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Amor ativo em nossa comunidade

Da edição de novembro de 1992 dO Arauto da Ciência Cristã


A Diretora Do colégio reservou tempo em sua agenda já cheia, para discorrer sobre algumas de suas preocupações. Naturalmente, elas diziam respeito à educação. Ela queria que as escolas se empenhassem mais no sentido de capacitar os alunos a pensar por si mesmos, a fim de ajudá-los a não se deixar levar tão facilmente pelas opiniões e escolhas dos amigos. Com essa finalidade, ela já tinha iniciado uns dois projetos em sua escola, que estavam sendo muito bem sucedidos.

No dia anterior, a redatora de um jornal da localidade havia manifestado sua preocupação pelo fato de o município estar se tornando uma “cidade-dormitório”. As pessoas se levantavam de manhã, viajavam cerca de vinte e cinco quilômetros até a cidade vizinha para trabalhar, voltavam à noite e se trancavam em casa. Ela dizia que a cidade mais parecia um hotel! Ela, porém, que havia morado ali toda a sua vida, queria oferecer algum tipo de ajuda, não simplesmente fugir do problema. Decidiu então escrever uma série de artigos sobre a história da cidade e sobre outros moradores mais antigos, cidadãos ativos que haviam contribuído muito para a comunidade.

Essas duas pessoas, e outras como elas, têm um interesse muito grande por sua comunidade. Elas não estão sozinhas, contudo, nesse esforço de encontrar maneiras eficazes de enfrentar os desafios que se apresentam a muitas cidades, sejam elas grandes ou pequenas.

Mesmo nas cidades mais movimentadas e com relação aos problemas mais difíceis, há sinais convincentes de que o interesse de ajudar os outros ainda não foi perdido. O que mais nos inspira, porém, é descobrir que esse interesse não pode ser perdido, porque a natureza real do homem é, e sempre tem de ser, espiritual e amorosa, a expressão da natureza de seu Criador, Deus.

O amor que sentimos por nós mesmos e pelos outros, e que nos leva a agir e a apoiar com compaixão e sabedoria as outras pessoas, é a conseqüência natural do relacionamento do homem com Deus, o Amor divino. Cristo Jesus disse: "Como o Pai me amou, também eu vos amei; permanecei no meu amor." O amor que é impelido pelo Amor divino não é algo que vem e vai, nem é jamais imerecido; pelo contrário, é universal, como Jesus nos mostrou, sendo mantido e governado pela lei divina.

Em sua missiva À Igreja Mãe, Message to The Mother Church for 1902, Mary Baker Eddy escreveu o seguinte: "O cristianismo científico desenvolve a regra do amor espiritual; torna ativo o homem, impele à bondade eterna, pois o ego, o eu, vai para o Pai, e dessa forma o homem é a semelhança de Deus."

Um amor ativo pelos outros pode começar em casa, em nossas próprias atividades e, a princípio, pode ser expresso de forma simples. Um pouco mais de paciência ou ternura com um familiar, um pouco mais de atenção para com as necessidades de nosso cônjuge, até mesmo um conceito melhor de nós mesmos, tudo isso pode começar a fazer diferença. Todavia, embora essas sejam algumas das maneiras de começar, certamente nosso amor não deve se limitar a elas!

O que fazer, contudo, quando achamos isso difícil, quando nem sentimos o desejo de amar e de nos interessar por outras pessoas da mesmo forma como nos interessamos por nossos parentes mais próximos e amigos chegados? E se as pessoas com quem cruzamos no supermercado ou que se sentam perto de nós na igreja, simplesmente não parecerem muito dignas de nosso amor? Qual é nosso dever?

Temos, sem dúvida, um dever importante que é também agradável: descobrir, ou redescobrir, por nós mesmos, a graça e a bondade da identidade espiritual do homem, sua semelhança com Deus. Somente aquilo que nosso sentido espiritual nos informa sobre o homem é o que revela sua verdadeira natureza e individualidade, mostrando que ela é perfeita, amorosa e digna de ser amada.

Aquilo que os sentidos materiais nos informam nunca pode ir além de um conceito bastante limitado, a noção de que o homem é de carne e osso. Tal conceito forçosamente esconde a verdadeira identidade e o valor real desse homem. Um senso carnal de identidade não é o que nos interessa. Muito pelo contrário, ele é justamente o que deve ser eliminado, pois é limitador, deprimente e não faz parte de nós nem dos outros. A eliminação desse senso carnal é o que nos habilita a perceber uma evidência maior da graça, da bondade e do valor do homem de Deus.

Talvez seja esse o conceito de homem que Jesus queria nos ensinar a cultivar, com sua parábola do bom samaritano. É uma maneira de ver o homem que nos impele naturalmente a agir com compaixão para com alguém necessitado, alguém a quem outras pessoas não tenham dado atenção. Ao narrar essa parábola, contida no Evangelho de Lucas, Jesus disse que o samaritano tratou do homem ferido e pediu ao hospedeiro que também cuidasse dele. A seguir, Jesus deixou claro o ponto importante de que o verdadeiro próximo deveria fazer a mesma coisa.

A ordem de amar nosso próximo equivale à diretriz de reconhecer esse próximo como o filho amado de Deus. Todos nós somos amados incondicionalmente por nosso Pai-Mãe e, aos Seus olhos, somos completamente merecedores desse amor. Nada pode mudar esse fato. Começarmos a ver e reconhecer isso tanto para nós como para os outros é o primeiro passo, aliás muito importante.

Talvez vocês, assim como eu, estejam pensando que mal começaram a dar esse passo no sentido de ver o valor e a virtude que são inseparáveis de cada um de nós. Talvez em nossa vida diária e em nossa comunidade, tenhamos tido apenas um vislumbre ocasional da “estatura da plenitude de Cristo”, como diz um dos escritores inspirados do Novo Testamento.

Todavia, tal qual a abertura vibrante de uma grande ópera, esse vislumbre é uma indicação da existência toda a bondade e grandeza que precisa ser descoberta em todos nós. Mostra nosso próximo como ele realmente é, como alguém do qual não podemos passar de largo.

Eu é que sei que pensamentos tenho
a vosso respeito, diz o Senhor;
pensamentos de paz, e não de mal,
para vos dar o fim que desejais.
Então me invocareis,
passareis a orar a mim,
e eu vos ouvirei.
Buscar-me-eis, e me achareis,
quando me buscardes de todo o vosso coração.

Jeremias 29:11-13

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