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Pôr fim às guerras particulares

Da edição de novembro de 1992 dO Arauto da Ciência Cristã


Havia Um Ano que éramos bons amigos. Portanto, quando ele foi dar uma palestra importante, fiquei ansioso por ouvi-lo. Todavia, quando ele foi apresentado à audiência, senti-me, de repente, muito diminuído. Enquanto era lida a lista de suas realizações, comecei a me perguntar se eu tinha feito algo de importante na vida. Fiquei muito triste, irritado e em pânico. Tive dificuldade em ficar até o fim da palestra de meu amigo. Quando terminou, eu odiava a mim mesmo e era como se eu odiasse meu amigo também.

Esses sentimentos eram totalmente infundados. Meu amigo continuou cordial comigo, como sempre; mas durante os dois meses seguintes, travei minha guerra particular de ressentimento e ciúmes contra ele. Certa noite, depois de falar secamente com ele ao telefone, ele me disse; “Quero que saibas que te quero bem.” Ao desligar o aparelho, eu só conseguia pensar: “Quero que saibas que te odeio.”

Naquele momento, percebi que essa hostilidade era um veneno mental que precisava ser eliminado. Estava destruindo uma grande amizade e me causando muita angústia. Decidi orar.

Em humildade, voltei-me a Deus, o Amor divino. Recusei-me a continuar justificando essa hostilidade. Ansiava por sentir amor e bondade e por curar o ódio e o desapontamento. Isso exigiu muita oração calma e consagrada. Relembrar mentalmente o mal-estar e justificar a reação, eram estados de pensamento que eu precisava acalmar, com persistência. À medida que continuava a orar, comecei a sentir o amor que sempre estivera ali, o amor que é de Deus, lavando o ódio e cancelando a memória dessa horrível ruminação mental.

Veio-me claramente ao pensamento a palavra competição. Percebi que estivera competindo com meu amigo, como se precisássemos provar quem era superior. Fora esse jogo mental que ocasionara toda aquela aflição. Percebi que eu não tinha razões para competir com ele, pois nossa amizade era por demais profunda para tal comportamento mesquinho. Vislumbrei o fato de que Deus guiava a vida de ambos. Eu precisava ser mais dedicado em minha própria atividade, ao invés de ficar com ciúmes das atividades do outro. Nesse momento, a competição se me tornou alheia, não tinha mais lugar em meu pensamento. Isso foi o começo da cura.

Continuei a purificar meu pensamento por meio do amor que o Amor divino tem por mim e por meu amigo e, em pouco tempo, telefonei-lhe para desculpar-me e revigorar aquela valiosa amizade.

Em certa ocasião, os discípulos de Jesus também tiveram uma “guerrinha particular” de ciúmes, orgulho e competição. Discutiram entre si quem seria o melhor deles. Jesus repreendeu tal comparação ao tomar uma criança entre os braços, dizendo-lhes: “Qualquer que receber uma criança, tal como esta, em meu nome, a mim me recebe”. Quando recebemos o Cristo com a simplicidade semelhante à de uma criança, ficamos dotados de liberdade para dominar os venenos constituídos pelos sentimentos de autodepreciação ou de excessiva valorização de nossa própria importância.

Na Bíblia lemos: “Porque, embora andando na carne, não militamos segundo a carne. Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e, sim, poderosas em Deus, para destruir fortalezas; anulando sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo”.

Muitas pessoas se envolvem, de vez em quando, em “guerras particulares”. Por um lado, elas parecem batalhas, grandes ou pequenas, entre amigos, familiares, colegas de trabalho, vizinhos ou até estranhos. Por outro lado, de um ponto de vista muito mais profundo, a questão real é a luta entre a supremacia do Cristo, a Verdade, no pensamento humano, e a tendência egocêntrica e mortal de querer orientar o universo ao sabor de nossos próprios interesses pessoais.

A fim de alcançar a liberdade necessária para amar como Cristo Jesus amou, é preciso lutar contra o egoísmo e seus agentes, o amor-próprio, o ódio de si mesmo, a justificação própria e a vontade própria. A Bíblia fala dessa questão de vencer a personalidade e o orgulho. Em Efésios, por exemplo, o apóstolo aconselha que “quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe segundo as concupiscências do engano, e vos renoveis no espírito do vosso entendimento, e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade.”

Em nossa luta para despojar-nos do velho homem com seu egoísmo, não há arma melhor do que o amor de Deus pelo homem. Agora, e sempre, o amor de Deus por nós é suficientemente forte para atravessar qualquer nuvem de ódio. O Amor divino é infinito e sempre inclui cada um de nós, sempre incluiu e sempre incluirá. As aparentes montanhas de medo, vergonha ou orgulho não têm base real porque o Amor infinito as torna nulas.

Por meio da oração, nosso pensamento cede ao grande fato de que o homem é o filho amado de Deus. E como filho de Deus, o ser do homem é espiritual. O homem inclui apenas as sagradas qualidades de seu Pai-Mãe Deus. A espiritualidade, que é a expressão da bondade divina, é natural ao homem, ao passo que ódio, ciúmes e qualquer outro traço indesejável de caráter, não o são.

A batalha para acabar com o comportamento maléfico e trazer à tona nossa bondade inata e dada por Deus corresponde ao despojar-se “do velho homem” e revestir-se “do novo”.

É reconfortante e encorajador saber que todo desejo e todo esforço para ser melhor têm por trás o poder de Deus. A verdadeira expressão do Amor divino — o Cristo — está agindo no pensamento humano, encorajando suavemente o crescente reconhecimento do verdadeiro ser espiritual do homem, que é totalmente bom e amável. Deus mantém a perfeição espiritual do homem. A oração humilde acalma o ímpeto do medo e da aflição, alinhando o pensamento humano com a semelhança divina que verdadeiramente constitui o ser real. Por meio dessa oração científica, aprendemos que não somos mortais emocionais, mas sim, filhos de Deus, estáveis e amorosos.

Esse entendimento e sua demonstração proporcionam grande liberdade. Habilitam-nos a ser a pacífica expressão de Deus, isto é, a sermos o que realmente somos. Descobriremos que somos cada vez mais capazes de governar melhor a nós mesmos, expressando inclusive autocontrole, auto-estima e um amor pelo próximo como sendo nosso irmão e amigo.

Em seu livro Ciência e Saúde, a Sra. Eddy fala da liberdade nos seguintes termos: “Assim como os Estados Unidos, a Ciência Cristã tem sua Declaração de Independência. Deus dotou o homem com direitos inalienáveis, entre os quais estão o governo de si mesmo, a razão e a consciência. O homem só é propriamente governado por si mesmo quando bem guiado e governado por seu Criador, a Verdade e o Amor divinos.”

Agora é a hora de estabelecer nossa independência das “guerras particulares” de ciúmes, competição e ódio. Deus criou o homem como expressão do Amor e com a plenitude da capacidade espiritual. Declarando nossa independência das emoções humanas destrutivas, e demonstrando nossa filiação espiritual com Deus, estaremos livres do comportamento belicoso.

Não edificarão para que outros habitem:
não plantarão para que outros comam; porque
a longevidade do meu povo será como a da árvore,
e os meus eleitos desfrutarão de todo as obras das suas
próprias mãos. Não trabalharão debalde, nem
terão filhos para a calamidade, porque são
a posteridade bendita do Senhor, e os seus filhos
estarão com eles.

Isaías 65:22, 23

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