Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. — João 1:12, 13
Aqui o apóstolo nos assegura que o homem tem poder para tornar-se o filho de Deus. No texto hebraico, a palavra "filho" é definida de várias formas: um mês é chamado o filho de um ano. Esse termo, aplicado ao homem, é usado tanto no sentido material quanto no espiritual. As Escrituras falam de Jesus como o Filho de Deus e como o Filho do homem; mas Jesus recomendou não chamar a ninguém de pai; "porque só um é vosso Pai", ou seja, Deus.
Acaso a filiação espiritual é uma dádiva pessoal que foi outorgada ao homem, ou é ela a realidade do seu ser, na Ciência divina? O conhecimento que o homem tem dessa grandiosa verdade lhe confere poder para demonstrar seu Princípio divino, o qual, por sua vez, é indispensável para que ele compreenda sua filiação, sua unidade com Deus, o bem. A exigência pessoal de obediência cega à lei do ser tenderia a obscurecer a ordem da Ciência, a menos que essa exigência expressasse as reivindicações do Princípio divino. O Princípio infinito e o Espírito infinito têm de ser uma e a mesma coisa. De que serve, então, discutir sobre o que é a pessoa do Espírito, — se reconhecemos a infinidade como personalidade, — pois, quem pode dizer qual é a forma da infinidade? Quando entendermos o verdadeiro direito inato do homem, ou seja, de que ele nasceu, não “... da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus”, compreenderemos que o homem descende do Espírito, não da carne; reconheceremos o homem por meio de leis espirituais, não materiais; e o consideraremos como espiritual, não material. A filiação do homem, mencionada no texto, é sua relação espiritual com a Divindade: não é, portanto, uma dádiva pessoal, mas é a ordem da Ciência divina. O apóstolo insta conosco a aceitarmos esse grande fato: "a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus." Os mortais perderão seu senso de mortalidade — moléstia, doença, pecado e morte — na proporção em que adquirirem o senso da preexistência espiritual do homem como filho de Deus; como descendência do bem, e não do oposto de Deus, — ou seja, o mal, ou um homem decaído.
Faça o login para visualizar esta página
Para ter acesso total aos Arautos, ative uma conta usando sua assinatura do Arauto impresso, ou faça uma assinatura para o JSH-Online ainda hoje!