Seus Rostinhos Nos falam, rostos das crianças do mundo retratados nos noticiários e nas capas das revistas. Com freqüência são rostos de crianças envolvidas em tragédias pelas quais ninguém jamais deveria passar. Que podemos fazer, se almejamos curar as aflições dessas crianças, pô-las a salvo de situações abusivas, das crises e das guerras criadas pelo mundo?
Podemos apreciar mais profundamente as qualidades de pureza e inocência, que são inerentes às crianças e, aliás, a todos nós, qualidades essas oriundas de Deus. O mundo parece não lhes dar valor. Proporcionar um ambiente favorável para o desenvolvimento e a proteção dessas qualidades nas crianças, geralmente não é prioritário na sociedade. O pensamento simples, puro, da criança, em vez de ser valorizado como uma força, é, na maioria das vezes, associado a vulnerabilidade.
Mas as qualidades tais como inocência, pureza, confiança e espontaneidade, que compõem o pensamento infantil, não são fracas nem vulneráveis. Elas são a própria expressão de Deus a revelar-Se à humanidade. Elas trazem consigo o poder e a realidade da sua origem divina. Ódio, mal, raiva, brutalidade, sensualismo, não têm origem em Deus, a Verdade, e, assim sendo, não têm o poder de anular a natureza de Deus expressa no homem.
Assim, podemos apoiar as crianças, recusando-nos a equiparar sua natureza verdadeira com vulnerabilidade e fraqueza.
Podemos também desafiar o conceito que o mundo tem sobre qual é o centro do poder e do domínio. Cada indivíduo, homem ou mulher, não importa a idade ou posição social, está, em realidade, sob o único poder que existe, a Mente amorosa, infinita, Deus. Essa verdade pode ser demonstrada até mesmo nas situações humanas mais difíceis, como foi ilustrado na Bíblia, quando o Faraó egípcio decretou que todos os bebês do sexo masculino fossem mortos. Pense em como a mãe de Moisés deve ter prestado atenção à diretriz de Deus, para ser guiada a colocar seu bebê numa cesta de junco, na beira do rio. Ali, ele foi encontrado e criado pela filha do Faraó, assegurando-lhe, desse modo, não só proteção, mas também o cumprimento de seu grande propósito espiritual. Ver Êxodo 2:1–10. Cada criança de hoje tem um grande propósito espiritual e nosso pensamento maternal, ao reconhecer o controle de Deus sobre cada uma de Suas idéias, pode ajudar a frustrar as tentativas do mal de impedir a realização desse propósito.
As crianças de Deus não são pequenos indivíduos indefesos.
Quer sejamos pais, quer não, temos a responsabilidade de expressar a natureza maternal e paternal de nosso Pai-Mãe Deus. É uma atitude que começa em nosso próprio pensamento, à medida que vigiamos os conceitos que deixamos entrar ali, com relação às crianças. Se acreditamos que alguém possa estar separado de Deus e possa agir independentemente dEle, será que isso ajuda as crianças do mundo? Estaremos ajudando, se acreditarmos que a vida esteja na matéria ou à mercê das circunstâncias materiais?
As crianças de Deus não são pequenos indivíduos indefesos, sujeitos aos erros e à crueldade de gente grande. Elas são idéias espirituais completas, sem necessidade de amadurecer materialmente para obter a proteção e a força da Mente divina.
Em Ciência e Saúde, há uma descrição de filhos, que diz, em parte: "Os pensamentos e representantes espirituais da Vida, da Verdade e do Amor." Ciência e Saúde, p. 582. Que poder e que invulnerabilidade vêm com essa identidade verdadeira de filhos! Por representarem a Vida, eles não podem ser privados da vida, da vitalidade, da alegria. Como representantes da Verdade, eles não podem ser desmoralizados pela injustiça, pela desonestidade ou por conceitos errôneos a respeito deles. Como representantes puros do Amor, eles não são corrompidos pelo sensualismo, nem podem estar privados de carinho e proteção. Afirmar essas verdades invoca o poder da presença de Cristo no meio de qualquer situação em que as crianças possam estar.
Jesus fazia questão de reconhecer que as qualidades da infância têm origem divina. Ele disse: "Deixai vir a mim os pequeninos, não os embaraceis, porque dos tais é o reino de Deus." E, então, com firmeza, ele nos mostrou como eram importantes as características das crianças, tais como receptividade e humildade, dizendo: "Em verdade vos digo: Quem não receber o reino de Deus como uma criança de maneira nenhuma entrará nele." Marcos 10:14, 15.
Devemos nos empenhar pela presença das qualidades nobres das crianças em todo lugar, especialmente em nosso próprio modo de pensar. Cada um de nós está contribuindo diariamente para a atmosfera do pensamento. "Filhos amados," disse certa vez a Sra. Eddy num discurso à sua Igreja, "o mundo precisa de vós — e mais como crianças do que como homens e mulheres: precisa da vossa inocência, abnegação, afeto sincero e vida incontaminada." Miscellaneous Writings, p. 110.
O fato espiritual é que todos possuímos as qualidades da criança. Ninguém pode realmente perder ou destruir essa natureza divina que nos é inata. Nós não somos mortais pequenos ou mortais grandes, nem estamos a caminho de uma para a outra dessas duas condições. Nós somos filhos imortais de Deus.
 
    
