A Promessa Mais reconfortante, tanto no Antigo como no Novo Testamento é provavelmente a de que Deus está sempre conosco. "Sê forte e corajoso; não temas, nem te espantes, porque o Senhor teu Deus é contigo, por onde quer que andares" Josué 1:9. foi a garantia dada a Josué. E Jesus, exprimindo o Cristo, ou a sempre-presente mensagem divina para a humanidade, assegurou a seus discípulos: "Eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século." Mateus 28:20.
Jesus, de fato, ensinou que o reino de Deus está bem próximo: dentro de cada um de nós. Quando oramos, então, não pedimos que Deus venha ou permaneça, mas que despertemos para a onipresença divina.
Poder-se-ia então, concluir que, mesmo quando nossos desafios são muito difíceis de superar, no momento de nossa maior necessidade, Deus está presente? Sim. Podemos afirmar que onde parecem estar a perda, a injúria, a dor, o pesar intenso ou o remorso, o bem infinito está presente. Mesmo no meio da maior discórdia, podemos encontrar a harmonia. Precisamente onde alguma mentira parece estar presente, lá está a verdade que a corrige. Isso não quer dizer que Deus esteja presente junto com o problema, mas sim, em vez do problema.
Será isso uma forma de fugir do problema ou de evitá-lo? Não, isso é possuir consciência profética, científica e conduz à cura, à necessária regeneração, redenção e resolução. Essa é a perspectiva cristãmente científica que distingue entre o aparente e o real.
Pode-se assim concluir que, se Deus, o bem, é onipresente, então o mal, qualquer que seja, nunca está presente. Onipresença significa não apenas que Deus está presente em toda a parte, mas que não há outra presença. Uma vez que o Espírito infinito enche todo o espaço, não pode haver vazio ou ausência espiritual. Onde parecem estar a matéria ou as condições materiais, aí mesmo está Deus.
Os sentidos físicos e a mentalidade material negam esse fato. Eis porque, para discernir a Verdade, ou a realidade definitiva, temos de ser autênticos profetas, não julgando segundo a aparência, e, sim, pela reta justiça, como Jesus ordenou. Ver João 7:24. Tal como Moisés, pisamos terra santa, quando nos desviamos do ponto de vista humano comum e prestamos atenção à voz divina, clamando por nós, do meio de alguma sarça ardente. Então veremos, tal como Moisés viu, que seja qual for a prova de fogo que nos aguarde, ela não pode consumir, ou seja, não pode destruir a realidade do ser, a qual é espiritual. Ver Êxodo 3:1–5.
O seguinte relato ilustra o que acabamos de dizer. Há alguns anos uma senhora teve de ser levada às pressas a uma clínica famosa e foram-lhe diagnosticadas uma pancreatite crônica e uma doença do fígado. Ela havia ignorado avisos prévios sobre tensão e uso do álcool. Seus pais, que eram Cientistas Cristãos ativos e tinham levado a filha, quando criança, à Escola Dominical, foram informados de que o estado dela era crítico, e que ela parecia estar perto da morte. Nessa situação extrema, ela quis ser transferida da clínica para um sanatório da Ciência Cristã, onde passou a receber tratamento pela Ciência Cristã.
Dentro de pouco tempo, seu organismo voltou ao normal e os sintomas decorrentes começaram a diminuir. Foi aí que a verdadeira cura começou. Eis como ela a descreve: "Quando voltei a tomar consciência da minha situação, sofri bastante de incredulidade e de medo. Não freqüentava nenhuma igreja havia mais de vinte anos, raramente pensava em Deus e tinha pouca confiança na oração.. . .
"Um dia, uma enfermeira da Ciência Cristã pediu-me que fizesse uma lista de tudo aquilo pelo qual devia estar grata. Olhei para ela e pensei: 'Deve estar a brincar.' Após ela ter saído, comecei a ponderar o fato de ainda estar viva, e, logo em seguida, veio-me o pensamento de que, apesar de ter desistido de Deus, Ele nunca me abandonara. Ele tinha estado comigo ao longo de minha vida em muitas circunstâncias que comecei a relembrar. A declaração de que Deus é Tudo-em-tudo ganhou subitamente novo significado e percebi que se Deus tinha cuidado de mim até aquele momento, Ele iria com certeza continuar a fazê-lo. Ao discernir, pela primeira vez, meu ser espiritual, o conceito que fazia de mim mesma e de meu estado mudou completamente, e percebi que estava curada."
Ela concluiu: "Aprendi uma importante lição sobre o que aceitar no pensamento e a cada dia anseio aprender mais acerca de Deus."
Para regressar ao trabalho, ela teve de se submeter a um rigoroso exame, e o médico atestou que ela tivera uma notável recuperação.
Magnetismo animal é o termo usado na Ciência Cristã para o pensamento essencialmente materialista, para a influência mesmérica da falsa crença e seus efeitos. A cura sempre se dá quando o Cristo, a Verdade, acaba com esse mesmerismo e desperta o pensamento para a realidade espiritual. Quão importante é, então, que vivamos e pensemos de acordo com o Amor divino, para sentirmos a totalidade da presença do Amor conosco. O que nos é exigido é que alinhemos melhor o sentido humano das coisas com o que é espiritualmente verdadeiro.
Cristo Jesus, com sua humildade, seu desprendimento do ego pessoal, ou crença em alguma bondade ou habilidade pessoais; com sua obediência à vontade, ou lei, de Deus; com seu perdão, mesmo daqueles que por ignorância o traíram e crucificaram; e com seu amor transcendente pela humanidade, expresso não apenas a ministrar e a servir mas também a curar, exemplificou essa genuína redenção do pensamento que transforma o indivíduo.
Cristo Jesus ilustrou para a humanidade a realidade da união do homem com Deus. Ele disse: "Aquele que me enviou está comigo, não me deixou só, porque eu faço sempre o que lhe agrada." João 8:29.
Deus e Sua imagem, a Mente infinita e sua idéia, a causa e seu efeito, nunca podem ser separados ou alienados — a não ser em crença. Deus está conosco porque nós coexistimos com Ele como a verdadeira emanação, ou expressão, do Ser Divino.
Nossa necessidade atual é saber isso e vivê-lo com crescente intensidade e, então, encontramos nosso lar, isto é, tomamos consciência de que habitamos no conhecimento da presença de Deus, onde sabemos que somos os Seus amados.
Nem o ódio ou a ofensa, nem a perda ou a privação podem tocar ou afetar o ser real do homem, nossa identidade espiritual unida ao Pai. Assim como não o podem fazer a crueldade, o abuso, a violência, o acidente, a doença ou a morte! Essa genuína identidade não pode ser vítima nem carrasco e é incapaz de fazer mal ou de receber o mal.
Além disso, uma compreensão mais ampla da unidade de cada indivíduo com a Mente que fez todas as coisas constitui a fraternidade, a família e a comunidade. Se cada um de nós está unido ao nosso Criador, então temos de estar inevitavelmente unidos entre nós. O Amor infinito é universal e imparcial. Suas bênçãos repousam igualmente sobre todos nós; suas leis governam a todos com justiça; seu poder preserva e sustém a todos, sem restrições.
De fato, só há um Princípio divino, ou criador, um único Pai-Mãe, e todos nós somos inseparáveis dessa fonte divina. Nenhum de nós pode, jamais, estar fora ou existir separado da onipresença divina.
Vislumbrar esse fato espiritual, mesmo em pequeno grau, é sentir a presença de Deus aqui e agora, até sermos de todo elevados acima de uma perspectiva terrena e encontrarmos nosso ser incólume e completo, confiando no governo do Princípio divino.
Nada é mais importante para a humanidade do que esse despertar. A Sra. Eddy, falando da Ciência do Cristo que ela descobriu, escreve: "Esse Princípio apodíctico aponta para a revelação de Emanuel, isto é, 'Deus conosco' — a eterna presença soberana que aos filhos dos homens livra de todos os males 'de que a carne é herdeira'." Ciência e Saúde, p. 107.
Essa libertação pode ser experimentada, passo a passo, hoje e sempre. Na verdade, ela é inevitável.
O errôneo senso humano de se estar separado de Deus, expresso como falta ou engano, como maldição ou sofrimento, castigo ou abandono, tem de ceder ao fato eterno da identidade inviolável e imortal do homem, sempre unida a Deus.
Essa verdade liberta-nos da falsidade. Ela renova, oferece à humanidade novas oportunidades, a todo momento. Restaura toda a aparente perda e reata tudo que foi partido. Redime os erros passados, liberta de temores acerca do futuro e torna todo o bem possível. Por quê? Porque Deus, Vida e Amor sempre-presente, está sempre conosco e neste exato momento, podemos, com gratidão e alegria, saber isso.
Quão amáveis são os teus tabernáculos,
Senhor dos Exércitos!. . .
Porque o Senhor Deus é sol e escudo;
o Senhor dá graça e glória;
nenhum bem sonega aos que andam retamente.
Ó Senhor dos Exércitos,
feliz o homem que em ti confia.
Salmos 84:1, 11, 12
