Na Primavera De 1997, participei de um acampamento para jovens Cientistas Cristãos de idades de cinco a treze anos. No sábado à noite, após ter-se encerrado o acampamento, o nosso grupo estava tentando levar os cavalos para as respectivas baias, tirando-os do campo onde estavam pastando. Como sempre, eles relutavam em deixar o pasto viçoso e, quando eu tentava empurrar um dos cavalos maiores em direção à baia, ele pulou e deu-me um coice com as patas traseiras. O golpe atingiu-me duramente no cotovelo e nas costelas, e fez-me rolar pelo gramado.
Naquela manhã, antes da refeição, nós havíamos nos sentado junto ao fogo para ler a Lição Bíblica em voz alta. A Lição daquela semana continha as seguintes palavras de Cristo Jesus: “Não julgueis segundo a aparência, e sim pela reta justiça” (João 7:24), por isso senti-me espiritualmente preparado para lidar imediatamente com essa crença de acidente.
Levantei-me sem hesitação. Depois de assegurar a todos de que eu estava bem, comecei a reconhecer a onipresença do amor e da bondade de Deus, que envolve toda Sua criação. O pensamento de que o braço e as costelas estivessem fraturados teve de ser repudiado com vigor, e fiz isso com a convicção que está implícita na afirmação feita pela Sra. Eddy em Ciência e Saúde: “Declara que não te machucaste e compreende a razão disso; verás que os bons efeitos que daí resultam, estarão em exata proporção à tua descrença em relação à física e à tua fidelidade para com a metafísica divina — à tua confiança em que Deus é Tudo, como as Escrituras declaram que Ele é” (p. 397).
Compreendi que a razão pela qual eu não podia, de maneira alguma, estar machucado, era evidente neste fato científico: as idéias infinitas da Mente divina, Deus, têm de conviver em perfeita harmonia, livres de dor e de atrito. Como está claro em Ciência e Saúde: “Todas as coisas belas e inofensivas são ideias da Mente” (p. 280). Mantendo essa verdade no meu pensamento, fui capaz de juntar-me aos outros para preparar o jantar e acender o fogo na casa da fazenda, sem nenhuma dificuldade.
Naquela noite, já deitado, li um relato de cirurgia mental que aparece no capítulo “Frutos” de Ciência e Saúde (ver pp. 605–607), e depois ponderei sobre a profunda afirmação feita pela Sra. Eddy, no mesmo livro: “Inteiramente separada da crença e sonho num viver material, está a Vida divina, que revela a compreensão espiritual e a consciência do domínio que o homem tem sobre toda a terra” (p. 14). Para mim, isso significava que eu possuía a habilidade de expressar domínio sobre qualquer pretensão da mortalidade ou crença na vida separada de Deus, o bem eterno.
Antes de adormecer, senti que algo se ajustou no braço e, na manhã seguinte, após ter participado de um lindo culto improvisado, percebi com muita gratidão que o braço e as costelas não doíam mais. No dia seguinte, a cura estava completa.
Desejo contar outra experiência, que ocorreu quando eu estava esperando um amigo, que iria me pegar na estação de trem de nossa capital. Esse terminal tem fama de ser um lugar perigoso, à noite. Era o começo da noite e eu estava sentado, lendo o livro Miscellaneous Writings da Sra. Eddy. Ao erguer os olhos, vi quatro jovens que vinham em minha direção, de forma ameaçadora. Um deles aproximou-se e pediu dinheiro, enquanto seus amigos ficaram ali por perto.
Eu estava justamente lendo o artigo intitulado: “A origem do mal”, no qual a autora faz esta profunda afirmação: “O mal jamais existiu como entidade. É apenas a crença de que haja uma inteligência oposta a Deus. Essa crença é uma espécie de idolatria, e não é mais verdadeira nem mais real do que aquela que afirma ser Deus uma imagem esculpida em madeira ou pedra” (p. 346).
Eu sabia que simplesmente não podia me curvar diante do ídolo do medo. A pretensão de que o mal possa ser pessoal é destruída pela compreensão de que o homem é a pura expressão de Deus. Olhei bem para o rapaz e perguntei-lhe para que ele queria dinheiro. Ele disse que precisava comprar uma passagem de trem. Calmamente peguei minha carteira e dei-lhe um dólar a mais do que ele havia pedido e, quando coloquei o dinheiro em sua mão, disse-lhe: “Sei que você gastará isso da maneira sábia.”
Ele olhou por um momento para o dinheiro e então murmurou: “Não, não quero isso”, colocando-o de volta em minha mão. Quase não pude acreditar. Ele então deu-me uma piscadela e foi-se embora com os amigos. Sou profundamente grato por essas e outras incontáveis demonstrações da onipresença da Mente, que foram possíveis graças à descoberta da Ciência divina, feita pela Sra. Eddy.
Hamilton, Nova Gales do Sul, Austrália