir o que tenha dado errado, desde que as pessoas tenham o desejo de se dedicar ao crescimento espiritual. Quando lutamos com o medo e a frustração, as emoções humanas tornam-se mesméricas.
É preciso determinação espiritual para volver-nos a Deus e deixar que somente o Amor divino nos influencie. É preciso estarmos de tal forma quietos, que sintamos a presença do Amor divino e ouçamos o que Ele está nos dizendo. Aí começamos a compreender a autenticidade do amor divino e a verdade a respeito da relação de Deus conosco, como genuínas expressões de Sua natureza amorosa. A força e a paz de Deus cingem-nos e atingem a amizade que queremos curar por meio da oração.
Cristo Jesus expressou — através de cada palavra e ação — o Amor divino que não conhece erros, fraquezas nem separações. Jesus sabia que era o filho amado de Deus e que sua relação com Ele jamais poderia ser interrompida. A totalidade do amor de Deus e a perfeita relação espiritual entre Deus e o homem inspiraram a missão de cura de Jesus.
Entretanto, houve pessoas que não se sentiram à vontade com Jesus e não quiseram se unir a ele ou a seus seguidores. Alguns ficaram confusos com seus ensinamentos ou atemorizados com as exigências que o Cristianismo poderia fazer-lhes. Alguns poucos fizeram de tudo para resistir ao que acertadamente julgavam ser uma ameaça para os estilos de vida materialistas e egocêntricos. Contudo, não importa o quão ofendido ou caluniado tenha sido, Jesus nunca deixou de amar e de dar testemunho da espiritualidade inerente ao homem. Não houve nenhum antagonismo pessoal de sua parte. Sabia que a identidade verdadeira do homem é a expressão de Deus — a semelhança espiritual do Amor divino, inseparável do Amor. Isso capacitou-o para curar a doença e o pecado e vencer a morte na cruz.
A cura e a salvação cristãs são realmente uma questão de reconciliação com Deus, uma questão de colocar nossos pensamentos e ações em relação correta com a Verdade e o Amor divinos. Isso exige de nossa parte a disposição de ceder. Não importa o quanto racionalizemos, não podemos conciliar o farisaísmo, a raiva ou o egoísmo com a imagem e semelhança de Deus. Estamos, porventura, tentando conciliarnos com o erro humano, com a falibilidade ou com a obstinação (nossa ou de outrem)? Se decidimos seguir o Cristo, a conciliação que nos propomos alcançar exige que abandonemos o cepticismo. Todas as nossas suposições equivocadas (por mais confirmadas que pareçam ser pela evidência de culpa e de fracasso) terão de ser afinal abandonadas em troca da verdade espiritual sobre a natureza genuína do homem como reflexo do Amor.
"Nem mesmo o Cristo pode reconciliar a Verdade com o erro, pois a Verdade e o erro são irreconciliáveis", salienta a Sra. Eddy em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras. Logo após, continua sua explicação sobre a base do poder redentor do Cristianismo: "Jesus ajudou a reconciliar o homem com Deus, dando ao homem um conceito mais verdadeiro do Amor, o Princípio divino dos ensinamentos de Jesus, e esse conceito mais verdadeiro do Amor redime o homem da lei da matéria, do pecado e da morte, pela lei do Espírito — a lei do Amor divino."
O "conceito mais verdadeiro do Amor" que Jesus nos deu revela o Cristo, a idéia espiritual de filiação. O Cristo é a Verdade que salva e redime, que nos mostra que somos um com Deus e torna perfeitamente natural para nós, mesmo diante de uma situação complicada e opressiva, recebermos, de repente, a inspiração do Amor divino, que nos permite encontrar uma solução mais de acordo com o caráter cristão, e agir dessa forma.
Quando nossa relação com Deus está firmemente implantada em nossa consciência, nossas amizades são aperfeiçoadas e fortalecidas. Nunca deveríamos negligenciar nossa relação com Deus, mas sim cultivá-la e honrá-la acima de tudo. Nossa compreensão desse relacionamento espiritual básico influencia todos os demais.
Manter no pensamento a identidade verdadeira e impecável do homem é a maneira mais pura e mais poderosa de amar a nós mesmos e ao próximo. Isso é amar como Jesus amou, amar com o amor de Deus. Essa maneira de amar consegue silenciar o medo e, assim, podemos provar que o mal não tem poder real sobre ninguém. Não há poder que possa, de fato, deslocar a imagem e semelhança espiritual de Deus, visto que cada um de nós, como filhos amados dEle, tem um lugar assegurado na Sua família de filhos e filhas.
O Amor divino atua como lei universal, governando tudo. Nunca fica cansado, nem tem ponto de ruptura. O Amor divino é a eterna fonte de todo amor e é por isso que o verdadeiro amor nunca pode ser interrompido ou terminar. Ninguém pode estar separado ou excluído dele. Esse conceito mais verdadeiro do Amor, quando compreendido, nos une, reconcilia e cura.
