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“Como será isto...?”

Da edição de dezembro de 1994 dO Arauto da Ciência Cristã


Quantos De Nós já lemos e relemos tantas e tantas vezes uma história querida, ou um relato histórico, que praticamente temos tudo na memória e achamos que conhecemos todos os detalhes? Era assim que eu pensava sobre a história do nascimento maravilhoso de Jesus, relatada na Bíblia. Alguns anos atrás, porém, por ocasião do Natal, algumas palavras bem conhecidas chamaram minha atenção.

O que sobressaiu foi a resposta de Maria à notícia, dada pelo anjo, de que ela teria um filho: “Como será isto, pois não tenho relação com homem algum?” Em outras palavras: “Isso é humanamente impossível porque não tive relações com nenhum homem.” A missão de Maria havia sido profetizada e era algo único, mas acaso não temos praticamente a mesma reaçāo, frente a acontecimentos inesperados ou a necessidades extraordinárias? “Tal coisa é imposível... pois não tenho dinheiro, tempo, força, amigos, fé, experiência, escolaridade.” Essa resposta, mental ou audível, parte da premissa de que só em certas circunstâncias é possível obter determinados resultados, isto é, de que coisas finitas e materiais como dinheiro, tempo, constituição física ou mental, antecedentes históricos e ações influam em todos os acontecimentos humanos.

O anjo respondeu a Maria, dizendo: “Descerá sobre ti o Espírito Santo e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra.... Porque para Deus não haverá impossíveis em todas as suas promessas.”  Lucas 1:34, 35. Ciência e Saúde, de autoria da Sra. Eddy, fala de anjos como “pensamentos de Deus que vêm ao homem....” Ciência e Saúde, p.581. Em outro trecho de seus escritos ela assim da presença desses pensamentos: “Ó, que possais sentir esse toque, — não é um aperto de mão, nem a presença de um ente querido; é mais do que isso: é uma idéia espiritual que ilumina vosso caminho!” Miscellaneous Writings, p.306.

Os anjos não são seres com asas. Não se vêem com os olhos. Eles são percebidos por nós no pensamento e como pensamentos, mediante a intuição espiritual. São momentos de compreensão da verdade de Deus, do homem e do relacionamento do homem com Deus. A natureza de Deus é Espírito, Princípio perfeito, Amor; e o homem reflete a Deus por ser Sua semelhança espiritual, Seu filho. Essas idéias espirituais estão literalmente conosco a toda hora e em quaisquer circunstâncias, estão sempre presentes na consciência humana, embora sejam percebidas apenas quando estamos dispostos a buscar a orientação de Deus, em vez de confiar em meios e métodos meramente humanos de pensar e de agir. São pensamentos que brotam do amor imparcial e não do amor pessoal, da inteligência divina e não do conhecimento humano, do Princípio imutável e não da opinião mortal, do bem espiritual e ilimitado e não de um senso material e limitado de bem. Para encurtar, eles são pensamentos de Deus, o bem que abençoa a todos e não apenas uma pessoa.

A receptividade de Maria ao anjo, ao pensamento de que nada é impossível a Deus porque Ele está sempre presente e é todo-poderoso, capacitou-a a dar luz o menino Jesus, que passou a vida demonstrando “o poder do Altíssimo” sobre todas as formas de limitação, inclusive a morte. À medida que cada um de nós é receptivo aos pensamentos angelicais, isto é, está disposto a buscar em Deus a orientação e a deixar de lado as expectativas preconcebidas terrenais, sentirá em sua experiência, momento a momento, uma atmosfera de paz, segurança, alegria e bem ininterrupto e também será capaz de exalar essa atmosfera.

Regozijei-me ao perceber a importância desse aspecto da história de Natal para cada um de nós hoje. Não pensava, porém, que fosse precisar tanto dessa compreensão e tão pouco tempo depois! Vários dias antes do Natal, recebi um telefonema às três horas da madrugada. Era um rapaz que eu conhecia e que, na manhã seguinte, iria receber o diploma da faculdade junto com a noiva. Soluçando, ele disse que estava tomado de grande tristeza e receava estragar o dia de todo o mundo. Ele e o pai estavam afastados havia algum tempo e, numa ocasião como essa, ele tinha grande vontade de que o pai estivesse presente e o amasse!

O que podíamos fazer, ele ou eu? Humanamente, parecia impossível tentar uma reconciliação em apenas poucas horas, especialmente depois de tantos anos. Armei-me, porém, com a afirmação da mensagem angelical de que para Deus tudo é possível e senti-me absolutamente confiante em que o Espírito Santo, a verdade sobre Deus e sobre Seu amor pelo homem, já estava com esse jovem e o poder do Altíssimo envolveria completamente “com a sua sombra” esse quadro triste. O poder da onipresença de Deus certamente venceria a crença de que um de Seus filhos pudesse estar carente de afeto e apoio. Durante uma hora conversei com o rapaz, assegurando-lhe que Deus, o bem, era seu Pai, a causa una e única; que ele nunca havia se separado de Deus; que sua felicidade não provinha de pessoas, mas era o reflexo de Deus e, portanto, nunca poderia ser perdida nem ser-lhe tirada. No fim de nossa conversa, ele me agradeceu e disse que estava se sentindo melhor.

No dia seguinte tudo correu bem, exatamente como devia ocorrer. Não só o pai compareceu inesperadamente à formatura, mas a desavença entre os dois não mais existiu dali por diante. Aliás, o jovem desfruta agora daquela proximidade afetiva com o pai, que ele tanto almejava.

Meu jovem amigo havia começado a prestar atenção à mensagem angelical, a idéia espiritual, e esta realmente iluminara seu caminho. Que Espírito Santo é esse que descera sobre ele? Ele não fora hipnotizado para sentir uma falsa felicidade, nem fora drogado para sentir uma calma ilusória e também não fora confortado humanamente com a presença de um ente querido. O Espírito Santo é a Ciência do Cristo, a Ciência ou compreensão divina como a que Cristo Jesus tinha, do relacionamento espiritual e permanente de Deus com o homem. Essa compreensão literalmente envolvera "com a sua sombra" os muitos receios de perder a felicidade, os quais haviam atormentado esse rapaz e que eram originários da crença em um passado mortal e daquela evidência dos sentidos materiais.

A verdade espiritual elevou seus pensamentos para a aceitação do bem abundante e perpétuo advindo de Deus, em lugar da crença no bem intermitente e incerto, dependente de pessoas, lugares, ou coisas. Despertou nele o sentido espiritual do ser, o reconhecimento da vida que vem de Deus e não da matéria, a percepção de que Deus é Amor, sempre-presente e todo-poderoso, e de que, portanto, o relacionamento entre Deus e o homem é ininterrupto, harmonioso e eterno. O livro Miscellaneous Writings, da Sra. Eddy, descreve tudo isso de forma sucinta nas seguintes palavras: “O homem é a imagem e semelhança de Deus; tudo o que é possível a Deus, é possível ao homem como reflexo de Deus.” Ibidem,p.183.

Dia a dia, até minuto a minuto, cada um de nós enfrenta a necessidade de fazer escolhas; qual será nossa atitude com relação à saúde física, carreira, negócios, família, amigos? Daremos atenção aos sentidos físicos, que nos afirmam continuamente que o bem é limitado e em alguns casos nem existe, mas depende sempre de algo fora de nosso controle? Ou recorreremos a Deus e ouviremos a mensagem angelical de que tudo é possível a Deus, que o bem está sempre presente (e portanto é possível) porque Deus está sempre presente e Ele é bom?

A direção para a qual olhamos mentalmente determina nossa experiência. Muitas pessoas, através da história, foram capazes de vencer graves limitações e provar que “não haverá impossíveis”, aceitando com humildade pensamentos angelicais e raciocinando a partir do ponto de vista de que Deus é presença, poder e amor constantes. Essa é a idéia-Cristo que vive e abençoa a todos, o tempo todo, a mensagem que os anjos cantam constantemente e que cada um de nós pode ouvir.

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