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Como ouvir a voz de Deus

Da edição de novembro de 1993 dO Arauto da Ciência Cristã


A Natureza De Deus foi revelada a Elias como um “cicio tranqüilo e suave”. Ver 1 Reis 19:9–12. A Bíblia contém a mensagem de que Deus fala à humanidade, em todos os tempos. Então, como poderemos nós, ainda hoje, ouvir esse “cicio tranqüilo e suave”? A resposta é óbvia: para ouvir a voz de Deus, é preciso escutar com atenção. Quando a resposta é tão fácil, por que é que, tantas vezes, parece uma tarefa tão difícil?

Talvez seja necessário que nós, tal como aconteceu com Elias, no Monte Horebe, reconheçamos que Deus não está no vento, no terremoto ou no fogo. Em outras palavras, precisamos nos certificar de que recorremos à fonte correta, para nela encontrar ajuda, respostas e orientação. Você argumenta que ultimamente não tem sentido muitos terremotos e que o vento e o fogo não o distraem de sua capacidade de escutar. Pois então, pense nos tremores mentais do medo, que açoitam a humanidade hoje em dia, causando mudanças e destroçando a vida de pessoas, em escala mundial. Muitas vozes aterrorizadas clamam com tal força, que o clamor e o abalo pretendem abafar outras vozes e, em especial, a do “cicio tranqüilo e suave”. Isso não significa que convenha ignorar o grito angustiante. Ora, somente ficando à escuta e seguindo o que o “cicio tranqüilo e suave” revela, é que podemos responder de modo a curar as necessidades causadoras dos gritos e temores.

A Ciência Cristã ensina que, por mais que o mundo aceite amplamente a perspectiva de desastre, não é essa a autoridade máxima a governar a vida dos homens. Deus existe. O domínio “sobre toda a terra” Gênesis 1:26., que Deus deu a todos os indivíduos, é uma dádiva de nosso querido Pai, que é o próprio Amor e nunca poderia outorgar nada menos do que Sua promessa a Seus filhos queridos, nem poderia tirar deles uma porção dessa promessa.

De tempos em tempos, nos deparamos com borrascas ou influências de contendas, que nos podem distrair, se não escutarmos com atenção. Por vezes, surgem sob a forma de opiniões bemintencionadas de amigos e parentes. Como se distingue entre os clamores externos e as mensagens de Deus? Pela oração. Aproximando-nos mais de nosso Pai, conhecendo-O intimamente, reconhecemos Sua voz, apesar dos ruídos e temores que rodopiam à nossa volta.

A palavra fogo é explicada da seguinte forma no livro Ciência e Saúde: “Medo; remorso; luxúria; ódio; destruição; aflição que purifica e eleva o homem.” Ciência e Saúde, p. 586. Vozes destruidoras se fazem ouvir, se recorremos a um sentido pessoal, limitado, de nós mesmos, confiando na mente humana ou na força-de-vontade em busca de ajuda. Hoje em dia, a tendência é de enfatizar o “autoconhecimento” e “autoconfiança” que levam à introspecção, o que resulta em soluções inadequadas e êxitos de curta duração. Consideremos as palavras daquele que mais escutou a voz de Deus, em todos os tempos: “Eu nada posso fazer de mim mesmo.” João 5:30. Cristo Jesus conhecia a Deus como seu Pai e como a única fonte da inteligência e das capacidades do homem espiritual. Seus pensamentos e palavras provinham da compreensão espiritual que desperta e cura.

O recorde insuperado de Jesus, em obras de cura, prova a eficácia de suas palavras, de sua humildade. A humildade exigida para alijar o eu com suas pretensões de êxito ou de insucesso pessoal, possibilita a percepção espiritual, o saber espiritual. Eleva e purifica nosso pensamento.

Quando, porém, se ouve bem a voz de Deus, estamos deveras dispostos a seguir a mensagem recebida? A vida de Elias foi preservada inúmeras vezes por ter ele seguido a orientação de Deus. Está claro que não podemos escolher quais das orientações de Deus haveremos de obedecer, se nos basearmos em preferência pessoal, opinião ou conveniência. “Deus é a fonte de luz,” escreve a Sra. Eddy, “e Ele ilumina o nosso caminho quando somos obedientes. A pessoa desobediente age antes de Deus agir, ou o faz tarde demais para segui-Lo. Certifica-te de que Deus dirige teu caminho; apressate então em seguir por ele, sejam quais forem as circunstâncias.” Miscellaneous Writings, p. 117.

Alguém poderia perguntar: Se escutar espiritualmente é a melhor maneira de levar uma vida harmoniosa, o que dizer dos problemas físicos? Também nesse caso, escutar espiritualmente é algo de importância crucial, para que haja cura. Não faz muito tempo, vi-me às voltas com os sintomas de resfriado. Pelo fato de eu estar exercendo o cargo de Primeiro Leitor de minha igreja filial, orei para saber que nada podia interferir com minhas obrigações para com Deus. E foi cheio de gratidão que desempenhei sem dificuldade o meu cargo, na reunião de testemunhos de quarta-feira. Os sintomas do mal continuaram, porém, e vieram acompanhados de prolongados acessos de tosse.

Nos dias que se seguiram, estudei e orei para obter uma noção mais clara de minha verdadeira natureza espiritual, para entender com a clareza baseada numa compreensão mais profunda de Deus. Sábado pela manhã ainda não havia mudança no quadro físico, por isso continuei a orar. Volvi-me completamente para Deus e em silêncio compenetrei–me de que nada podia nem sequer interferir com a comunicação direta de Deus, da Mente divina, ou interromper essa comunicação com Sua idéia, o homem. Imediatamente, perdi o medo. Eu sabia que Deus é todo o bem e, portanto, Seu reflexo, o homem, só podia conhecer a harmonia. Acompanhado de grande paz, veio o reconhecimento de que toda a obra de Deus está feita. Portanto, tudo já está bem.

Sábado à noite, a situação ainda era a mesma, por isso voltei a orar, certificando-me de que eu não estava agindo por vontade humana ou segundo um plano humano, em minha decisão de não pedir ao Leitor substituto que se encarregasse do culto de domingo. Outra vez senti estar perto de Deus e reconheci que tudo já estava bem.

Domingo de manhã, uns vinte minutos antes do culto, tive um acesso de tosse. Veio-me o pensamento: “Talvez fosse bom eu levar um copo dágua ao púlpito, ou uma balinha.” A resposta espiritual veio prontamente do livro Ciência e Saúde: “A matéria não te pode oferecer auxílio.” Ciência e Saúde, p. 492. Eu sabia ser justo que eu lesse nesse culto e que nada podia interpor–se entre Deus e Sua Palavra.

O culto foi conduzido em completa liberdade, diante de uma numerosa congregação, o que era incomum. Ao sair do auditório, ao final do culto, fui outra vez acometido de tosse. Era como se o pensamento mortal estivesse a dizer: “Vamos recomeçar tudo, desde o ponto em que paramos?” Mas a mentira fora reconhecida, a voz de Deus se fizera ouvir e fora seguida. Nada mais podia reivindicar autoridade sobre minha existência. A tosse cessou imediatamente e não retornou mais.

Deus fala sempre aos Seus filhos, à progênie de Seu amor. Essa comunicação vem a cada um do modo como ele a pode reconhecer e como uma mensagem a que pode obedecer. Nossa tarefa, pois, é escutar com atenção.

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