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Encontrar a Deus e encontrar companheirismo

Da edição de março de 1995 dO Arauto da Ciência Cristã


O Desejo De ser amado e estimado é muito natural! Sem dúvida, é bom sentir que os outros nos querem bem!

No entanto, muitas vezes as circunstâncias parecem dizer que não somos amados nem estimados. Talvez um divórcio recente ou o falecimento do cônjuge nos tenha deixado com a sensação de abandono. Ou talvez, enquanto amigos nossos se casam e constituem família, nós estejamos sem companhia, seja de uma amizade mais próxima, seja de um parceiro de casamento. Aí sentimos a solidão.

A Bíblia fornece uma orientação clara a quem quer que anseie por companhia. No Sermão do Monte, nosso Mestre, Cristo Jesus, fala da capacidade de Deus para cuidar de todas as nossas necessidades. Uma tradução moderna de Mateus 6:31—33 diz: "Não vos preocupeis nem repitais constantemente: 'que comeremos, que beberemos ou que vestiremos?' ... vosso Pai Celeste sabe que necessitais de todas essas coisas. Dirigi vosso coração em primeiro lugar a Seu reino e Sua bondade, e todas essas coisas virão naturalmente" (J. B. Phillips, The New Testament in Modern English).

Certamente, não existe uma fórmula para se encontrar companhia agradável e permanente. No entanto, como o amor de Deus por Seus filhos é abundante e infinitamente terno e solícito, uma companhia que traga satisfação faz parte, sem dúvida, do plano do Amor para cada um de nós. Como indica o trecho acima, para comprovarmos isso temos de colocar a Deus em primeiro lugar em nossa vida.

O Deus que devemos colocar em primeiro lugar é o Espírito infinito. Ele é Vida divina, a única e verdadeira fonte eterna da existência e de toda a criação. Ele é a Mente divina e única. Como Deus é Tudo, o Um infinito, Ele não existe em separado de Sua imagem e semelhança, o homem. Ao contrário, Deus e o homem são inseparáveis. A causa perfeita, Deus, nunca pode ser separada do resultado perfeito, o homem. O Amor nunca pode estar divorciado de sua expressão.

Essa inseparabilidade imutável entre Criador e criação implica a existência de uma unidade fundamental, subjacente a toda realidade. Significa, também, que no universo espiritual de Deus todos os relacionamentos se caracterizam por essa unidade. Todavia, apesar de todos os filhos de Deus serem unos com Ele, cada um é singular, e nenhuma individualidade é supérflua, nem é sacrificada em benefício dessa unidade.

Na perfeita unidade — Deus e o homem — somos amados e estimados por Deus. Além disso, como cada idéia espiritual reflete o único Amor infinito que governa o universo, cada idéia expressa o apreço e o afeto do Amor por todas as idéias do Amor. Apesar dessa realidade espiritual não ser visível aos sentidos físicos, para o sentido espiritual a unidade do homem com Deus é inquestionavelmente real.

Além de procurar uma melhor compreensão sobre Deus e Sua realidade espiritual, e de nos empenhar para colocá-Lo sempre em primeiro lugar, há outros passos específicos que devemos dar? No caso de estarmos em busca de companhia, é necessário fazer algo especial para encontrarmos e falarmos com outras pessoas?

Mais importante do que qualquer medida desse tipo, é ver o que pensamos a respeito de nós mesmos. Pensamos que somos solitários, desiludidos ou incapazes? Ou nossa confiança é tal, a ponto de termos consciência da unidade de Deus com o homem e, portanto, estarmos certos de nossa satisfação e de sermos amados e amorosos, como a expressão de Deus?

Precisamos partir da premissa de que, como filhos de Deus, já somos completos e satisfeitos. Precisamos, também, viver de acordo com essa idéia. E, à medida que a cada momento sentimos essa realidade, surgem oportunidades de conhecermos e abençoarmos outras pessoas, sem recorrer a manipulação nem estratagemas.

Há algo maravilhosamente atraente numa consciência que cintila com a verdade da união do homem com Deus! Essa consciência é bela porque é santa. Não é egoísta; ao contrário, é altruísta em suas bênçãos e dádivas. Com essa consciência, temos um senso de segurança que não é forçado, mas natural.

Se já temos um relacionamento que parece promissor, como devemos pensar a esse respeito?

Progredir em nossa compreensão de Deus e de nossa unidade com Ele significa compreender que todo relacionamento adequado e moral tem uma base mais profunda e mais sólida do que talvez tenhamos imaginado. A proximidade, o apreço mútuo e o afeto que buscamos num relacionamento são possíveis e naturais porque essas qualidades já fazem parte da realidade espiritual, e nela são mantidas intactas e eternas. À medida que vemos as coisas sob essa luz, nos libertamos da crença de que temos de forçar o relacionamento em determinada direção. Libertamo-nos, também, da preocupação de que o relacionamento possa romper-se ou perder-se.

Algo maravilhoso acontece, à medida que colocamos mais espiritualidade em nossos relacionamentos. Ver e sentir a infinidade do Amor eleva nossos motivos. O desejo de encontrar alguém que preencha um suposto vazio em nossa vida já não é uma preocupação. Ao contrário, nossa meta passa a ser deixar que a unidade do homem com o Amor infinito brilhe em nossa vida. Pouco a pouco percebemos que nossa verdadeira satisfação não está em encontrar a pessoa certa e depois derramar copiosamente nosso afeto sobre ela. Nossa satisfação, em vez disso, consiste em conhecer a Deus e a nós mesmos em Sua luz, abrindo assim nosso coração ao mundo inteiro, envolvendo a todos num único afeto. Quando entendermos que somos capazes de amar assim, não importando quem nos ama ou não, saberemos então que já encontramos a Deus, já encontramos a única base duradoura para o companheirismo.

Durante minha adolescência e no início da vida adulta, eu estive à procura de alguém para me casar. Francamente, essa busca era frustrante, uma fonte de sofrimento até, pelo menos enquanto não comecei a praticar o que estava aprendendo na Ciência Cristã.

Ao estudar esses ensinamentos, aprendi algo importante: parei de imaginar como eu encontraria a pessoa de meus sonhos. Em vez disso, pacientemente, a cada instante, busquei a realidade espiritual de Deus. Eu sabia que, nessa realidade, eu não era um ser incompleto, nem solitário, mas completo e querido. Eu estava em união com o Amor divino, portanto, em harmonia com todas as idéias do Amor. Eu também sabia que confiar nessa realidade espiritual, especialmente esforçar-me para viver de acordo com ela, era o que eu mais precisava fazer.

Com o passar dos anos, essa maneira de pensar ajudou-me a transmitir um senso de paz e inteireza aos meus relacionamentos. Livrei-me da tentação de usar uma companhia como forma sutil de gratificação própria. Para mim, essa compreensão mais espiritual sobre a realidade de Deus conduziu-me a um casamento feliz e cheio de alegrias.

Em seu livro The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, a Sra. Eddy escreve: "Onde Deus está podemos nos encontrar, e onde Deus está nunca podemos nos separar." Miscellany, p. 131. Não, Deus não é uma espécie de superagente de casamentos para os mortais. Contudo, a harmonia é Seu plano eterno para nós, e o desdobramento desse plano na experiência humana inclui naturalmente relacionamentos agradáveis e um bom companheirismo. Por mais surpreendente que pareça, nossa necessidade mais premente não é a companhia de outra pessoa, mas a compreensão de Deus e de nosso relacionamento com Ele. À medida que seguimos essa premissa, vemos o cuidado de Deus expresso em nossa vida de maneira apropriada e satisfatória. Essa é uma promessa baseada no amor infinito de Deus. Quando confiamos em Deus, nada pode impedir que essa promessa se cumpra.

Porque onde está o teu tesouro,
aí estará também o teu coração.
São os olhos a lâmpada do corpo.
Se os teus olhos forem bons,
todo o teu corpo será luminoso...
Ninguém pode servir a dois senhores....
Não podeis servir a Deus e às riquezas.

Mateus 6:21, 22, 24

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