Talvez Esteja Além de nossa capacidade atual ressuscitar os mortos, como Jesus o fez. Mas existe algo importante que nós podemos fazer agora mesmo. Podemos elevar nosso pensamento para compreender a existência contínua daqueles que não estão mais fisicamente conosco. Não estou me referindo ao espiritismo. Na verdade, para curar o pesar, precisamos olhar para além da forma e da personalidade humana, devemos alcançar um sentido mais elevado do homem que Deus criou, cuja verdadeira identidade nunca esteve contida num corpo físico.
Como filho de Deus, o homem é, e sempre foi, inteiramente espiritual e eterno. Sendo absolutamente bom, Deus nunca poderia ter condenado Sua criação a ser dependente da matéria, que se deteriora e morre. Pelo contrário, Ele criou o homem à Sua própria imagem e semelhança. E Ele mantém essa semelhança para sempre.
Ciência e Saúde explica: "Jesus disse (João 8:51): 'Se alguém guardar a minha palavra, não verá a morte.' Essa declaração não se limita à vida espiritual, mas inclui todos os fenômenos da existência. Jesus demonstrou isso, curando moribundos e ressuscitando mortos... Quando o homem abandonar sua crença na morte, há de progredir mais rapidamente na direção de Deus, a Vida e o Amor." Ciência e Saúde, pp. 429–430.
O que fazer para abandonar a crença na morte? Em primeiro lugar, podemos buscar na Bíblia a orientação e a inspiração. Tanto o Antigo como o Novo Testamentos nos dão exemplos. Os profetas Elias e Eliseu, assim como o discípulo Pedro, ressuscitaram outras pessoas. Ver 1 Reis 17, 2 Reis 4, Atos 9. Além disso, Enoque e Elias venceram a morte. Ver Gênesis 5 e 2 Reis 2. O exemplo maior, claro, é a vida e a obra de Cristo Jesus, que ressuscitou três pessoas, Ver Lucas 7 e 8, João 11. bem como a si mesmo, e ascendeu ao céu. Ver Lucas 23 e 24. De fato, olhando com mais atenção o que a Bíblia diz sobre imortalidade, vemos que, como a vida que Deus cria é espiritual, ela nunca pode se fragmentar, quebrar ou terminar.
Em Ciência e Saúde há o relato de uma ocasião em que sua autora, a Sra. Eddy, curou um certo Sr. Clark, que estava moribundo. "Ao entrar na casa," escreve ela, "encontrei seu médico, o qual disse que o paciente estava agonizante... O Sr. Clark estava deitado, com os olhos fixos e sem ver. O suor da morte já lhe brotava na fronte. Aproximei-me da cama. Em poucos momentos seu semblante mudou; a palidez da morte cedeu a uma cor natural." Ciência e Saúde, p. 193. O homem teve uma cura completa e estava de volta ao trabalho em duas semanas.
Em nossa vida diária, todos temos a oportunidade de aumentar nossa compreensão da vida eterna. Recusando-nos, por exemplo, a ser atraídos pela fascinação da mídia por acidentes e catástrofes. Pelo contrário, podemos reagir a notícias de calamidades com a oração que afirma o direito divino do homem de viver livre de acidentes. Uma reação como essa aos acontecimentos mundiais, não apenas proporciona apoio espiritual àqueles diretamente atingidos por alguma tragédia, mas também nos prepara para desafios pessoais.
Quando minha mãe faleceu, há alguns anos, lutei contra o desespero. Seu falecimento fora repentino e eu me senti completamente despreparada. Pouco depois, mudei-me para a casa dela, e isso pareceu aumentar a saudade que sentia.
Eu honestamente acreditava que o homem é a eterna semelhança de Deus, e não havia dúvida em minha mente de que Jesus provou que a morte é uma ilusão. Mas eu ainda me sentia pesarosa.
Entre as coisas que minha mãe me deixara, havia algumas pinturas que ela mesma havia feito. De uma, em especial, eu sempre gostei muito. É uma aquarela mostrando a janela da cozinha de sua casa, a casa para a qual eu me mudara. No peitoril estão retratados um vaso de samambaia, duas peras e um pote com utensílios de cozinha. Através da janela, podem-se ver as árvores no jardim e as casas do outro lado da rua. Ter essa pintura na parede é como adicionar uma janela no cômodo!
Essa aquarela ilustra muito bem as qualidades de alegria, graça e criatividade, que são qualidades de Deus sempre à nossa disposição, eternas. À medida que pensava na natureza espiritual que estava por trás da beleza e do carinho expressos nessa pintura, tive um vislumbre inspirado da eterna natureza da identidade de minha mãe. O fato de que ela estava, de certo modo, ainda se comunicando comigo através de sua pintura, ajudou-me a compreender que Deus ainda estava lhe falando de Seu contínuo amor e cuidado por ela. Pude começar a compreender que, em verdade, ela sempre estivera e permanecia no reino espiritual de Deus. Como Paulo diz: "Pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos." Atos 17:28.
O quadro com a janela foi como uma janela espiritual para mim; possibilitou-me olhar para além do físico, para a realidade espiritual. Meu pesar foi curado. Novamente pude ver que minha mãe era cheia de vitalidade, força e alegria. Todos temos uma herança de qualidades divinas, que nunca morre, mas permanece para ser apreciada. Celebrar essas qualidades, a verdadeira natureza espiritual daqueles que faleceram, ajudanos a sentir de forma mais tangível a imortalidade dos filhos de Deus. O pesar é curado.
 
    
