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O plano e o propósito de Deus

Da edição de maio de 1998 dO Arauto da Ciência Cristã


Alguma Vez Você já ficou olhando para o céu, contemplando a infinidade do universo de Deus, embevecido com a beleza e luminosidade das estrelas, na noite clara e límpida? Diante desse quadro, você se apercebeu do ritmo e da ordem do cosmos?

Você já parou para pensar como a semente desabrocha e se desenvolve, passando de broto para uma pequena planta, até transformar-se numa árvore? Os astrônomos, botânicos e bioquímicos descrevem esses fenômenos nos mínimos detalhes. No entanto, estão muitas vezes de tal maneira absortos pelo que consideram um processo físico, que deixam de perceber a lei espiritual subjacente a esse crescimento.

O desabrochar de uma idéia criativa em algo bom e produtivo, a transformação de um conceito arquitetônico em uma casa ou edifício, a expressão de idéias úteis em um livro, a tradução de melodias mentais em sinfonia — são todas manifestações humanas da maravilhosa lei de Deus. Que lei é essa? Ela resulta do glorioso fato de que o Criador do homem e do universo tem um propósito, e este é absolutamente bom. É a lei divina que rege o desdobramento de cada propósito. A vontade e o desígnio de Deus se manifestam nos mínimos detalhes do ser. Se as coisas que parecem estar acontecendo não evidenciam o desígnio harmonioso do Princípio divino, ou seja, o terno propósito do Amor divino, o sábio plano da Mente inteligente, então elas não têm validade e desaparecem, quando compreendemos a inexorável lei de Deus.

O conhecimento material descreve a vida como sujeita ao acaso, debatendo-se entre forças em conflito, vítima do imprevisível. A vida, no entanto, é o desdobramento harmonioso do plano e propósito de Deus, eternamente bons. Um senso materialista de vida apresenta uma contrafação do verdadeiro desdobramento. Trata-se de uma falsificação que deifica a sorte e a mudança, confunde causa e efeito e acaba em autodestruição.

A Christian Science identifica a Deus como Mente divina que cria e governa o homem e o universo, o maravilhoso Princípio do qual emanam todas as idéias corretas. Será que Deus é errático, incerto, desconexo, casual, sem propósito? Ao contrário, o propósito é inerente ao Ser Divino. A Mente divina sem propósito é algo tão impossível quanto Deus sem bondade ou Amor sem ternura. O homem, portanto, expressa o propósito de seu Criador.

Ao referir-se ao propósito de sua vida, Cristo Jesus disse a Pilatos: "Eu para isso nasci e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade." João 18:37. Ele também disse a seus seguidores que, se fossem fiéis a seus ensinamentos, eles compreenderiam a verdade da qual ele dava testemunho, e essa verdade os libertaria de tudo o que não é verdadeiro. Ver João 8:31, 32.

A Sra. Eddy certa vez escreveu: "... com esperança e fé, onde os corações se encontram e se abençoam reciprocamente, bebei comigo as águas vivas do espírito do propósito da minha vida — inculcar na humanidade o verdadeiro reconhecimento da Ciência Cristã prática e atuante." Miscellaneous Writings, p. 207. Com esse objetivo, ela entregou ao mundo seus escritos e fundou a Igreja da Christian Science e a Sociedade Editora. The Christian Science Publishing Society.

O propósito de uma laranja não é ser um abacaxi, nem o propósito de um cavalo é o de ser um urso, ou de um pica-pau ser um beija-flor. Da mesma forma, ninguém pode cumprir o propósito de outra pessoa. "Cada indivíduo tem de ocupar seu próprio nicho no tempo e na eternidade", Retrospecção e Introspecção, p. 70. escreve a Sra. Eddy. Ela também escreve em Ciência e Saúde: "Cada um de nós tem de cumprir sua missão sem timidez ou dissimulação, pois, para que o trabalho seja bem feito, deve ser feito com desprendimento." Ciência e Saúde, p. 483.

Certo jovem foi instantanea curado de uma persistente e desagradável tosse, quando a senhora (uma Cientista Cristã), encarregada do dormitório que ele ocupava na universidade lhe disse, certo dia, que ele era livre para ser o que realmente era, nada o impedia de manifestar sua verdadeira individualidade e cumprir seu propósito. Portanto, ele não precisava seguir o caminho que outras pessoas desejavam para ele, por melhores que fossem as intenções delas.

O propósito e o desígnio de Deus já estão estabelecidos na Mente única. São completamente espirituais e expressam a inteireza e a bondade da criação espiritual de Deus. A percepção desses fatos e o reconhecimento de que tudo o que Deus determina é supremo e se sobrepõe a tudo o mais, abre a porta para novas oportunidades e para a realização plena, como nada mais o pode fazer.

Nossa vida não depende da vontade de outras pessoas nem está à mercê de circunstâncias fora do controle de Deus. Ao contrário, nossa vida é governada pela lei divina que rege o desdobramento de cada propósito. Deus nos guia por veredas corretas. Precisamos apenas colocarnos de coração aberto sob a jurisdição da Mente única e humildemente obedecer à orientação de Deus. Precisamos cuidar dos assuntos do Pai. Precisamos nos afastar do alarido do medo e da pressão do mundo à nossa volta; precisamos ouvir a voz e os pensamentos puros de Deus, seguindo pacientemente pelo caminho por Ele indicado. Constataremos, então, que aquela que Ele revela como sendo nossa missão individual e espiritual, não pode ser subvertida, invertida, pervertida nem contestada.

Deixamos de viver de acordo com o propósito divino, se nos concentramos em coisas mundanas, como fama e dinheiro, ou se procuramos impressionar os outros, ou se nos entregamos aos prazeres carnais. Perdemos o rumo quando colocamos as coisas materiais adiante da obediência ao propósito divino. Somente por meio do amor altruísta podemos encontrar nosso verdadeiro propósito de vida e assim escapar das ciladas e dos baixios da ambição mundana, cumprindo assim a missão que o Amor divino reservou para nós. Em seu mais profundo sentido, a missão consiste em cada um de nós ser o que verdadeiramente é: a expressão da natureza divina de forma única e singular.

Seguir a orientação da Palavra de Deus, a Ciência divina, muitas vezes exige que carreguemos a cruz antes de usar a coroa. Quando, porém, cuidamos dos negócios do Pai, podemos confiar que Sua mão nos guiará e que Seu braço nos sustentará. A paz e a segurança divinas estão sempre conosco em meio a cada tempestade. Deus, nosso Pai-Mãe, preserva-nos a cada passo, pois nosso Criador conhece e mantém a cada um de nós como idéias espirituais perfeitas, abençoadas e indestrutíveis.

O desânimo não tem poder para frustrar o cumprimento do propósito divino. Ao pé da cruz encontravamse apenas alguns seguidores de Cristo Jesus. No entanto, o estabelecimento do Cristianismo foi irreversível e a ressurreição e ascensão do Mestre confirmaram a absoluta supremacia da Verdade. A certa altura de sua vida, a Sra. Eddy também tinha apenas alguns poucos seguidores fiéis. Sendo, porém, absolutamente fiel à instrução da Mente divina, foi adiante, enfrentando enormes obstáculos e obtendo magníficas vitórias; assim a Causa da Christian Science prosperou.

O desdobramento do plano de Deus aplica-se ás minúcias de nosso dia-a-dia e às montanhas que às vezes precisamos transpor. Durante vários anos trabalhei numa grande empresa multinacional de minério. Inúmeras vezes presenciei o desdobramento e execução de idéias importantes e produtivas, vi problemas aparentemente insolúveis serem resolvidos e presenciei a realização de projetos que pareciam difíceis de serem cumpridos. Quando minha motivação era obedecer firmemente ao Princípio, fazer o que era mais correto no momento, sem me deixar levar pelo desejo de simplesmente satisfazer as pessoas, inúmeras vezes a lei divina do desdobramento de cada propósito me revelou o caminho e a solução. O resultado foi sempre fruição abundante.

O maior obstáculo para a manifestação do desígnio de Deus é nossa própria vontade pessoal. A Sra. Eddy escreve sobre essa forma de mal, que também podemos chamar de magnetismo animal: "É contra a força de vontade mortal que quer se auto-afirmar, que tu precisas estar em guarda." Mis., p. 281. A voluntariosidade tenta nos iludir, levando-nos para o abismo do propósito equivocado, egoísta e mundano ou deixando-nos sem nenhum rumo. A força de vontade é a antítese da lei divina que rege o desdobramento de cada propósito. Não importa que forma ela assuma: inércia, falsa ambição ou impiedade, a vontade mesmérica nos desvia do caminho que a sabedoria divina indica. Essa falsa influência, porém, não possui poder genuíno. Deus é o único poder. Nossa tarefa é compreender isso e ceder humildemente ao governo da Mente divina.

O desânimo e a frustração se dissolvem diante da lei divina do desdobramento de cada propósito. As fragilidades do caráter humano também desaparecem quando confrontadas com a lei divina. Quando obedecemos à orientação de Deus e cedemos a Seu desígnio, expressando cada vez mais sua natureza terna e pura, descobrimos o sentido da verdadeira iniciativa. Nossos passos terão autoridade, mas serão passos de quem serve com humildade e modéstia. Serão firmes, pacientes e persistentes, na certeza de que o Amor divino e o Princípio divino nunca falham. O desígnio e o propósito de Deus derrubam os muros da resistência material e vencem todos os obstáculos.

Como podemos invocar essa lei divina que rege o desdobramento de cada propósito? Por meio da oração, do sacrifício próprio, da pureza de coração, da espiritualização de nossos desejos; afastando-nos do sentido pessoal e mundano; silenciando a vontade humana e procurando obedecer somente á vontade de Deus.

A Bíblia relata que após seu batismo, Cristo Jesus passou quarenta dias e quarenta noites no deserto. Ver Mateus 3:13-17; 4:1-11. Durante esse tempo o diabo, isto é, a crença no mal e na vontade humana, sugeriu que ele recorresse a meios materiais para sustentar-se; que provasse sua filiação divina pulando do "pináculo do templo", seguindo um caminho que não era o indicado por Deus. O diabo também sugeriu que ele abandonasse sua missão e buscasse o poder do mundo. Jesus não se deixou enganar. Rejeitou e expulsou com firmeza cada uma dessas sugestões.

Ao término de sua excepcional missão de três anos "[dando] testemunho da verdade", vivendo, ensinando e demonstrando o Cristo, o Mestre foi confrontado com a malévola determinação da mente mortal de anular sua missão. No Getsêmani, ao prever a traição e sua crucificação, Jesus orou: "Pai, se queres, passa de mim este cálice." No entanto, cedendo completamente ao plano de Deus, prosseguiu: "contudo, não se faça a minha vontade, e sim a tua." Lucas 22:42.

Essa oração infalível, "não se faça a minha vontade, e sim a tua", pode ajudar-nos a enfrentar os desafios que encontramos. A lei divina que rege o desdobramento de cada propósito para o bem é a vontade de Deus, e a obediência à vontade dEle capacitanos a triunfar sobre a adversidade. "Faça-se a tua vontade" não é fatalismo. É ceder, aqui e agora, cumprimento do propósito da Vida, do Amor, da Verdade. O plano e o propósito de Deus são infalíveis e verdadeiros. Desde toda a eternidade fluem da Mente inesgotável, imensurável, criadora, preservadora e governadora do homem e do universo. Como o discerniu o Apóstolo Paulo: "Deus [a Mente divina] efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade." Filip. 2:13.

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