As Festividades Da temporada do Natal no mundo inteiro em geral se caracterizam por um denominador comum: "o espírito do Natal", amor e boa vontade. Tradicionalmente, as famílias se reúnem para uma ceia que consiste de vários pratos típicos dessa celebração, de acordo com as diferentes partes do mundo. Em algumas regiões a mesa talvez inclua comidas de origem nativa, ou um delicioso peru com farofa. Em quase todos os casos, servemse também muitos doces.
O que realmente produz um Natal inesquecível, porém, não é tanto o tipo de pratos que se servem. Como anfitriões ou como convidados, ou mesmo se alguma circunstância, especial nos impede de participar de uma ceia de Natal, sempre podemos trazer algo de especial para o nosso Natal. Algo espiritual, algo profundamente bom. Amor a Deus, amor à humanidade e um sentimento de bondade para com todo o mundo. Esses são na verdade ingredientes doces.
A idéia de amor e bondade para com o mundo inteiro foi a base dos ensinamentos de Cristo Jesus. O advento de Jesus foi a manifestação da idéia espiritual, Cristo, a influência divina a despontar na consciência humana. Por meio dos ensinamentos de Jesus, que se encontram nos evangelhos, o poder do amor e a ternura do Cristo aparecem como amplificação das leis apresentadas nos Dez Mandamentos. Um grau de doçura é acrescentado à maneira de cumprir a lei.
No entanto, algumas pessoas não gostam da aproximação do Natal, pois as faz lembrar de sentimentos desagradáveis no seio da família, sentimentos que elas prefeririam esquecer. Talvez tenham sido tratadas injustamente, ou talvez estejam ressentidas, ou rancorosas. Mas, que tal trazer perdão à mesa do Natal? Não seria esse perdão, possivelmente, o ingrediente doce, capaz de unir todos os membros da família em verdadeira harmonia?
Perdoar requer vencer o conceito equivocado de que se pode encontrar satisfação em botar a culpa em alguém, ou dar-lhe um castigo supostamente merecido. Colocar a culpa nos ombros de outra pessoa e encontrar consolo em vê-lo castigado não é forma de destruir o rancor. O rancor desaparece quando aceitamos o fato espiritual de que nunca estamos separados de Deus. Os filhos de Deus, criados por Ele e por Ele vistos como Ele os fez, somente estão separados da sugestão de que exista o mal. A atividade do Cristo em nosso pensamento, pela oração, nos permite encontrar a natureza espiritual e terna de nosso próximo e compreender que o mal não faz parte da identidade de ninguém.
Durante uma viagem ao exterior, numa ocasião, aluguei um quarto por uns dias, e paguei adiantado. A dona da casa parecia muito amável. Mas uma noite irrompeu no meu quarto e esbravejou furiosamente contra mim, porque eu havia tomado banho antes de sair para ir jantar com alguns amigos. Era muito tarde, disse ela, e o barulho a havia incomodado. Fiquei perplexa, não só porque não havia imaginado que eu a havia incomodado, mas também diante de sua expressão de raiva. Ela se retirou, e eu passei a noite em claro, com sentimentos mistos de culpa e de estar profundamente ofendida. Eu me sentia magoada. Pouco a pouco, veio-me a idéia de que eu precisava perdoar. Perguntei a mim mesma: "O que é que Deus sabe sobre essa mulher e sobre mim?" E a resposta foi: "Somente aquilo que Deus sabe é que realmente está acontecendo. Deus é Amor e nEle não existe nem ódio nem ofensa." Compreendi que nem ela, nem eu, jamais havíamos saído da presença de Deus. Quando raiou o dia, eu tinha ganho uma total consciência de que Deus é Tudo-em-tudo e havia recuperado minha tranqüilidade.
De manhã essa senhora me pediu desculpas e ambas tivemos a sensação de que havia ocorrido uma cura. Depois do café fui ver uma amiga que, sem saber o que me havia acontecido na noite anterior, convidou-me para hospedar me com ela. Quando informei a dona da casa onde eu estava me alojando, de que pretendia mudar-me para a casa de minha amiga, ela prontamente devolveu o dinheiro que eu havia pago adiantado, e nos despedimos em muito bons termos.
Se algum incidente em nossa experiência necessita ser perdoado, precisamos nós mesmos dar o primeiro passo. Ninguém mais, senão nós mesmos, somos responsáveis por nosso próprio progresso espiritual. Só nós é que podemos apagar todo ressentimento ou rancor em nossos pensamentos e ações. Podemos fazê-lo, obedecendo ao mandamento de Jesus: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo". Mateus 22:39. Assim podemos identificar-nos da maneira como Jesus nos recomendou no Sermão do Monte, quando disse: "Amai os vossos inimigos, abençoai os que vos maldizem, fazei o bem aos que vos odeiam e orai por aqueles que com desprezo vos utilizam e vos perseguem; para que possais ser filhos de vosso Pai que está no céu." Mateus 5: 44, 45 (conforme a Versão King James). Fazer jus a esse padrão não significa resignarnos a ser injustamente tratados ou a conformar-nos com a injustiça. Significa amar espiritualmente apesar da injustiça, orando e confiando na ação do Amor divino, que realmente corrige a injustiça.
Mary Baker Eddy descreve um padrão de pensamento que traz cura a esses casos. Essa descrição aparece na Regra para motivos e atos: "Na Ciência, só o Amor divino governa o homem, e o Cientista Cristão reflete os suaves encantos do Amor, pela repreensão do pecado, pela verdadeira fraternidade, caridade e perdão."Manual de A Igreja Mãe, Artigo 8°, § 1°.
O Natal, dia em que comemoramos a vinda de Cristo Jesus, é uma ocasião propícia para seguirmos os ensinamentos que ele nos deu. Então, neste Natal, você não gostaria de recapitular o ano que passou e permitir que a doçura do perdão inspire suas festas? Quando você servir um prato de doces, este ano, você poderia também oferecer a doçura do seu pensamento a respeito de todo o mundo. Assim se eliminarão todos os ressentimentos e o ano inteiro ficará recoberto de alegria, proporcionando a você e a sua família um Natal muito feliz.
 
    
