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Nenhum respaldo para ressentimento

Da edição de junho de 1996 dO Arauto da Ciência Cristã


Às Vezes, ocorrem eventos que provocam grande ressentimento. Na maioria dos casos, parece que esses eventos surgem em nossa vida sem a nossa anuência e, não raro, provocados por outro indivíduo ou grupo de indivíduos. Tais acontecimentos podem nos ter abalado muito, mudado nossa vida para pior, deixado em nós a impressão de não termos mais forças para recuperar-nos. Mas, será que é assim mesmo? O ressentimento pode ser curado. Mediante a oração, podemos olhar frontalmente através do ressentimento e desafiar as circunstâncias peculiares que parecem nos separar do amor de Deus.

Se houve alguém que teve motivo para justificar um ressentimento contra outros, esse alguém foi Cristo Jesus, preso à cruz, carregando o ódio que o mundo tinha contra a verdade que ele expressou com tanto amor. Ele havia andado por entre todo tipo de pessoas, amando-as, esforçando-se por ajudálas a elevar o senso que tinham sobre Deus e o homem, perdoando pecados e curando doença e morte. Esse foi, verdadeiramente o melhor indivíduo que a humanidade veria sobre a terra e ele, com certeza, não mereceu aquilo que lhe fizeram. Mas, teria Jesus se entregado ao ressentimento? Não. Ele perdoou e orou para aqueles que o estavam perseguindo, até mesmo no exato momento em que assim procediam. Ele iria provar a eficácia dessa oração, elevando-se acima do senso de morte e destruição, lançado sobre ele pelo mundo. Como foi que Jesus conseguiu resistir à tentação de ter ressentimento? Qual foi a base de sua prova do poder do amor espiritual?

A Ciência Cristã nos ajuda a achar as respostas, extraindo a inspiração da Bíblia, que nos revela a Deus como Espírito, não como um ser corpóreo. Ele é todo bom, sempre ativo e onipotente. Em Atos, lemos o que Paulo disse, referindo-se a Deus: “Nele vivemos, e nos movemos, e existimos.” Atos 17:28. NEle. Não há nada além. Se Deus é Espírito e o homem é criado à Sua imagem e semelhança, o homem é um ser espiritual, não material. E, se Deus é tudo, é Espírito, não pode haver duas verdades, uma espiritual e a outra material. O fato é que o Espírito, Deus, é Tudo-em-tudo; Sua criação é a única realidade. É um falso conceito sobre o homem de Deus (e qual outro homem há?) o que nos leva a crer que o homem é um ser material, com limitações, falhas, crueldades e incapacidades. Ao desviar o olhar daquele falso senso para a verdadeira natureza de Deus e Sua criação (e o que mais pode haver?), começamos a perceber que jamais existe um indivíduo ou poder capaz de nos causar dano.

Qual o bem que esse discernimento espiritual nos proporciona? Bem, para começar, ele fornece os meios para curar o senso escuro e aleijado do ressentimento.

Durante muitos anos, fiquei nutrindo ressentimento para com um indivíduo que eu julgava me havia magoado através de seus atos. Eu estava muito indignada com ele e persisti em continuar num estado deplorável, justificando-o a cada oportunidade, catalogando novas e adicionais ofensas ou revisando as antigas. Nunca me ocorreu pensar que, assim agindo, eu estava me pondo vendas nos olhos, não percebendo a verdade espiritual. Em certo momento, durante essa época, observei mais criteriosamente este trecho que se encontra no Glossário do livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde, da Sra. Eddy: “Céu. Harmonia; o reino do Espírito; governo pelo princípio divino; espiritualidade; felicidade; a atmosfera da Alma.” Ciência e Saúde, p. 587.

Reconciliar meu estado atual de pensamento com a harmonia e felicidade era-me praticamente impossível! Pergunteime se eu estivera reconhecendo o fato de que “o reino do Espírito” incluía a mim e a todos os indivíduos na atmosfera do Espírito, da Alma. É claro que eu não tinha feito isso. Então, ali mesmo, naquele momento, ocorreu-me que eu tinha trabalho a fazer.

Ao orar sobre a situação, percebi que eu estava lidando com uma mentira a respeito de Deus e Sua criação, atando-a a outro indivíduo e dando-lhe o poder de me abalar. Eu havia alcançado um ponto importante. Sabia que poderia separar a mentira sobre o homem de Deus, já que só existe uma única criação, e o homem, a expressão perfeita e harmoniosa de Deus, o divino Princípio, é governado por esse Princípio. Onde, nessa criação, poderia ser encaixado um poder que venha desafiar um indivíduo e magoar um outro? Em nenhum lugar. É uma falsa pretensão, o nada.

Se isso era o nada, o que me estava amedrontando? Será que expressar Amor poderia me prejudicar? A Bíblia ensina: “Deus é amor, e aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus, nele. Nisto é em nós aperfeiçoado o amor, para que, no Dia do Juízo, mantenhamos confiança; pois, segundo ele é, também nós somos neste mundo. No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo.” 1 João 4:16-18.

Então, uma vez desvendados os meus olhos, pude enxergar a total falsidade da crença de que eu havia sido privada de algum bem por outro indivíduo. E que peso foi tirado de meus ombros! Percebi que tanto esse indivíduo como eu sempre fôramos governados e regidos por Deus em perfeita paz, nunca em desarmonia. Na “atmosfera da Alma” não existem falsos juízos flutuando à deriva, atormentando ora este indivíduo, ora aquele outro, provocando destruição e interrompendo a harmonia divina.

Descobri que eu podia amar esse indivíduo porque ele era, em realidade, uma expressão de Deus, assim como eu. Desde então, constatei que pensar com afeto a respeito daquele indivíduo, falar-lhe cordialmente, trabalhar prazerosamente com ele, vinha-me com naturalidade e que ele correspondia com benevolência à mudança de meu pensamento com relação a ele.

Assim, o que é que estamos ressentindo? Se Deus é Tudo, e tudo é governado pelo Princípio divino, a mentira de que alguém possa nos magoar, nos macular, ou nos amedrontar e criar em nós ressentimentos, não tem respaldo na totalidade de Deus. Se acolhemos um ressentimento, estamos dando a ele um abrigo não autorizado, porque Deus é Amor e o homem é a expressão mesma daquele Amor.

O ressentimento não só vocifera mentiras contra nossos irmãos, mas também impede nosso próprio progresso espiritual. Se Jesus tivesse cedido à tentação de nutrir ressentimento contra aqueles que o crucificaram e traíram, ele teria tido sua atenção desviada da gloriosa demonstração da Vida sobre a morte. Estaremos nós permitindo que nos distraiam da Vida e do Amor eternos?

...sede vós perfeitos
como perfeito
é o vosso Pai celeste.

Mateus 5:48

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