Skip to main content Skip to search Skip to header Skip to footer

Conhecer-nos bem a fundo

Da edição de novembro de 1992 dO Arauto da Ciência Cristã


“Preciso Sentir Que tu me amas.”

“Preciso ser ouvido e saber que sou importante.”

“Preciso ser aceito pelo que sou e sentir-me em casa.”

Essas frases podem soar como reclamações de adolescentes a seus pais mas, em realidade, são reivindicações de filhos adultos a seus pais ou mães. São observações feitas por participantes de um programa de televisão que abordava o tema: como livrar-se do passado e encontrar a si mesmo.

Muitos de nós desejam ardentemente libertar-se de mágoas e perdas do passado e parar de relembrar incidentes ocorridos. Embora algo doloroso talvez tenha acontecido há muito tempo, se ainda estivermos pensando no assunto, provavelmente tal acontecimento ainda está influindo em nosso modo de viver.

À medida que escutava, no programa de televisão, as declarações que mencionei, eu me surpreendia ao ver quantas pessoas no auditório começavam a chorar. Havia uma clara sensação de que todos tinham marcas profundas causadas por injustiças ou rejeições do passado.

Obviamente, há, no mundo, uma grande necessidade de curar mágoas profundas relacionadas com acontecimentos passados. O que parece mais difícil, quando se trata de superar experiências passadas, é a necessidade de reconhecer e lidar com nossos sentimentos a respeito das pessoas envolvidas. Muitas vezes elas são as pessoas que nos estão mais próximas.

A Ciência Cristã nos livra da tendência de deixarmos que sentimentos perturbadores sobre outras pessoas se manifestem periodicamente em nossa vida, por tomar como ponto de partida um fato simples, mas absoluto: Deus é o único criador do homem. Deus Se expressa individualmente no homem. Deus é Amor, e o homem é Sua manifestação e objeto. Além disso, como Deus é Espírito, a verdadeira vida do homem está no Espírito, como reflexo, ou imagem, de Deus, e não está nas limitações materiais de sua história humana passada. A manifestação do Amor divino não é, de modo algum, limitada pela mortalidade.

Quando começamos a considerar a vida de modo espiritual, sentimos mais do que mera esperança de transformação ou cura. Realmente, começamos a ver a nós mesmos e aos outros sob nova luz, a luz do ser de Deus, que jamais poderá ser extinta ou encoberta. Assim como a luz elimina as trevas, da mesma forma a verdade de que o homem, isto é, cada um de nós, é feito à semelhança de Deus, elimina os pensamentos sobre um passado triste ou cheio de problemas. Essa cura, que se manifesta suavemente, pode começar neste exato momento.

De acordo com a Ciência Cristã, Deus nunca criou uma personalidade mortal, ou seja, a noção de vida subordinada à matéria, oscilando em um universo inconstante, separada de Deus, o bem. O homem é criado espiritualmente e permanece à semelhança de seu Criador. Essa é uma distinção importante entre o conceito mortal de vida e a realidade da vida espiritual.

Se tentarmos “endireitar” as coisas por meios materiais, veremos que, em essência, não conseguimos, porque a retidão mortal não existe. Tentar simplesmente visualizar as coisas de forma diferente, partindo do mesmo ponto de vista material, é muito difícil. Tentar tornar as coisas justas e equânimes a partir de um sentido de vida orientado pela idéia de morte, é impossível. Isso somente nos levará a maior frustração e desapontamento.

A liberdade e o perdão verdadeiros são obtidos exclusivamente por meio do Cristo, a idéia genuína de Deus, que revela o homem real e sua filiação espiritual. Quando o pensamento humano sente o toque do Cristo, desfazem-se a prisão e a condenação às quais um passado sombrio pretende nos relegar.

Embora possamos sentir imediatamente essa cura e a libertação de um passado mortal, essa experiência muitas vezes requer de nossa parte esforço e oração persistentes, devido à tenacidade do pensamento mortal que diz que a fisiologia e a história determinam a situação do homem. É como não ter aprendido a soletrar corretamente. Quando, posteriormente, começamos a ler textos escritos com exatidão, percebemos os erros ortográficos que aparecem em nosso próprio trabalho. É preciso esforço e prática para eliminar os erros, mas tu podes fazê-lo, e quanto mais praticares, mais fácil se tornará.

Orando diariamente, é possível manter essa atitude corretiva em relação ao passado. A comunhão diária com Deus, a fonte de nossa vida e de nosso ser, faz com que estejamos sempre voltados para o que é verdadeiro a nosso respeito e também dissipa o quadro mortal até que este se torne cada vez menos visível.

Despertar para um novo e brilhante conceito de nós mesmos tem tudo a ver com a regeneração cristã, ou novo nascimento. A Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, Mary Baker Eddy, diz em seu livro Miscellaneous Writings: “O novo nascimento não é obra de um momento. Começa com momentos e continua com os anos; momentos de submissão a Deus, de confiança inocente e de alegre adoção do bem; momentos de abnegação, de consagração, de esperança celestial e de amor espiritual.” Exige coragem e humildade: coragem para enfrentar e derrotar os terrores que tentam apegar-se a nós e humildade para perceber que não somos nós, pessoalmente, que estamos fazendo o trabalho, mas pelo contrário, é Deus que está expressando em nós Seu próprio ser pleno de alegria.

Parte de minha vida foi tumultuada e aparentemente cheia de acontecimentos dolorosos. Perdi meu irmão em um acidente de carro. Tive dificuldades de relacionamento em casa. Tomei atitudes rebeldes que só serviam como fuga. Foram ditas e feitas muitas coisas difíceis de serem perdoadas ou esquecidas e eu sentia que fora privada de muitas experiências boas. Quando meu noivo (mais tarde meu marido), falou-me sobre a Ciência Cristã, percebi que havia algo de especial nesses ensinamentos e nos resultados de pô-los em prática. Senti que a Ciência Cristã iluminava as mensagens que eu lia na Bíblia. Ainda assim, levou algum tempo para que eu aceitasse totalmente o perdão, a cura e a promessa que a Ciência do Cristianismo oferece. Foi um processo suave, porém irresistível.

Hoje sei que vale a pena nos empenharmos em reconhecer nosso verdadeiro eu espiritual, porque sempre que nos volvemos a essa verdade, ela libertação e uma conscientização de nosso próprio valor. Aprendendo a perdoar aos outros, aprendo a perdoar a mim mesma. Ao aprender sobre o amor incondicional de Deus, posso ver a mim e aos outros como filhos amados de Deus. Esse novo conceito de vida ajuda-me a ser melhor mãe para meus filhos, uma esposa melhor, melhor amiga, melhor filha, melhor professora, melhor mulher de negócios, melhor pensadora, bem como obter melhores curas. Isso me ajuda no empenho de cumprir meu propósito na vida, o propósito estabelecido por Deus, sem ficar retrocedendo continuamente, devido às sobrecargas do passado.

Reconhecer que as outras pessoas e nós mesmos fomos criados espiritualmente e não temos uma história material, é algo realmente revolucionário. Esse conhecimento transforma e eleva nossa experiência. Embora eu ainda tenha algumas recaídas quando fico relembrando algum incidente passado, estou melhorando no sentido de deixar realmente os velhos sonhos se dissiparem. Verdadeiramente sinto que estou renovada, reanimada, que nasci de novo e sou muito grata por esse poder curativo do Amor, Deus.

Deus nos prometeu na Bíblia: “Restituir-vos-ei os anos que foram consumidos pelo gafanhoto migrador” e “... te restaurarei a saúde, e curarei as tuas chagas”. Restauração. Cura. Que experiências maravilhosas!

A cura verdadeira não ocorre quando simplesmente passamos de uma experiência humana para outra mais agradável, mas sim quando deixamos todo o sentido mortal e percebemos que já estamos nos braços do Espírito.

Cristo Jesus reconhecia claramente seu verdadeiro eu e o relacionamento com seu Pai. Jesus até chamava a Deus de “Aba”, termo que é semelhante ao nosso “Papai”. Nosso Pai-Mãe genuíno expressa uma só consciência e todo o bem. Podemos perceber que somos, agora e sempre, Seus filhos amados.

Na Ciência Cristã aprendemos que Deus é infinito, que é Vida, Amor, Mente, Espírito. À medida que progredimos espiritualmente, tornamonos conscientes de que refletimos a natureza de nosso Pai porque somos criados de acordo com a imagem divina. Assim, podemos afirmar que refletimos a Vida, Deus, como nossa vida; a Mente, como a única mente que temos; o Amor, como o único amor que podemos ter e de fato temos, e o Espírito como a natureza de nosso ser.

O homem não é Deus, mas certamente expressa a Deus dessa forma espiritual. A Sra. Eddy, em Ciência e Saúde, observa: “O genuíno eu do homem só pode ser reconhecido naquilo que é bom e verdadeiro. O homem não foi criado por si mesmo, nem pelos mortais. Foi Deus quem criou o homem.” Que verdade poderosa e purificadora! Não dá margem a nenhuma distorção de identidade. Não implica em azar nem em sorte.

Todos nós queremos sentir satisfação e segurança, bem como libertarnos das limitações em nossa vida. Queremos ser cuidados e também guiados no caminho certo. Hoje mesmo podemos começar a reconhecer que Deus cuida de Seu filho. De certo modo, podemos reconhecer que Deus, o Amor, está nos dizendo: “Eu te amo. És querido porque és realmente Minha criação e Meu reflexo. Regozijo-me no fato de que tu Me expressas. Teu lar e teu lugar são seguros e imutáveis porque vives em Mim. Sei tudo o que é verdadeiro a teu respeito. És saudável e estás em paz porque essa é tua verdadeira natureza. Estou sempre cônscio de ti.”

A compreensão dos fatos espirituais sobre Deus e o homem conduznos à verdadeira redenção e ao verdadeiro conhecimento de quem somos.

Para conhecer mais conteúdo como este, convidamos você a se inscrever para receber as notificações semanais do Arauto. Você receberá artigos, gravações em áudio e anúncios diretamente via WhatsApp ou e-mail.

Inscreva-se

Mais nesta edição / novembro de 1992

A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

                                                                                        Mary Baker Eddy

Conheça melhor o Arauto e sua missão.