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"Livra-nos do mal"

Da edição de março de 1997 dO Arauto da Ciência Cristã


Centenas De Pessoas, como você, estão lendo este número do Arauto. Sem dúvida, cada uma é diferente da outra, no que diz respeito à aparência, vivência, experiência anterior. Contudo, todos temos certamente um ponto em comum: no que diz respeito ao bem e ao mal, todos queremos mais do primeiro e menos do segundo.

Mais bem e menos mal em nossa vida é, e sempre foi, a necessidade primordial. O mal, seja ele rotulado de desonestidade, hipocrisia, egoísmo, doença ou acidente, é algo que todos nós dispensamos. O bem que todos nós gostaríamos de ter em maior quantidade consiste de amor fraternal, altruísmo, consideração, cura, regeneração e inteligência.

Acho que não existe alguém que não tenha se sentido frustrado perante o mal; que não tenha desejado destruí-lo e, quem sabe, não tenha sido tentado a vingar-se dos malfeitores. Entretanto, o antídoto mais poderoso contra o mal não é aquilo que tem origem na vontade humana. Se a solução residisse nessa vontade pessoal, a vingança e a condenação da mente humana já teriam, há muito tempo, livrado o mundo de todo o mal.

Deve haver uma solução, porém. Deve haver uma maneira melhor do que meramente revidar o mal com o mal. Um fato relatado no Novo Testamento, na Bíblia, dá-nos um vislumbre da solução. Ocorreu quando Cristo Jesus foi conduzido a Pôncio Pilatos, o poderoso procurador romano, pouco antes da crucificação. Ao ler esse relato, somos levados a nos perguntar: o que é que Jesus sabia, que o fez ter aquela atitude, diante de Pilatos? O Evangelho de João conta que Pilatos perguntou a Jesus: "Donde és tu?" O Mestre não lhe respondeu. O relato continua: "Então, Pilatos o advertiu: Não me respondes? Não sabes que tenho autoridade para te soltar e autoridade para te crucificar? Respondeu Jesus: Nenhuma autoridade terias sobre mim, se de cima não te fosse dada." João 19:9–11.

Até mesmo nesses momentos que precederam a crucificação, Jesus não teve medo do mal assassino nem da pessoa que era a corporificação desse tipo de pensamento, que permitia a crucificação de um inocente. A resposta de Jesus a Pilatos mostra a maneira de desarmar o mal e anular seus efeitos. "Nenhuma autoridade terias sobre mim, se de cima não te fosse dada" foi como ele retrucou à ameaça do mal de destruir tanto a ele quanto àquilo que ele representava. Jesus tinha plena consciência de que Deus, o bem supremo, era o único poder, qualquer que fosse o lugar e qualquer que fosse a época. A ressurreição e ascensão de Jesus provaram a veracidade de sua resposta, não somente para Pilatos, para os acusadores e inimigos do Mestre, mas para todos, em todos os tempos.

Já tentei imaginar a expressão de Jesus e o tom de sua voz, ao falar com Pilatos. Eu acho que o Mestre sentiu, não apenas força e coragem, naqueles momentos, mas grande afeição também, afeição que resultava da compreensão do amor maravilhoso e supremamente penetrante de Deus por todos, em todo lugar, inclusive por Pilatos. Uma afeição como aquela certamente refletia o Amor divino, que foi a força subjacente à maior vitória do bem sobre o mal, jamais vista antes no mundo. Foi o poder que demonstrou que a bondade de Deus vence a morte, a própria mortalidade, completamente.

O amor de Deus não mudou em nada, desde que Jesus ascendeu. O poder de Deus ainda está aqui para vencer o mal e seus efeitos, para cada um de nós.

O lugar onde o Amor divino, Deus, vence o mal, é nosso próprio pensamento. Isso pode parecer difícil de entender, pode até mesmo ser um desafio, mas, em realidade, é uma boa notícia. Podemos enfrentar o mal dentro de nossa própria consciência. Existem fatos importantes a respeito da natureza de Deus, como, por exemplo, sua absoluta totalidade, que, quando reconhecidos e compreendidos, "livra [m]-nos do mal", Mateus 6:13. da crença de que o mal tenha realidade e poder.

Deus, a Verdade e o Amor divinos, é o bem infinito. A manifestação de Deus é infinita e reflete a bondade dEle. Na realidade absoluta, portanto, tudo é Deus e Sua expressão. Por isso, o único lugar em que o mal pode parecer real é no pensamento mortal, falso.

O amor de Deus não mudou em nada, desde que Jesus ascendeu. O poder de Deus ainda está aqui para vencer o mal e seus efeitos, para cada um de nós.

Por meio da oração que escuta as poderosas mensagens de verdade e amor que Deus nos manda, nós começamos a ver que, por Deus ser Tudo e ser amoroso, o medo e o sofrimento são ilusões, que manifestam apenas as crenças do pensamento mortal. Seu mundo, em qualquer momento, é essencialmente aquilo em que você acredita. O que você pensa e o que você vivencia são, em realidade, uma e a mesma coisa.

Quando o pensamento transborda com o sentimento e a percepção do amor de Deus, nossa experiência manifesta esse amor. Ainda que o mal pareça estar fora de nós, fazendo-nos suas vítimas, ele é exclusivamente um sintoma da crença falsa. Essa crença, o mal, não tem fundamento. O bem e o amor têm em Deus um fundamento indestrutível.

Na proporção em que a pessoa sente e compreende isso, o mal é vencido. Aqui está um exemplo verdadeiramente extraordinário. Este relato mostra o poder do Amor divino e comprova a atuação, na experiência humana, da compreensão do Amor espiritual. Quando os soldados do Exército Aliado ocuparam os campos de concentração e de trabalhos forçados, no fim da Segunda Guerra Mundial, depararam com um prisioneiro que se mostrou incansável em ajudar na relocação dos milhares de colegas prisioneiros. Era bem-humorado e parecia ser amigo de todos. Esse homem estava em ótimas condições físicas, tanto que se pensou que ele estivera pouco tempo no campo de concentração. Todos ficaram atônitos, porém, quando souberam que ele estava preso havia seis anos. Era de Varsóvia. Um dia, os membros de sua família foram encostados num muro e fuzilados. Ele contou aos seus libertadores o que aconteceu a seguir: "Eu tinha de decidir ali mesmo ... se ia me permitir odiar os soldados que haviam feito isso. Em verdade foi uma decisão fácil. Eu era advogado. Em minha profissão, eu vira vezes sem conta o que o ódio pode fazer na mente e no corpo das pessoas. Fora o ódio que matara as seis pessoas que me eram mais caras no mundo. Decidi naquele momento que passaria o resto de minha vida, quer fosse de apenas alguns dias, quer fosse de muitos anos, amando cada pessoa com quem entrasse em contato."  George G. Ritchie, Return from Tomorrow (Old Tappan, NY: Spire Books, 1978), p. 116.

Essa decisão de amar, que ele tomou, foi surpreendente. Quase não dá para imaginar, mas sem dúvida explica por que ele conseguiu sobreviver, em meio a condições tão duras, por tanto tempo, e ainda conservar-se forte e são. Li esse relato pela primeira vez há anos. Quando o li de novo, recentemente, perguntei-me: será que eu seria capaz de ter essa mesma reação de amor que aquele homem teve? Então pensei: com esse exemplo encorajador, ainda que eu acreditasse ser capaz de amar com o mesmo empenho em caso de um grande mal, por que não amo sempre, quando me deparo com males menos dramáticos, no dia-a-dia? Tive de admitir que tenho de progredir muito, ainda.

A bondade de Deus elimina o mal, aliás, torna impossível a própria existência do mal. No entanto, é preciso praticar com afinco para demonstrar isso. Podemos ser gratos por termos o exemplo supremo de Jesus e suas lições de amor para nos guiar. E a Ciência do cristianismo está conosco hoje para nos mostrar a lei de Deus, pela qual podemos tanto entender como comprovar o domínio do bem sobre o mal. Em Ciência e Saúde, o livro que torna a Ciência do cristianismo acessível a todos, a Sra. Eddy escreve: "Quando o elemento humano nele lutava com o divino, nosso grande Mestre disse: 'Não se faça a minha vontade, e, sim, a Tua!' — isto é, não seja a carne, mas o Espírito, representado em mim. Essa é a nova compreensão do Amor espiritual. Dá tudo pelo Cristo, ou a Verdade. Abençoa seus inimigos, cura os doentes, expulsa o erro, ressuscita os mortos de suas transgressões e de seus pecados, e prega o evangelho aos pobres, aos mansos de coração."Ciência e Saúde, p. 33.

Essa nova compreensão do Amor espiritual é nossa melhor arma para vencer o mal, para abençoar os inimigos, curar, expulsar a hipocrisia, o ódio e a indiferença. Como o Amor divino é Tudo, o mal, em qualquer nível, é destituído de fundamento, é irreal, e a crença nele tem de ser destruída no pensamento humano. Recorrer ao poder do Amor espiritual sobre o pensamento, e portanto, sobre a experiência, faz com que o mal receba seu pleno castigo. O Amor faz com que o mal se desmascare e se traia.

A pessoa põe o mal a descoberto como se este fosse algo, mas o Amor pões o mal a descoberto como sendo nada. Afaste-se da pressão das multidões, do ódio e da vontade humana, e preencha sua vida com o calor do Amor divino, até ela transbordar. Daí por diante, a vitória é inevitável.

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