Sou Muito Grata por ter, há quase trinta anos, conhecido a Ciência Cristã. Foram várias as curas obtidas e bênçãos recebidas somente com o estudo e a compreensão de passagens em Ciência e Saúde.
Há quarto anos, passei por uma experiência que considero um marco em minha vida. Meu marido teve de viajar a serviço durante quase seis meses, para uma cidade que fica no norte do Brasil, muito distante de onde morávamos. Quando já fazia quase três meses que ele estava ausente, eu tive de enfrentar sérios desafios com nosso filho mais velho, tanto em casa como no comportamento dele na escola. Eu tinha vários afazeres domésticos, contas a pagar e outros problemas com os filhos. Tudo isso levou-me a um estado mental perturbado. Comecei a perder o apetite, sentia constantes náuseas e às vezes tinha tonturas.
Meu marido telefonava-me algumas vezes por semana, mas sempre me informava que não sabia quando voltaria para casa. Assim que lhe foi possível, ele veio ver-nos e disse que tinha ainda muito trabalho para fazer, e que teria de continuar naquela cidade distante por mais alguns meses. Não sabia ao certo quando voltaria definitivamente para casa. Aquilo me desagradou profundamente.
Certa manhã, quando eu estudava a Lição Bíblica da Ciência Cristã, comecei a sentir um mal-estar muito grande e não conseguia me concentrar no que estava lendo. Percebendo que estava muito mesmerizada pela desarmonia, telefonei a uma praticista da Ciência Cristã. Logo após eu ter resumido a ela o que estava ocorrendo em nossa família, ela pediu-me para estudar e orar profundamente com uma passagem de Ciência e Saúde que diz: "As duras experiências provenientes da crença na suposta vida da matéria, bem como nossos desenganos e sofrimentos incessantes, levam-nos, como crianças cansadas, aos braços do Amor divino. Então, começamos a compreender a Vida na Ciência divina. Sem esse processo de desavezar, 'Porventura desvendarás os arcanos de Deus'?" (p. 322). Esta passagem consta do parágrafo cujo título marginal é "Utilidade do sofrimento". Depois que desliguei o telefone comecei a estudar e orar com todas as palavras daquele parágrafo.
A praticista pediu-me para eu notar especialmente a palavra desavezar. Peguei um dicionário e procurei a definição de desavezar, que é: "desacostumar-se, desabituar-se, desprender-se". Compreendi então que precisava desacostumar-me e desprender-me do costume de pensar que eu estava sozinha, sem meu marido, sem o seu apoio na educação dos filhos, e assim por diante. Compreendi também que tinha de vencer a vontade humana que queria algo que no momento não acontecia. Lembreime então do que a Sra. Eddy escreveu sobre vontade; consta da página 597 de Ciência e Saúde, como "a força motriz do erro". Logo a seguir, li: "A vontade, como uma qualidade da assim chamada mente mortal, é um malfeitor; eis por que o termo vontade não deve ser confundido com a mesma palavra quando aplicada à Mente ou a uma das qualidades de Deus."
Foram várias semanas preenchidas de muito estudo e oração. Procurava orar continuamente, observando cada pensamento para ver se tinha sua origem em Deus, procurando não ficar tentada a crer no mal como se fosse um poder real.
Uma noite, não conseguia dormir, sentindo-me muito agitada e confusa. Então apeguei-me a todas as verdades espirituais que vinham ao meu pensamento. Percebi que estava sentindo aquilo que se chama "quimicalização", da qual a Sra. Eddy diz: "Por quimicalização quero dizer o processo pelo qual passam a mente mortal e o corpo mortal na mudança da crença, de uma base material, para uma base espiritual" (Ciência e Saúde, pp. 168–169). Quando amanheceu eu me sentia muito diferente. Havia ocorrido uma grande transformação em minha consciência, e eu me sentia calma e segura. Tudo parecia novo ao meu redor, pois meus pensamentos haviam sido renovados. Almocei muito bem e naquela noite dormi tranqüila.
Essa cura foi permanente. Meu marido tem viajado várias vezes a serviço, fora do estado onde moramos, e nunca mais senti aqueles sintomas mentais ou físicos. Não mais atribuí nenhum poder aos pensamentos falsos, de medo, insatisfação, insegurança e justificação própria. Os problemas com o comportamento de nosso filho foram resolvidos completamente pela oração.
Além do crescimento espiritual que obtive, e de um profundo conhecimento de mim mesma como filha amada de nosso Pai-Mãe Deus, ainda aprendi a lição de que não dependemos de pessoas para nos sentir felizes, satisfeitos e seguros, pois, como lemos no início do livro-texto da Ciência Cristã: "Para os que se apóiam no infinito sustentador, o dia de hoje está repleto de bênçãos" (ibidem, p. vii).
São Paulo, SP, Brasil
