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Há Muitos Anos, após um...

Da edição de junho de 1995 dO Arauto da Ciência Cristã


Há Muitos Anos, após um divórcio infeliz, fiquei com a custódia de meus dois filhos. Quando se tornou difícil demais controlar meu filho mais velho, concordei que ele fosse morar com o pai até o final do ano letivo. O pai dele morava numa área onde as escolas públicas eram conhecidas por seu alto nível, ao passo que onde eu morava elas tinham reputação oposta.

Meu ex-marido informou-me que nosso filho tinha encontrado o equilíbrio e feito uma meia volta notável em suas atitudes e notas. Concordei então em que ele ficasse com o pai. Alguns meses mais tarde, este quis que eu deixasse com ele nossa filha também, para que as crianças ficassem juntas. Ela estava tendo bom desempenho na escola, dava-se bem com a babá e tínhamos uma vida familiar muito harmoniosa. Por isso, foi-me extremamente difícil acatar esse pedido. Tive uma séria luta comigo mesma ao tentar pôr meus sentimentos de lado, para que ela pudesse ter um sentido mais completo de lar. Após oito meses, finalmente concordei. Então, uma vez dado esse passo, o pai opinou que, para preservar não só o relacionamento das crianças com a nova madrasta, como também a harmonia da família, eu não deveria mais ter contato com as duas crianças. Depois de muito tumulto de minha parte e ressentimento entre nós, consenti com a separação.

Lutei com ondas de depressão e senso de culpa, acompanhadas por agudas dores de cabeça, por uns quinze anos. Caía em prantos em qualquer lugar, a qualquer momento, se acaso visse crianças na idade dos meus filhos. Orei da melhor maneira que pude como Cientista Cristã, mas um extremo pesar e um sentimento revoltado de inutilidade persistiam obstinadamente.

Finalmente, numa tarde de domingo, a situação chegou a tal ponto, que eu parecia envolta em trevas e comecei a perder a consciência. (Uma atriz famosa havia cometido suicídio nesse mesmo final de semana; eu estava fortemente inclinada a considerar esse ato como uma solução para mim.) Imediatamente acionei o toca-fitas, no qual eu havia colocado uma gravação dos hinos do Christian Science Hymnal. Deitei-me no sofá e com todo meu coração procurei realmente ouvir as palavras sanadoras dos hinos. Quando a gravação estava por terminar, as palavras do hino n° 267 literalmente irromperam em meu pensamento:

Oh, Perfeito e Divino,
Teu amável chamado ouvimos,
Santuário terrestre não buscamos,
Mas, Senhor de todos Te
coroamos.

Imediatamente percebi que eu estivera em busca de um “santuário terrestre” de amor — crianças, lar, família! Compreendi que, como filha inocente, amada de Deus, eu já incluía todas as qualidades espirituais de inteireza e realização e que minha identidade era formada pelo Amor divino, não por uma série de rótulos humanos psicológicos e cruéis.

A mudança foi surpreendente. Levantei-me renovada, alegre, e com um novo sentido de auto-estima. Minha vida mudou à vista d’olhos — arranjei novos amigos, um emprego mais satisfatório e novas atividades na igreja.

Contudo, as ondas de desespero e as dores de cabeça ainda não estavam completamente curadas, apesar de orar intensamente. Quando, certa manhã, alguns anos mais tarde, fui invadida por um forte desespero, decidi que não ia consentir nem um minuto mais com isso. Reconheci ser essa aflição uma “insolente imposição”, conforme descrita em Ciência e Saúde: “As correntes calmas e fortes da verdadeira espiritualidade, cujas manifestações são a saúde, a pureza e a imolação do próprio eu, têm de aprofundar a experiência humana, até que se veja que as crenças da existência material não passam de insolente imposição, e que o pecado, a doença e a morte cedem o lugar, para sempre, à demonstração científica do Espírito divino e ao homem de Deus, homem este espiritual e perfeito” (p. 99). Com surpreendente senso de autoridade espiritual, levantei-me da cadeira, com lágrimas rolando pela face, e declarei com vigor, repetidamente: “... o inverso do erro é verdade” (Ciência e Saúde, p. 442). Declarei essa frase, não como uma fórmula destinada a me convencer de alguma coisa, mas por ser ela um fato espiritual, viável e verdadeiro. Continuei a declarar que minha identidade espiritual, como a amada de Deus, era perfeita e intacta. Sabia que esses eram fatos espirituais que não podiam ser invertidos, zombados ou negados; o mal não tem voz, nem presença, tampouco poder ou autoridade para fazer de mim sua vítima. Por fim, declarei que eu sabia que essas verdades tinham autoridade própria e eram evidentes por si — e que eu sabia que sabia tudo isso!

Subitamente, estava calma, feliz e em absoluta paz. Um amor por meus filhos, com um grande sentido de liberdade, envolveu meu pensamento. Não houve uma mudança imediata no meu relacionamento com eles, mas eu já não me afligia por eles, e não sofria mais de dores de cabeça. Já não sucumbia em lágrimas ao ver outras crianças. Sabia, de modo positivo, que meus filhos pertenciam a Deus, não eram meus, ou do pai deles ou da madrasta. Deus estava amando, protegendo, mantendo e confortando a todos nós, e eu podia ser grata porque o pai e a madrasta os amavam e estavam cuidando deles.

Agora a cura estava deveras completa. Passados mais alguns anos, um problema de gagueira que me perturbara durante toda a vida foi curado, fui eleita Segunda Leitora em minha igreja e fui capaz de ajudar outras pessoas através da prática pública da Ciência Cristã. Casei-me novamente, uma união muito feliz. O contato cordial com meus filhos foi subseqüentemente restabelecido — primeiro com minha filha e mais tarde com meu filho.

Minha gratidão por essa cura não tem limites — não só por me ver livre dos problemas emocionais, mas também pela renovação espiritual, pela paz e propósito que trouxe à minha vida.

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