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O que a Páscoa nos diz sobre o amor de Deus

Da edição de março de 1997 dO Arauto da Ciência Cristã


Quando Um Acontecimento muda literalmente o curso da história, ele merece ser examinado repetidas vezes, a fim de explorar exaustivamente as lições que encerra para os dias de hoje. A época da Páscoa põe em evidência um desses eventos de capital importância. O mundo jamais poderia ser o mesmo depois que Cristo Jesus sobrepujou a morte.

Passados quase dois mil anos, a humanidade ainda observa, pondera e sente os efeitos da prova tríplice que o Mestre nos deu do poder de Deus, através da crucificação, ressurreição e ascensão. E a humanidade tem muita necessidade de aprender o que realmente significa o fato de a morte ter dado lugar à vida. A mensagem da Páscoa nos fala ainda hoje com profundidade e poder, revelando-nos o amor de Deus.

Durante seu ministério, Jesus expressou não só profunda compaixão, como também a afeição do Cristo, seu profundo cuidado amoroso. Em seu progresso até a crucificação, essas qualidades continuaram a emergir em demonstrações inesquecíveis. Por exemplo, quando vieram os soldados para prendê-lo, no jardim do Getsêmani, Malco, servo do sumo sacerdote, adiantou-se para prender Jesus. Com a intenção de defendê-lo, Pedro puxou a espada e cortou a orelha direita do servo. Somente o poder de um Amor verdadeiramente divino poderia ter impelido a atitude de Jesus. Com esse poder de cura, muito superior à cirurgia moderna, a orelha foi curada naquele mesmo instante.

As qualidades do Amor, tais como paciência e clemência, caracterizaram, de forma vívida, os pensamentos e as ações do Salvador durante os eventos que o levaram ao Calvário, onde teve lugar a crucificação. Até mesmo na cruz, ele confortou os dois malfeitores que haviam sido crucificados com ele, um de cada lado. E, embora deva ter sido difícil a luta interior durante essa dolorosa experiência, ele pensou na mãe e tomou providências para que as necessidades dela fossem atendidas.

Talvez a manifestação mais expressiva de amor real tenha sido o fato de ele ter sido capaz de, com serenidade, abençoar até mesmo aqueles que foram responsáveis por aquele ato hediondo. Ele disse: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. Lucas 23:34.

O mundo jamais poderia ser o mesmo depois que Cristo Jesus sobrepujou a morte.

A medida que tentamos compreender o que o capacitou a subjugar a morte, somos inevitavelmente levados a reconhecer a evidência da natureza de Deus como Amor. O ser inteiro de Jesus recebia o impulso desse Amor. Ele não poderia evitar isso, já que a própria substância de sua vida era o reflexo do perfeito Amor. Jesus relacionava todo o seu ser com Deus. Em certo sentido, poder-se-ia dizer que a própria Vida de Jesus era o Amor.

Ele sabia que o Amor divino lhe proporcionava constantemente o ser, a ação e a substância. Esse poder determinante do Amor era inequívoco no modo como ele vivia. E ficou evidente na maneira como Jesus foi assistido e sustentado por Deus, no túmulo. A energia do Amor supriu decisivamente sua necessidade humana. A atuação dessa terna presença teve o efeito prático de restaurar-lhe o corpo, renovando-lhe as forças. Jesus fielmente reconheceu que Deus impulsionava o seu ser perpetuamente, e seu corpo cedeu a esse senso de harmonia. E a ressurreição foi o resultado disso tudo.

A força do pensamento que provocou a crucificação de Jesus estava no ódio. O poder que triunfou sobre a morte foi o Amor. Esse poder do Amor nutria Jesus com tanta constância, que a morte não prevaleceu. No capítulo de Ciência e Saúde que trata da crucificação e ressurreição de Jesus, a Sra. Eddy escreve: "Ele provou que a Vida é imorredoura e que o Amor é senhor do ódio."Ciência e Saúde, p.44.

A lição é mais do que clara. Aquilo que um estado de pensamento mundano talvez considere como sua maior arma, o ódio, caiu diante da onipotência do Amor. A capacidade do Amor divino de dar vida e identidade a Jesus prevaleceu sobre a inimizade que tentou destruí-lo.

O significado dessa lição, para nossa própria vida, é profundamente reconfortante. Cristo Jesus destruiu, para sempre, a suposição de que afinal a morte tem de ser vitoriosa. Ele provou que o Amor divino dá ao homem aquela vida que jamais pode ser subjugada e que pode vencer até mesmo o mundo.

De fato, é o Amor divino que dá vida ao homem. E essa vida é capaz de derrotar toda e qualquer limitação que o mundo apresente. Nós, também, conseguiremos subjugar, com maior eficácia, as facetas da mortalidade, quando compreendermos que o Amor divino está constantemente proporcionando-nos o ser. Cada um de nós pode descobrir na ressurreição de Jesus indícios poderosos que indicam ser espiritual, e não material, a natureza verdadeira do homem, que é a expressão do Amor, não da matéria. Vislumbramos o fato real de que o homem não se origina da matéria, com o potencial de eventualmente se tornar espiritual, mas é eternamente espiritual. Ao nos demonstrar a continuidade da vida, Cristo Jesus provou que o Amor divino destrói a crença de que o homem seja mortal; destrói aquilo que tenta ocultar a espiritualidade eterna.

Jesus provou que a morte é desprovida de poder e não é uma terrível e inevitável realidade, como parece. À luz desse fato, aparece a visão bem diferente do homem como sendo o reflexo do Espírito e não uma projeção de vida na matéria. A experiência humana pode ser descrita como um despertar gradual para essa grandiosa realidade. O triunfo de Jesus sobre a morte nos capacita a perceber que a vida, em realidade, não é definida pela matéria, não é conservada na matéria e depois dela expulsa. Em vez disso, é uma dádiva do Amor divino, que é expressado, de maneira ininterrupta, pelo homem, o reflexo espiritual de Deus.

Mas, ao considerarmos a origem dessa natureza espiritual, será que não escorregamos novamente para um modelo material? Estaremos aceitando a verdade de que fomos criados espiritualmente, mas acreditando que isso aconteceu numa determinada época, talvez em eras passadas? A revelação da Ciência Cristã nos ajuda a compreender que Deus faz o homem existir, não em determinada época, mas eternamente. Deus está cuidando de nós como pai e mãe, está nos amando, abençoando e sustentando, em virtude de Sua presença imutável.

A vida, ressurreição e ascensão de Jesus demonstram que o Amor divino está nos renovando constantemente. Nada pode interromper ou deter a manifestação do Amor infinito. Jesus, ao ressurgir do túmulo, causou o ressurgir da percepção de que, em todos os tempos, o Amor divino, não o corpo físico, dá e sustenta a vida e o bem-estar.

Nossa verdadeira identidade é encontrada na consciência espiritual; somos filhos e filhas de Deus. O Amor inteligente e perfeito está propiciando eternamente esse sentido consciente do ser. Até mesmo um vislumbre dessa verdade espiritual nos capacita a lidar mais eficazmente com as dificuldades e necessidades inerentes à crença de que a existência seja mortal e material, cheia de propensões pecaminosas, de doenças e de morte.

Em vez de pensar em si mesmo como tendo uma história mortal, considere o que significa o homem ser espiritual, não material, sempre amado, na totalidade de seu ser, como idéia de Deus. Descobrir que a verdadeira substância de cada um tem origem na presença eterna do Amor divino tem o efeito de restaurar e redimir. É capaz de curar um corpo ferido ou doente. Pode proporcionar renovação numa vida que está desviada. Pode refrigerar e regenerar espiritualmente a nossa consciência, de modo que, passo a passo, nos desfazemos das limitações mortais, até que estejamos preparados para seguir o exemplo de Jesus e abandonar toda restrição material.

A ressurreição de Cristo Jesus aponta para o fato de que o Amor divino é a fonte do ser real, anunciando irresistivelmente a verdadeira natureza do homem. Ela pode estimular nossa própria experiência de ressurreição: a ativa e persistente educação de nossa espiritualidade. Ela também nos mostra a direção na qual todos nós precisamos finalmente seguir. Ao vencer, pelo crescimento espiritual, a crença de que a morte deva ser parte necessária de nossa experiência, e ao aceitar a presença constante da vida eterna, cedemos à verdade de que sempre, neste eterno momento, Deus está nos amando, fazendo-nos ser quem realmente somos.

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