Sinto-me Agradecida pela oportunidade de passar minha experiência aos leitores desta revista. Sou muito grata pela compreensão que adquiri sobre o verdadeiro significado da palavra Pai, ou Deus, nosso Pai. Alcancei esse entendimento através de várias experiências que se sucederam desde a infância até a adolescência.
Tudo começou quando meus pais se separaram. Eu tinha um ou dois anos de idade. Foi uma separação amigável, pois meu pai ia visitar-nos de quando em vez. Depois de algum tempo ele desapareceu e não deu mais notícias. Fui crescendo sem a presença dele. Conforme o tempo ia passando, minha curiosidade sobre meu pai aumentava e eu fazia diversas perguntas a minha mãe, tais como: onde ele está? o que ele faz? por que ele não vem me ver? Minha mãe explicava, de maneira que eu pudesse entender, o que havia acontecido entre eles e o porquê da separação. Todavia, minha curiosidade não diminuiu e comecei a insistir na idéia de ir conhecê-lo.
Minha mãe investigou o paradeiro dele. Eu já estava com sete anos. Foi nessa época que conhecemos a Christian Science. Meu irmão e eu começamos a freqüentar a Escola Dominical.
Depois de algum tempo, finalmente, meu pai foi localizado. Ele estava morando na mesma cidade, com uma tia dele. Minha mãe achou melhor não ir pessoalmente vê-lo quando eu o visitasse, e pediu a uma de minhas tias que me acompanhasse. Fomos bem recebidas pela tia de meu pai, que nos mostrou a casa. Ao chegar diante de uma porta, ela pediu-me para abrila, mas estava trancada. Isso fez-me crer que meu pai estava ali mas não queria me ver. Fiquei triste e muito zangada, principalmente quando as duas tias tentaram me consolar, o que confirmava que ele não queria me ver. Fomos embora por insistência minha. Eu não queria mais ouvir a palavra pai. Corri para os braços de minha mãe e desabafei, chorando.
O tempo passou e aparentemente eu havia esquecido esse episódio de minha vida. Durante minha adolescência, fomos morar numa cidade do interior. No colégio, percebi que meu comportamento estava estranho. Eu era agressiva com os garotos, batendo neles quando faziam ou diziam algo que não me agradasse.
Busquei a Deus em oração, como tinha aprendido na Escola Dominical, e lembrei de uma aula sobre “Amar o próximo”. Coloquei esse ensinamento em prática, mas não entendi o porquê daquele comportamento.
Nessa época comecei a namorar um rapaz e após alguns meses começamos a brigar muito. Não gostando desta situação, volvi-me a Deus. Procurei alguns trechos na Bíblía e em Ciência e Saúde, de Mary Baker Eddy. O primeiro que li foi de Sofonias: “Canta, ó filha de Sião; rejubila, ó Israel; regozija-te e, de todo o coração, exulta, ó filha de Jerusalém. O Senhor afastou as sentenças que eram contra ti e lançou fora o teu inimigo. O Rei de Israel, o Senhor, está no meio de ti; tu já não verás mal algum. Naquele dia, se dirá a Jerusalém: Não temas, ó Sião, não se afrouxem os teus braços (3:14–17). Outra passagem que me ajudou foi esta, de Ciência e Saúde: “O Espírito, Deus, reúne em canais apropriados os pensamentos ainda não formados e desdobra esses pensamentos, assim como Ele abre as pétalas de um propósito sagrado, para que esse propósito possa aparecer” (p. 506).
Reconheci que estava protegida e sendo guiada o tempo todo por Deus e que o problema seria resolvido. Terminei o namoro. Foi difícil, pois eu sentia uma grande dependência do meu namorado. Depois do ocorrido, aceitei um convite para ir estudar em outra cidade, mesmo sabendo que não seria fácil viver longe de minha mãe e de meu irmão. Eu sabia que Deus estava comigo.
Transcorrido um ano, reparei que o passado ainda me perturbava. Eu ainda não estava em paz, sentindo apenas um vazio no coração. Pensei em Deus e senti a necessidade de orar o Pai Nosso, ou seja, a Oração do Senhor. Após ter orado senti-me mais leve. Então comecei a pensar no que havia acontecido anteriormente e me dei conta de que a dependência em relação ao meu ex-namorado era a falta que sentia do meu pai. Percebi que não perdoara meu pai, daí minha agressividade contra os garotos. Então, do fundo do coração, perdoei o meu pai e compreendi que o verdadeiro Pai nunca estivera ausente, portanto nunca existira falta nem vazio no meu coração. Fiquei maravilhada e exclamava no pensamento: Pai nosso, Pai de todos nós! Comecei a perguntar-me: Quem me deu vida? Quem me deu saúde? Quem me deu alegria? Quem é que me abraça quando preciso? Quem é que me apóia quando necessito? Quem é que me guia, protege, ensina, ama? A resposta é uma única: NOSSO PAI-MÃE, DEUS!
Fiquei muito feliz em descobrir o Pai estupendamente maravilhoso que possuímos. Ele está sempre presente e pronto para ajudar a solucionar todo e qualquer problema de Seus filhos muito amados e queridos. O que precisamos fazer é reconhecer a Deus como nosso único e verdadeiro Pai e fonte de vida eterna.
Rio de Janeiro, RJ, Brasil
 
    
