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Toque de reunir

Da edição de junho de 1996 dO Arauto da Ciência Cristã


Nossa Fazenda Ficava no alto de uma montanha, onde a terra parecia encontrar o céu. Nós a chamávamos Fazenda do Céu. Ouvia-se qualquer ruído, a quilômetros de distância. Assim sendo, percebíamos muito bem quando um vizinho, que morava do outro lado do vale, chamava o gado de volta ao curral todas as tardes, às cinco horas: um chamado longo e claro. Passados uns instantes, ouvia-se também a resposta, o tinir do sino da vaca-madrinha voltando para o curral. Nunca tive a oportunidade de conhecer pessoalmente esse vizinho, mas eu gostava dele. Sua maneira de dar o toque de reunir exprimia o seu amor por aquelas vacas. Era um chamado distinto, forte, expressando finalidade e direcionamento. Seu cuidado tinha algo em comum com o dos pastores bíblicos, cujas ovelhas sabiam sempre reconhecer a voz daquele que as pastoreava.

A voz de Cristo Jesus deve ter estado plena de amor e força, quando ele chamou a Lázaro, seu amigo, para fora do túmulo. A compreensão que o Mestre tinha a respeito de Deus, a Vida infinita, o habilitou a despertar Lázaro da crença na morte. O Mestre venceu as assim chamadas leis materiais e demonstrou o poder do Espírito ao curar os doentes, ao andar sobre a água, ao alimentar as cinco mil pessoas, tendo apenas alguns pães e peixes e ao ressuscitar dentre os mortos, após ter sido crucificado e sepultado. Ele provou aos mortais a supremacia do Espírito sobre a matéria. O chamado que penetrava no pensamento e que livrou tanta gente das crenças materiais, na época de Jesus, pode ser ouvido hoje também. É a mensagem de Deus para cada um de nós, o Cristo eterno, nos instigando a elevar nossa compreensão sobre a natureza do homem, a vê-lo como filho de Deus, completo, puro e harmonioso.

Em uma das parábolas de Jesus, um rapaz, chamado às vezes de filho pródigo, estava passando extrema necessidade. Ver Lucas 15:11-24. Como ele havia esbanjado sua herança, vivendo dissolutamente, viu-se reduzido a sofrer de fome e aflição. Aí, diz-nos a Bíblia, “caindo em si”, lembrou-se da casa de seu pai, onde cuidariam dele, mesmo se ali fosse apenas um empregado contratado. Ao fim da narrativa, ele é recebido como filho muito amado. Que percepção alcançamos, quando caímos em nós mesmos, compreendendo o que já temos, o que já somos! “Jamais conseguirás demonstrar a espiritualidade sem antes declarares que és imortal e compreenderes que o és,” escreve a Sra. Eddy. E continua mais adiante, no mesmo comentário: “A menos que percebas plenamente que és filho de Deus, portanto perfeito, não tens Princípio para demonstrar e nenhuma regra para tal demonstração.”The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 242.

Não importa o quanto nos achemos inúteis, quão incurável pareça ser uma doença que pensamos ter, ou quão ruim pareça a repercussão de nossos atos, a voz da Verdade nos incita a reconhecer nosso verdadeiro ser à imagem e semelhança de Deus e dissipa as trevas para que encontremos o caminho de volta ao lar. Esse lar é nosso ser verdadeiro, como o reflexo puro de Deus, o bem.

Essa compreensão traz consigo efeitos tangíveis. Discernimentos e desejos novos e espirituais mudam nossas perspectivas de tal maneira que podemos até entrever, sob nova luz, a evidência sobre a qual baseamos as nossas conclusões. Essa foi minha experiência quando meu marido e eu sofremos um acidente de automóvel.

Embora o acidente tenha, de início, me ocasionado problemas e dores, pude ficar atenta ao Cristo através da oração, pronunciando a verdade sobre minha filiação espiritual como filha de Deus. Eu sentia isso. Eu sabia isso. Era uma presença tangível.

O discernimento espiritual de que eu era governada por leis divinas capacitou-me a perceber o fato de que, em realidade, não há lei que sustente a dor ou mantenha um ferimento, seja uma lei material, seja médica. O Princípio divino, Deus, mantém minha saúde. A Mente divina, Deus, desenvolve somente aquilo que é inteligente e bom em minha vida, e a Verdade, Deus, preserva a indestrutibilidade de meu ser, pois este é Sua criação espiritual. Isso era tão claro que, em pouco tempo, todos os sintomas de dor e luxação desapareceram. Ademais, eu comecei a expressar, em grau mais elevado, uma memória excelente, bem como eloqüência, paz e confiança. Antes, eu precisava me esforçar bastante para expressar essas qualidades e habilidades. É claro que sempre podemos demonstrar maior progresso nesse sentido, mas agora já o consigo sem tanto esforço. A compreensão e a cura ganhos através dessa experiência permaneceram comigo como prova da realidade espiritual do homem e das leis divinas que o governam.

São Paulo escreve: “Não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Romanos 12:2. Na história do filho pródigo, podemos perceber como se dá esse fato. Humildade, imolação de si mesmo, sinceridade, essas qualidades o capacitaram a abandonar o egoísmo, a obstinação, o viver desordenado, que o tinham decepcionado e deixado, por fim, sem nada.

Nós não estamos à deriva, sem nada para nos guiar ou para nos ajudar em nossa caminhada rumo ao Espírito. O caminho está traçado para nós, através de exemplos e detalhes, do começo ao fim da Bíblia. Onde olhar, como andar, tudo isso está delineado nesse livro. O significado espiritual da Bíblia está revelado no livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde, de autoria da Sra. Eddy. Esses dois livros, ao proclamar as verdades que devem ser demonstradas, nos mostram a maneira de seguir o conselho de Paulo citado acima: “Não vos conformeis com este século.” Eles nos ensinam também também a natureza impessoal do mal, que é a suposta atividade da mente mortal ou carnal, uma pretensão de que existe matéria inteligente, vívida e substancial que nos possa curar, matar ou nos proporcionar felicidade. Com essa pretensão, surgem também procedimentos confusos, concepções errôneas frustrantes e autocrítica. Mas a incumbência divina da Bíblia e do livro-texto da Ciência Cristã é revelar a falsidade dessa pretensão. Eles são o mapa e a bússola, já que nenhuma outra obra escrita apontou ou irá ainda apontar os passos da salvação de maneira tão específica.

As poucas palavras do primeiro verso do poema da Sra. Eddy intitulado: “Hino de Comunhão”, dizem: “Viste o Cristo? / O Verbo ouviste?” Poems, p. 75. Esse ver e esse ouvir envolvem intuição espiritual para se poder conhecer e compreender o que é verdadeiro e também para ser receptivo ao que é verdadeiro. Assim como o filho pródigo voltou para casa, nós também podemos dar as costas à atração ou à influência de qualquer coisa que pretenda afastar-nos do bem que é Deus e de um modo de viver semelhante ao do Cristo.

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