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Escrever para curar

Uma forma diferente de dar: escrever

Da edição de novembro de 1993 dO Arauto da Ciência Cristã


A divulgação da mensagem do Cristianismo é sempre um desafio para as novas gerações de seguidores de Cristo Jesus. Nossas obras — nossa maneira de viver a mensagem — alcançam aqueles que estão em busca de respostas. No entanto, junto com as obras, são necessárias as palavras: palavras que relatem, apresentem, analisem, exponham, expliquem e registrem o poder da Verdade em nossa vida.

Hoje em dia, quando ouvimos o chamado “pregai o evangelho a toda criatura”, qual é nossa resposta? Esta seção mostra o ponto de vista de indivíduos cuja resposta foi escrever. Apesar de alguns colaboradores desta seção serem escritores profissionais, nosso propósito fundamental não é o de falar sobre como escrever, mas sobre a atividade sanadora de se fazer com que a Palavra seja conhecida e sentida.

Poderíamos Dizer Que pagamos um alto preço pelas lições que aprendemos na Ciência Cristã. Não no sentido de que tivemos de abrir mão de algo realmente valioso ou significativo. No entanto, cada vez que experimentamos o poder sanador de Deus, cada vez que recebemos a orientação do Amor divino ou sentimos a brisa fresca da inspiração espiritual agitar nosso pensamento, nós o consequimos sacrificando certo grau de materialidade.

O que ficou, porém, foi certamente a percepção maravilhosa do que ganhamos. É provável que todos concordemos que nossas novas descobertas da verdade valem muito mais do que qualquer coisa que o mundo considere valioso: mais do que qualquer medida de riqueza, popularidade ou prestígio. O que adquirimos foram tesouros espirituais inestimáveis.

Naturalmente, prezamos essa riqueza que aumenta à medida que continuamos a orar e a crescer espiritualmente. Por que não estender a outros esses tesouros? Abençoar nosso semelhante não é a conseqüência inevitável da bênção que recebemos?

O exemplo que Cristo Jesus nos deu deixa claro que a resposta é um “sim” muito sonoro. Com seus ensinamentos e obras de cura sem igual, ele sempre transmitia luz e inspiração aos que estavam à sua volta. Ele não guardava para si a suprema compreensão que tinha do Pai. A Sra. Eddy escreve sobre o que impelia a carreira de Jesus: “Poder derramar liberalmente em celeiros humanos, vazios, ou cheios de pecado, seus tesouros caramente adquiridos, foi o que inspirou a Jesus o seu intenso sacrifício humano.” Ciência e Saúde, p. 54.

Os Cientistas Cristãos dispõem de uma forma singular de seguir o exemplo do Mestre, ou seja, de dar um pouco de si mesmos em benefício dos outros: podem escrever artigos religiosos e testemunhos de cura para os periódicos da Ciência Cristã. Através das páginas dessas publicações, podemos doar nossos tesouros de compreensão espiritual que nos são outorgados pela única Mente infinita, Deus onisciente. Depois de haver recebido ajuda e ter sido curados, podemos nos omitir, ou desejar nos omitir? Será que podemos deixar de compartilhar um pouco do que conhecemos e constatamos a respeito da bondade e do amor do Pai?

Esse desejo desinteressado apóia-se numa base espiritual. A expressão reflexo pode nos auxiliar a compreender isso, pois descreve o que é verdadeiro a nosso respeito, como o homem criado por Deus, feito à Sua semelhança. Reflexo é mais do que uma passiva aceitação e absorção da luz, do amor e da bondade. Reflexo significa ação, isto é, uma doação contínua daquilo que o homem tem e daquilo que ele é como expressão de Deus, visando a enaltecer e glorificar sua fonte, a Mente perfeita. Um versículo bíblico mostra a natureza de nosso verdadeiro ser: “Todas as cousas existem por amor de vós, para que graça, multiplicando-se, torne abundantes as ações de graça por meio de muitos, para glória de Deus.” 2 Cor. 4:15. Como filhos de Deus, fomos todos criados para expressar Sua natureza sob a forma de reflexo divino.

O desejo de transmitir a outros nossos tesouros da verdade, escrevendo para os periódicos, vem naturalmente quando compreendemos melhor o propósito e a individualidade que Deus nos outorgou. Além disso, podemos estar certos de que o Pai abrirá o caminho para que esse desejo correto se cumpra.

No entanto, se vamos escrever, não podemos nos permitir negociar nossa decisão com a mente mortal, pois seu propósito é o de resistir à atuação da vontade de Deus em nós. Devemos combater os argumentos de falta de tempo, interrupções ou incapacidade. É útil reconhecer que esses argumentos não são razões válidas, não são circunstâncias ou pessoas reais que precisamos modificar mas são, isso sim, sugestões mentais que nos tentam a acreditar que a ação inteligente possa estar à mercê da coação material. Quando enfrentamos essas obstruções mentais com os fatos espirituais sobre a totalidade de Deus e nossa perfeita inteireza como Seu reflexo espiritual, constatamos que somos capazes de expressar mais domínio em nossa vida. Como resultado, tornam-se mais evidentes nossas inatas qualidades divinas: inteligência, alegria, abnegação, paciência e doçura.

É útil também superar o mero senso de obrigação a respeito de escrever para os periódicos. Temos de vencer a sensação de que escrever é algo que nós precisamos fazer. Devemos deixar que o Amor expresse Seu propósito em nós. Escrever não deve ser uma questão de obrigação, mas de inspiração. Quando estamos inspirados, sentimos a profunda alegria do que nos está sendo revelado. Tentar conter essa inspiração seria o mesmo que tentar estancar uma fonte d'água na montanha. Escrever passa a ser quase uma necessidade!

Dar um pouco de nosso tesouro espiritual é na verdade tansmitir algo da inspiração que sentimos em determinada experiência. Isso não quer dizer que relatamos apenas a inspiração que certa vez tivemos. Deus, a Mente eterna, está constantemente transmitindo inspiração e compreensão. Ele conhece e revela todo o bem como uma realidade atual. Ele certamente nos provê de novas perspectivas a respeito de experiências que, no passado, nos trouxeram cura e progresso. Portanto, é possível, é de fato necessário, para um artigo metafísico, que se escreva com a inspiração atual.

Um artigo verdadeiramente inspirado não é teórico, nem tampouco abstrato. Inclui explanações de certos termos, em consideração a alguns leitores, desenvolve adequadamente pontos espirituais importantes e fornece exemplos concretos e analogias. Mas, o que é mais importante, ele está apoiado no próprio poder de Deus, Aquele que dá a inspiração; portanto, o artigo trará resultados práticos e sanadores ao leitor.

Escrever a partir dessa premissa pode tornar-se uma experiência de renovação e elevação espiritual, totalmente livre da sensação de sobrecarga e frustração, que muitas vezes está associada à mera tentativa humana de criatividade. Aliás, não há nenhuma razão pela qual nosso trabalho não possa ser realizado com alegria e facilidade. Isso não quer dizer que nunca encontraremos dificuldades ou desânimo, ou então, solicitações para reescrevermos um artigo. Também não quer dizer que devemos abandonar nosso propósito se encontramos problemas. (Somos gratos pelo fato de o praticista da Ciência Cristã não abandonar um caso quando este não é curado completamente no primeiro tratamento!) O que quero dizer é que faríamos bem em admitir mentalmente aquilo que é possível e espiritualmente natural, orando para que isso se manifeste em nosso artigo. Estas palavras da Sra. Eddy indicam o que inevitavelmente acontece quando, em qualquer trabalho de cura, ouvimos em espírito de oração: “A Ciência Cristã faz calar a vontade humana, acalma o medo com a Verdade e o Amor, e revela a atuação sem esforço da energia divina na cura dos doentes.” Ciência e Saúde, p. 445.

Por mais alarde que a mente humana faça sobre a arte de escrever, argumentando que se trata de algo muito “especial”, reservado a uns poucos privilegiados, esta é uma atividade simples, quando realizada de forma cristã. Transmitimos do coração, como quando falamos com um amigo. Usando a linguagem bíblica, podemos dizer que os artigos metafísicos consolam os outros com “a consolação com que nós mesmos somos contemplados por Deus.” 2 Cor. 1:4.

De modo geral, não encaramos o testemunho dado numa reunião de quarta-feira na igreja, como algo reservado para uns poucos oradores privilegiados. No entanto, escrever para os periódicos também é uma atividade que se inspira no Cristo, é recomendada por nossa Líder, a Sra. Eddy, a todos os Cientistas Cristãos e é vital para o progresso de nossa Causa. Ver Miscellaneous Writings 271:10–12.

Não há dúvida de que devemos obedecer às regras da gramática e da pontuação; devemos também incluir clareza metafísica e equilíbrio. Adquirir um conhecimento prático dos requisitos pode ser bastante útil. No entanto, a Sra. Eddy estabeleceu que os Redatores devem auxiliar os colaboradores; a falta de experiência profissional, portanto, não deve impedir ninguém de contribuir com um testemunho ou artigo.

Fundamental para escrevermos melhor é o crescimento em graça, ou seja, o abandonarmos em nosso pensamento, e em nossa maneira de viver, tudo o que obscurece um propósito puro e sanador. É provável que todos nós façamos bem em nos livrar um pouco mais do sentido pessoal, ao escrever. O crescimento espiritual ajuda-nos a deixar para trás o apego pessoal a nossas idéias ou à maneira específica como nós as expressamos, muito embora possamos trabalhar com os Redatores para chegar a uma redação que seja satisfatória para ambos os lados. Além disso, o contínuo crescimento em graça também nos ajuda a vencer pensamentos de orgulho e de autocomplacência, ou então, a vencer conceitos negativos sobre os periódicos ou sobre quem trabalha em sua publicação. Se esses pensamentos não forem combatidos, passarão a prejudicar enormemente nosso preparo de artigos ou, o que é pior, poderão nos manter numa apatia tal, que nunca sequer começamos a escrever. Em ambos os casos, corremos o risco de enterrar nossos tesouros.

Unamo-nos em oração em apoio a cada etapa do processo de publicação dos periódicos. Podemos nos unir, na mais profunda humildade, com todos aqueles que estão envolvidos nesse trabalho, num esforço conjunto de ouvir o que o Pai está revelando para a grande família de leitores dos periódicos. Quando trabalhamos a partir da perspectiva espiritual de que há uma única Mente, um único Ego, nenhuma forma de sentido pessoal poderá nos impedir de juntar caneta e papel (ou de colocar os dedos no teclado!).

É grande a necessidade de artigos e testemunhos inspirados. Uma única colaboração nossa pode proporcionar um bem imenso a inúmeras pessoas que talvez nunca venhamos a conhecer; ela pode fortalecer, elevar, curar. Às vezes, uma sementinha da verdade é plantada na vida de um leitor, e ela germina muitos anos depois. Todo leitor, seja ele novato na Ciência Cristã, ou não, é beneficiado pelo amor e apoio que os periódicos proporcionam. Será que não deveríamos pensar em dar um pouco mais de nossos inestimáveis tesouros de compreensão espiritual?

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