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Problemas — oportunidades de comprovar nossa união com Deus

Da edição de março de 1997 dO Arauto da Ciência Cristã


Na Ciência Cristâ, é natural esperar que a cura se dê rapidamente. Pode acontecer, entretanto, de a cura não ser imediata, e de nós precisarmos ser firmes para não deixar entrar os pensamentos prejudiciais que tentam se infiltrar em nosso pensamento. Acaso somos tentados, por exemplo, a nos condenar, simplesmente porque nos encontramos em uma situação problemática? Um pensamento assim não provém de Deus. É uma pensamento assim não provém de Deus. É uma sugestão da mente carnal, que procura reter nossa atenção em um conceito falso sobre o homem, mostrando-o como vítima ou como um mortal pecador. É preciso detectar essa sugestão e substituí-la pela doce e perfeita verdade de que Deus é puramente bom e o homem é Seu filho, imortal, imaculado, incontaminado, inseparável do Amor divino. Essa verdade tem autoridade divina.

Não temos nada de que nos envergonhar por estarmos trabalhando para alcançar uma compreensão mais clara da atividade de Deus e de Seu Cristo em nossa vida. E podemos lembrar que o amoroso Pai-Mãe, Deus, nos dá tudo aquilo de que precisamos. A Bíblia diz: "E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades." Filip. 4:19.

Deus é todo-poderoso, emana toda a graça, e o homem é a expressão direta de Deus. A relação de Deus com o homem é tâo íntima quanto a de um pai ou mâe come o filho, aliás, mais íntima ainda. Deus e o homem são inseparáveis, como o sol é inseparável de seus raios. Simplesmente não existe um sem o outro. Segue-se daí que o homem existe porque Deus existe.

Devido à nossa união com Deus, é legítimo nós esperarmos compreender e sentir o amor purificador e regenerador de Deus. Essa compreensão anula todo senso de culpa ou condenação, bem como o temor à crítica maldosa, e restabelece a percepção de nossa saúde e harmonia, ambas outorgadas por Deus.

Se estamos passando por dificuldades, qualquer sentimento de vergonha ou culpa não tem razão de ser, a menos que seja resultado de pecado. E ainda que resulte do pecado, é importante que saibamos que tais sentimentos, assim como o pecado, não fazem parte de nossa verdadeira identidade nem de nosso histórico.

Todo sentimento de vergonha, culpa ou orgulho não tem origem divina e pode retardar a cura. A vergonha e a culpa classificam o homem como um mortal separado de Deus, que perdeu seu lugar de honra como filho dEle. Sugerem que o homem seja tão incapaz de receber o bem quanto de fazer o bem. O orgulho tenta nos convencer de que nós somos os feitores e a causa de nossa própria identidade, de nossa saúde e atividade, fazendo-nos assim dar as costas a Deus como o provedor do bem.

Todos esses elementos são, em si mesmos, formas de pecado. É natural que provoquem em nós mal-estar, porque não fazem parte do filho de Deus. Eles caem por terra, quando reivindicamos nosso puro direito de nascença e o reconhecemos. Quando sentimos que essa pureza é a realidade de nosso ser, somos mais receptivos ao bem que Deus tem para nós. Além disso, conseguimos ver que esse bem abençoa a muitos outros, além de nós.

Eu tive a oportunidade de aprender essas lições como resultado de uma experiêcia por que passei, certa vez, quando meu marido estava viajando a serviço. Era tarde da noite e eu comecei a sentir uma dor aguda no abdome. Sentia-me só e assustada. Telefonei a uma praticista da Ciência Cristã, que me assegurou da presença constante de Deus e concordou em orar comigo.

Depois de desligar o telefone, veio-me o pensamento de que deveria chamar uma amiga, que é enfermeira da Ciência Cristã, para eu não ficar sozinha. Imediatamente, fui assaltada por dois outros pensamentos: primeiro, senti vergonha da situação e não queria que outras pessoas soubessem que eu tinha um problema; segundo, como eu era Cientista Cristã havia algum tempo, achei que deveria ser capaz de enfrentar a situação sozinha.

Fiquei em contato com a praticista, orando e ganhando confiança no cuidado perfeito de Deus. Dentro de uma hora eu estava livre da dor. Não precisei da ajuda de mais ninguém, mas os pensamentos agressivos de orgulho e vergonha, que haviam exacerbado a dor, alertaram-me para que eu continuasse a orar, até sentir-me livre também dessa carga.

Senti que precisava ganhar uma perspectiva melhor daquilo que significa lutar contra os problemas. Acaso eu estava pensando que um Cientista Cristão nunca precisava lutar? Porventura havia aceito, sem perceber, o conceito de que eu era melhor do que os outros, com referência à saúde? A Sra. Eddy escreve: "Se lançares teu barco sobre as águas da verdade, sempre agitadas, porém salutares, encontrarás tempestades."Ciência e Saúde, p. 254. Com isso, eu vi que seria ingenuidade pensar que alguém que toma posição a favor da Verdade e se empenha em crescer espiritualmente possa passar pela experiência humana sem nunca ter de lutar. Seria falso orgulho ou equivaleria a enganar-se a si mesmo, se alguém tentasse ignorar ou encobrir um desafio e considerasse como falha pessoal uma luta pura e honesta contra o erro. Há somente um Ego, um Criador, e precisamos apenas da humildade de nos submeter a esse fato, para que possamos receber o bem que Deus tem para nós, agora.

Realmente, só podemos refletir a Deus. Não temos poder, capacidade nem influência para agir de outra forma. Sabendo que esse é o fato verdadeiro sobre o nosso ser, poderemos enfrentar os desafios de forma inteligente, discernir o pecado, permitir que ele seja eliminado de nossa experiência pelo poder divino, e colocar a batalha, o triunfo e a glória devidamente nas mãos de Deus.

Nos desafios que surgiram depois, eu me senti mais livre para utilizar os recursos disponíveis no âmbito da Igreja de Cristo, Cientista: praticistas, enfermeiros da Ciência Cristã, Salas de Leitura e assim por diante, que nos ajudam a demonstrar a natureza inviolável do homem. O mais importante, porém, é que eu já não considero a cura como algo que beneficia apenas a mim. Cada cura demonstra a realidade mais ampla de que o homem é um com Deus, e na cura se busca a demonstração desse fato, altruisticamente, para o bem todos.

Em última análise, as lutas contra os problemas nos levam à Verdade e a uma melhor compreensão do poder de Deus e de Seu governo. É assim que, como diz a Sra. Eddy, "As aflições são provas da solicitude de Deus." Ibidem, p. 66.

Não precisamos sentir vergonha das lutas que enfrentamos para nos despir das crenças de vida na matéria e demonstrar nossa verdadeira identidade espiritual. Afinal, todos nós teremos de chegar lá. A Sra. Eddy afirma: "Precisamos de provações e de abnegações, como também de alegrias e vitórias, até que todo o erro seja destruído." Ibidem, p. 39. Isso nos dá impulso para cima e faz-nos deixar o apego às coisas materiais, temporais, e aprofundar nossa compreensão da realidade espiritual e eterna. Aí, abrem-se novas possibilidades, perspectivas mais amplas e vislumbres sanadores de nossa verdadeira identidade.

Quando estamos passando por dificuldades ou situações desarmoniosas de qualquer espécie, é confortador saber que nunca estamos realmente sozinhos nem separados de Deus, o bem. Através da atuação perpétua de Sua lei, Deus nos da as idéias e os recursos de que precisamos, em nosso empenho de demonstrar aquilo que sempre foi verdade: nossa relação contínua com a Verdade, por sermos sua semelhança espiritual. Veremos então que temos a humildade de aprender, a receptividade de escutar, a confiança de perseverar, a certeza do triunfo, e a disposição de receber tudo o que venha de Deus.

E o que é que vem de Deus? Não o problema, é claro! Como poderia Deus, a fonte de todo o bem, criar algo que fosse diferente dEle mesmo? Ele só pode dar aquilo que expressa Sua natureza. Em realidade, só podemos receber aquilo que Ele dá. Por ser esse o fato espiritual, nós temos o domínio, dado por Deus, de rejeitar tudo o que seja dessemelhante de Deus e que pareça fazer parte de nossa experiência.

A vergonha e a culpa não têm como crescer na vida de quem está empenhado em seguir o exemplo de Cristo Jesus. As curas que ele realizou, do pecado, da doença e de outras discórdias, demonstravam visão espiritual, coragem e completa confiança em sua união com Deus. Jesus não teve vergonha da cruz. Ele lutou, perseverou e nos mostrou como vencer o sentido limitado e vulnerável a nosso próprio respeito, e alcançar a compreensão de nossa filiação permanente com Deus.

A alegria permeava sua atividade, uma alegria que provinha do conhecimento do triunfo final da Vida divina. Podemos ver em Jesus "o Autor e Consumador da fé, ... o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus".  Hebreus 12:2. Como Jesus sabia que a vergonha e a dor nunca poderiam definir nem limitar aquilo que ele era, sua alegria foi suprema, apesar dos sofrimentos da cruz.

As lutas podem nos ajudar a aprender o significado mais profundo da vida, e com nossa mansidão somos fortalecidos. Sentimos, em certa medida, a paz que provém do Deus único e todo-amoroso e provamos o conforto de Seu cuidado terno e onipresente. Compreendemos mais completamente nosso valor, nossa pureza e inocência inatas. E aprendemos que não podemos estar jamais separados de Deus.

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