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Ser como criança

Da edição de setembro de 1992 dO Arauto da Ciência Cristã


Como São Preciosos os bebês! Tão inocentes, delicados e puros! Mesmo quando nos sentimos deprimidos, não conseguimos deixar de sorrir ao ver uma criança bater as mãozinhas e emitir ruídos de prazer.

Depressa demais a criança cresce e começamos a ouvir: “Se eu ao menos fosse tão crescido como minha irmã.. . .” “Imagina como será o liceu.. . .” “Na universidade vai ser bem melhor.. . .” “Quando eu me casar.. . .”

As crianças sentem-se com freqüência pressionadas a crescer, a deixar para trás a infância e a se tornarem independentes, imaginando que todas as coisas serão melhores mais tarde. Até os adultos, à medida que atingem o estágio seguinte da experiência humana, descobrem muitas vezes que a satisfação que esperavam não se concretiza. Freqüentemente, as novas responsabilidades, pressões e exigências ultrapassam de longe a alegria e o prazer esperados e a criança dentro de nós fica soterrada debaixo de camadas sucessivas de preocupações adultas.

Por que temos tanta pressa de deixar para trás a criança? Jesus explicitamente instruiu mais de uma vez seus discípulos sobre a necessidade de apreciar e manter a criança dentro de nós, um destes pequeninos! Respondendo à pergunta dos discípulos sobre quem seria o maior no reino dos céus, Jesus chamou uma criancinha para o meio do grupo e respondeu: “Se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus.” Essa resposta deve ter sido uma bofetada para todo senso de orgulho, posição social, competição ou auto-suficiência que os discípulos estavam alimentando.

À luz do ensinamento de Jesus, talvez seja oportuno reavaliar nossa própria opinião sobre o significado de sermos “criancinhas” e verificar o que significam para nós, na atualidade, esses ensinamentos.

O conselho de Jesus nos alerta para que mantenhamos qualidades da infância e não tenhamos pressa em nos desembaraçar delas, qualidades tais como confiança, inocência, expectativa, flexibilidade, capacidade de aprender, obediência imediata. Essas qualidades nos mantêm receptivos às revelações de Deus. A Sra. Eddy escreve em Ciência e Saúde: “A disposição de vir a ser como uma criancinha e de deixar o velho pelo novo, torna o pensamento receptivo à idéia avançada.”

O exemplo de Jesus nos insta a jamais perder de vista nossa correta relação com Deus, nosso Pai-Mãe e a jamais presumir termos alcançado um nível de experiência, independência e auto-suficiência a partir do qual passamos prosseguir nosso caminho sem Deus. Não foi essa a maneira como Jesus viveu sua vida. Ele procurava em Deus todo pensamento, ação, direção, cada palavra, subjugou por completo o senso de identidade separada, um ego mortal capaz de se mover sem a orientação divina e sujeito a se enredar em muito trabalho, pressão, exigências sociais ou materialismo agressivo.

Essa perfeita união de Deus com o homem, evidenciada tão completamente na vida de Jesus de Nazaré, é o Cristo. Esse mesmo Cristo, ou filiação divina, é o que concede verdadeira e permanente identidade a cada um de nós. Cristo Jesus mostrou-nos, pelo exemplo, como sermos quem já somos espiritualmente, o perfeito e puro filho de Deus, inteiramente unido a nosso querido Pai, Deus. Podemos descobrir essa unidade com Deus a toda hora, porque esse é o fato eterno de nossa identidade.

Cultivar as qualidades infantis de nossa identidade espiritual, não significa de modo algum sacrificar as prerrogativas de adulto ou renegar nossas responsabilidades, ao contrário, permite-nos cumpri-las com mais graça, precisão, produtividade e facilidade. A confiança infantil no supremo controle de Deus sobre todas as coisas, não apenas nos impede de crescer em auto-importância e egotismo, mas permite também nos sentirmos mais próximos de nosso Pai-Mãe Deus em nossa vida diária. De fato, essa total rendição a Deus nos permite experimentar a cura como evidência natural da realidade espiritual.

Há pouco tempo, tive uma reunião muito importante a que devia absolutamente assistir. Fizera as reservas de avião e alojamento com muita antecedência. Uma semana antes, adoeci com gravidade. Orei para perceber melhor minha inteireza como filha de Deus, espiritual e perfeita. Embora estivesse confiante de que estaria presente a esse importante compromisso, na véspera da viagem, à noite, a situação parecia desesperada. Nessa noite, antes de adormecer, voltei-me para Deus com absoluta confiança, como uma criança, procurando saber o que fazer.

No dia seguinte, tinha melhorado tanto, que pude guiar durante duas horas até ao aeroporto. Justamente quando ia embarcar, todos os sintomas de fraqueza e debilidade voltaram e fiquei amedrontada e insegura sobre o que fazer. Telefonei ao praticista da Ciência Cristã que estava me ajudando por meio da oração. Pouco depois, comecei a sentir-me calma e confiante de que podia prosseguir com meus planos de viagem. Dirigi-me a meu lugar no avião e sentei-me sossegada, a orar. Por detrás de mim ouvi a voz de uma criançinha repetindo uma e outra vez, em tom ansioso: “Eu pronto, mamãe. Eu pronto!” Essa tornou-se minha voz, ao aceitar totalmente minha condição como a “criança” de meu Pai-Mãe Deus.

Toda essa viagem foi preenchida por evidências da graça de Deus. Eu observava extasiada como cada detalhe se ajustava perfeitamente. Quando precisei de transporte, lá estava um táxi à espera. Quando precisei de um elevador, ali estava um com a porta aberta. Ao precisar de forças para ir à reunião, tive-as na medida exata. Quando precisei descansar, já estava em meu quarto. Todas as pessoas que encontrei foram prestativas, embora nenhuma soubesse de meu estado.

Os detalhes dessa viagem foram tão numerosos, que seria necessária uma grande parte deste periódico para os relatar. Senti o significado de ser uma criança, completamente cuidada e abraçada por um Deus que é o puro e infinito Amor. Fui capaz de fazer tudo o que era necessário, dispor de um vôo de retorno mais cedo e guiar duas horas desde o aeroporto até minha casa. Embora a cura completa não tenha vindo senão uns dias mais tarde, experimentei um sentimento de vitória absoluta quando entrei pelo portão de minha casa. Nunca esquecerei o sentimento de ser a criança de Deus, totalmente dependente dEle e tão maravilhosamente cuidada.

Ser uma criança, ou aceitar nossa identidade espiritual inseparável de Deus, é uma exigência para todas as idades. Obedecer-Lhe revela um jorrar franco de prazer, espontaneidade, destemor e expectativa do bem. Desdobra para nós o plano perfeito de Deus, momento a momento.

Não podemos perder a criança, nossa relação espiritual com Deus, por isso vamos cuidar dela e mantê-la bem à frente em todos os nossos pensamentos e ações diários.

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