Skip to main content Skip to search Skip to header Skip to footer

Quem está escrevendo o roteiro de sua vida?

Da edição de junho de 1997 dO Arauto da Ciência Cristã


A Princípio, Quando me pediram para dar aulas na faculdade sobre como escrever um roteiro, eu não sabia absolutamente nada a esse respeito. Mas aprendi bem depressa. Li todos os manuais que pude encontrar sobre roteiros para rádio, televisão e cinema. E, para minha surpresa, descobri que existem fórmulas bem simples, como por exemplo: primeiro isso depois aquilo, para escrever a maioria deles. O ruim é que algumas dessas fórmulas não visam a trazer à tona aquilo que há de melhor em nós, muito pelo contrário!

Tomemos, por exemplo, os roteiros das novelas de televisão. A maioria dos manuais explica que um drama para a TV deve ter como alvo provocar o máximo de emoção no telespectador. Das novelas, particularmente, espera-se que elas atinjam nossos sentimentos, oferecendo-nos diariamente uma farta dose de mágoas, sexo, vingança, medo, raiva e concessões ao materialismo. E tudo isso num contexto de golpes e contragolpes que atingem o ponto mais crítico justamente antes de cada intervalo comercial (para que não mudemos de canal nem passemos a fazer outra coisa durante o intervalo!).

Sua vida não pode deixar de manifestar de onde realmente provém. Tem de ser semelhante a Deus.

Agora, pense o que realmente sugerem as fórmulas dramáticas desse tipo: sugerem que a vida é uma novela, uma montanha russa emocional, altos e baixos de provações, triunfos e tragédias do materialismo. Se você e eu aceitarmos essas sugestões, estaremos aceitando o conceito de que somos escravos das emoções, sujeitos a crises, prisioneiros do corpo, do sexo, dos impulsos, da matéria. E, com isso, estaremos nos desvalorizando tragicamente. Estaremos nos conformando com uma visão míope e bitolada a respeito de nós mesmos. Uma visão que, levada ao extremo, mostra a vida limitada àquilo que os cinco sentidos físicos são capazes de captar. Uma visão pela qual o corpo material, as compulsões e as emoções são as únicas coisas que compõem nosso ser.

Bem, se adotarmos esse modo de ver a nós mesmos, ele se tornará uma profecia que se cumpre automaticamente, influindo em nossas decisões e objetivos. E, assim, começa a ditar o roteiro de nossa vida.

Ainda bem que nunca é tarde demais para nos rebelarmos contra esse roteiro de vida. A qualquer momento, você pode tomar posição a favor daquilo que é real a seu respeito. Para mim, o modo mais rápido de fazer isso é relembrar, ainda que seja apenas por um momento, que Deus é a minha Vida. Que Ele é a fonte de toda vida. Por isso, a vida não pode ser algo que Deus não é. Não pode ser apenas uma coleção de emoções, posses materiais, partes do corpo, compulsões e impulsos.

Sua vida não pode deixar de manifestar de onde realmente provém. Tem de ser semelhante a Deus, que é Espírito. Portanto, sua vida tem de ser plena, linda, espiritual e gratificante. Para tornar-se assim, ela não precisa de nada que seja mundano ou superficial. Não precisa fazer concessões às emoções e impulsos materiais. Não precisa de uma certa quantidade de bens materiais. Também não precisa de um determinado tipo de família ou de emprego. O que sua vida realmente precisa é de Deus e do Seu amor, que satisfaz plenamente.

Ora, o propósito deste editorial não é o de lançar uma campanha contra as novelas da televisão. Mas, se uma novela ou um conto ou um livro consegue persuadi-lo a adotar um ponto de vista menos digno sobre si mesmo, bem, nesse caso, é melhor tomar cuidado. Talvez seja melhor você se perguntar se se trata de idéias realistas ou de uma fórmula para impressionar o público. Será que essa maneira de ver a si mesmo lhe faz bem ou lhe faz mal? Se for ruim para você, então, não deixe que ela comece a escrever o roteiro de sua vida. Livre-se dela. Depressa. Como se fosse uma frigideira queimando que você pegou por descuido.

A maneira mais eficaz de avaliar se determinado modo de ver a si mesmo é bom ou mau, verdadeiro ou falso, é perguntar-se se procede ou não de Deus. "São divinos ou humanos os pensamentos?" pergunta Ciência e Saúde. "Eis a questão importante." Ciência e Saúde, p. 462.

Essa foi basicamente a pergunta que um amigo meu se fez, há pouco tempo. Sam disse que costumava deixar que todos os detalhes de sua vida fossem "coreografados", por assim dizer, por outras pessoas. Procedia assim porque queria agradar aos outros, aos amigos, à família, aos colegas de trabalho. E, quando não conseguia agradar, sentia-se muito infeliz. Por isso, estava infeliz quase o tempo todo.

Há algumas semanas, Sam teve de participar numa série de reuniões, no emprego; reuniões em que cada um dos participantes tinha sua própria opinião firme e irredutível. Um não concordava com o outro sobre coisa nenhuma. E nada do que Sam dizia agradava a quem quer que fosse! Essas reuniões poderiam ser comparadas a novelas. O confronto e o conflito iam aumentando até desencadear uma crise emocional, tal como manda a fórmula clássica para o roteiro de um drama. A reunião terminava num impasse e Sam ficava com uma violenta dor de cabeça.

Durante uma dessas reuniões, porém, Sam sentiu um desejo muito grande de permanecer quieto. De ouvir a Deus. Isso, pois, foi o que ele fez. Embora continuasse atento ao que estava acontecendo na reunião, ele, ao mesmo tempo, prestava atenção a Deus.

O que Deus disse a Sam não veio sob a forma de palavras. Veio através de um sentimento. A única maneira que ele encontrou para descrever-me esse sentimento, foi como "paz". Essa paz, disse ele, anulou todas as explosões dramáticas que ele ouvia ao seu redor. Foi como se ele estivesse dentro de uma cápsula à prova d'água, sendo conduzido para fora de uma grande tormenta no oceano.

O que aconteceu com Sam, durante aquela reunião, foi praticamente aquilo que diz a Bíblia, em nome de Deus: "Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus." Salmos 46:10. Um comentário bíblico diz que a palavra aquietar-se, no original hebraico, significa "relaxar as mãos".The Hebrew-Greek Study Bible (AMG Publishers, 1991), p. 1661.

Isso foi justamente o que Sam fez, de maneira espontânea, quando começou a pensar a respeito de Deus. A inteligência divina, compreendeu ele, diria a ele e a cada um dos outros, o que fazer e o que dizer. Portanto, confiou em que Deus resolveria tudo de maneira certa e parou de se preocupar em agradar a cada um dos presentes. A reunião terminou, como de costume, sem resultados. Sam, porém, estava em paz e continuou a confiar em Deus.

Foi na reunião seguinte que as coisas mudaram. Todos ficaram tranqüilos. E, tão naturalmente como se já tivessem conseguido isso milhares de vezes antes, chegaram a um consenso. Sam não pôde deixar de pensar que Deus ditara o roteiro da reunião.

Isso é que é maravilhoso: saber que Deus está bem próximo para governar qualquer situação, qualquer reunião, qualquer decisão, qualquer evento, em todo lugar, a toda hora. Nós apenas precisamos permanecer calmos e escutá-Lo. Jamais precisamos nos conformar com alguma fórmula alheia para nossa vida. O plano de Deus, original e feito sob medida para cada um de nós, é muito melhor. Esse plano permite que sejamos nós mesmos. E como isso é infinitamente gratificante!

Para conhecer mais conteúdo como este, convidamos você a se inscrever para receber as notificações semanais do Arauto. Você receberá artigos, gravações em áudio e anúncios diretamente via WhatsApp ou e-mail.

Inscreva-se

Mais nesta edição / junho de 1997

A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

                                                                                        Mary Baker Eddy

Conheça melhor o Arauto e sua missão.