Provavelmente Cada Um de nós já enfrentou a insistência dos colegas — aquela vigorosa influência que eles exercem sobre aquilo que pensamos e fazemos. Só o sentir essa pressão, às vezes, já é inquietante. Mas as pessoas que conscientemente resistem, talvez venham a sofrer perseguição por parte desses companheiros, crueldades que lhes são infligidas por não fazerem o que seus amigos fazem.
Por exemplo, as pessoas que decidiram não beber, fumar, tomar drogas ou envolver-se com sexo pré-marital, muitas vezes em forte oposição à pressão para fazerem tais coisas, talvez tenham de haver-se com a incompreensão, o ressentimento, ou mesmo o ridículo e a crueldade. Contudo, por meio de seu amor a Deus e obediência a Ele, que é o bem, poderão sair dessa situação fortalecidos e mais felizes.
Aprendi um pouco sobre isso quando estudava na faculdade. Eu tinha um colega que era muito inteligente, refinado e espirituoso, mas usava essas características para manipular as pessoas. Levava isso ao extremo em relação às mulheres. Era conhecido por perseguir uma certa garota com insistência e argumentos persuasivos e, em seguida, abandoná-la após a primeira noite de conquista.
Meu amigo sabia que eu era Cientista Cristã e conhecia meus padrões morais, mas de repente começou a olhar-me como seu próximo "desafio". Começou a me adular e a tentar me conquistar. Tentou convencer-me de que eu estava sendo irracional e não seguia meus sentimentos reais. Quando ele percebeu que seu charme e sua pressão não estavam dando os resultados desejados, mudou a direção de seus esfarços para uma perseguição mental, aplicando malvados "jogos mentais". Quer se mostrasse superficialmente amigo ou abertamente frio, a animosidade sempre era comunicada mentalmente — e ele sabia que eu sentia isso.
Passei um mau pedaço, mas também foi uma ótima oportunidade para orar! Por meio de meu estudo da Bíblia e do livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde, de autoria da Sra. Eddy, eu estava aprendendo a conhecer a verdadeira natureza do homem — que em realidade é idéia de Deus, Sua expressão. Como Deus é Espírito e é bom, o homem tem de ser espiritual e totalmente bom. Como expressão de Deus, o homem é verdadeiramente puro, inteligente, forte e inclui alegria, beleza, paz. Aliás, inclui todas as qualidades semelhantes a Deus.
O comportamento de meu amigo contrariava essas verdades espirituais, mas eu sabia que a manipulação e a malícia não faziam parte de sua natureza verdadeira. Eu sabia por experiência que é a verdade espiritual — não a evidência material — que realmente governa nossa vida. Por identificar-me com a verdade sobre o ser do homem e por tentar demonstrar mais claramente minha verdadeira natureza, eu já havia, anteriormente, encontrado felicidade, paz, êxito nos estudos e tivera curas por meio da oração.
Eu sabia que essa situação também poderia ser curada. Apeguei-me aos fatos espirituais com relação a meu amigo e tentei amá-lo do modo como Cristo Jesus ensinou. Valeu a pena. Senti-me mais próxima de Deus, mais segura em meu amor pelo bem e muito grata pela crescente paz e alegria que vieram com a obediência a Deus. A perseguição parou. A certa altura meu amigo até comentou que respeitava meus padrões morais e meu amor a Deus. Até trocamos idéias sobre espiritualidade e como encontrar um senso de dignidade e propósito.
Cristo Jesus ensinou que a perseguição pode até trazer alegria. Disse: "Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus. Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem e vos perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai."
Como poderemos sentir-nos felizes quando somos perseguidos por nossos amigos? Talvez nem estejamos seguros de por que obedecer aos Dez Mandamentos e aos ensinamentos de Jesus — especialmente quando nenhum de nossos amigos parece importar-se com "assuntos religiosos". No entanto, nós somos recompensados por nosso compromisso com o que é correto. Lemos em Ciência e Saúde: "O esforço habitual para sermos sempre bons é oração incessante. Seus motivos se tornam manifestos nas bênçãos que trazem — bênçãos que, ainda quando não sejam reconhecidas com palavras audíveis, atestam sermos dignos de participar do Amor." Talvez não nos festejem — talvez até nos condenem — por nos esforçarmos "para sermos sempre bons". Mas quando alinhamos nossa vida com Deus e Seus mandamentos, gozamos a bondade de Deus — amor, liberdade, alegria, iluminação e harmonia.
O sermos bons, em verdade, também nos protege. O pecado muitas vezes é tido como atraente, divertido e até como uma garantia de popularidade. Entretanto, as alegadas vantagens do pecado são um engodo; na verdade, o pecado causa dificuldades emocionais e físicas. O pecar priva-nos do senso de segurança, porque faz com que nos sintamos separados de Deus. Também perdemos nossa paz, quando ficamos preocupados com o que estamos fazendo e com o que os outros estão pensando. Ao fazermos o que sabemos ser errado, abrimos mão da consciência de estarmos agindo corretamente, que é o que nos dá alegria e força. E, não raro, o comportamento pecaminoso, desequilibrado e insalubre, nos leva à doença e à infelicidade.
Talvez seja extremamente difícil, às vezes, levar uma vida correta e cristã — e manter nossa alegria e equilíbrio mesmo diante da perseguição. Mas a Bíblia declara: "Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações." A virtude é a vontade de Deus, é a lei de Deus; de modo que podemos saber que a lei de Deus apóia nossos esforços de sermos bons e assegura nosso êxito final em demonstrar nossa virtude inata. E se temos uma luta pela frente, podemos apelar a Deus, sabendo que o Amor divino está exatamente ali conosco para nos consolar e sustentar. O Amor nos tirará dos momentos difíceis e nos levará ao céu da paz, da pureza e da segurança. Alcançamos esse conceito correto de nossa verdadeira identidade, quando somos bons e fazemos o bem.
Todos podemos voltar-nos a Deus quando estamos sob perseguição. Em oração podemos conscientizar-nos de nossa unidade com Deus e sentir-nos seguros e amados. Quando afirmamos nossa verdadeira identidade espiritual, encontramos a fortaleza para resistir às insistências e nos sentir intocados pelo ódio e pela crueldade. Além disso, nós nos tornamos mais puros, fortes e alegres por meio de nosso compromisso com o bem.
Verificaremos, também, que estamos auxiliando a outros por meio de nossa compreensão da verdadeira natureza do homem e por meio de nossa disposição de trabalhar para demonstrar essa natureza perfeita, mesmo quando nossos amigos ficam caçoando e nos apelidando de "santinhos". Nosso exemplo de virtude pode encorajar outras pessoas a encontrarem libertação das falsas pressões e falsas atrações do pecado, de modo a que também elas possam experimentar o céu da honradez e assim exultar.
