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Matéria de capa

O Deus da vida

Da edição de novembro de 2002 dO Arauto da Ciência Cristã


A mãe de minha mãe era especial. Para colocar comida na mesa para os quatro filhos, na década de 1930, já viúva e só tendo ido à escola até a quarta série, minha avó gerenciava a agência de correio e uma lanchonete na pequena cidade de Saskatchewan. Essa província canadense tinha uma economia agrícola e era pobre, devido à seca que havia durado uma década.

Como é que minha avó sobreviveu naquela época? Agora entendo: com a oração. Eu me lembro dela, não orando comigo, nem ensinando-me a orar, mas orando em silêncio e de joelhos, ao lado de sua cama, todas as noites. Sua oração e a maneira elevada em que a expressava no seu modo cristão de viver, deixou uma impressão inesquecível em mim.

Embora minha avó tenha falecido há uns 20 anos, penso sempre na sua perseverança, no seu senso de humor e no cuidado que tinha para com os outros. Considerar as boas qualidades que expressava, ajuda a sentir-me unido a ela ainda hoje.

Podemos sentir muita gratidão pela vida dos que já se foram: por sua visão, seus sacrifícios e a capacidade que tinham de ser felizes, mesmo quando lhes faltavam muitas das vantagens que hoje achamos corriqueiras. Mas, como podemos agora honrar a memória deles e ao mesmo tempo progredir para podermos servir a outros?

Eis uma analogia que me ajudou. Uma cédula falsa tem muito em comum com uma cédula verdadeira, mas há nelas alguns elementos que não têm nada em comum. Quando temos problemas ou perdemos entes queridos, isso é como se fosse uma cédula falsa da Vida, pois a Vida divina é inteiramente boa, composta de qualidades eternas, tais como a alegria, a pureza, a paz, a bondade, e assim por diante. E a vida não é uma mistura do que é bom e ruim, de alegria e tristeza, de saúde e doença.

À medida que crescemos espiritualmente, a pobreza, a crueldade, o conflito, a doença e a morte desaparecem, gradativamente. Percebemos que eles não têm nada em comum com aquilo que é divino e não encontram apoio em nenhuma lei de Deus. Por outro lado, todas as coisas boas (amizades fiéis, paisagens formosas, família feliz, música inspirativa), tornar-se-ão ainda mais belas quando percebermos que elas apontam para a Vida que é Deus. Dessa maneira, embora só a Vida divina seja eterna, todas as coisas boas, que acalentamos e apreciamos, levam-nos a entender essa Vida.

Esse modo de pensar coloca a vida dos que já faleceram numa perspectiva apropriada. Torna-se fácil, então, lembrar com carinho de todo o bem que eles expressaram, como um indício da Vida divina que eles, de fato, estão sempre refletindo como filhos de Deus. Na medida em que vemos as qualidades que eles demonstraram como uma indicação de quem eles são eternamente e, acima de tudo, na medida em que nós mesmos expressamos essas e outras qualidades, sentimos que estamos unidos a eles e sabemos que eles estão bem.

Quando temos problemas ou perdemos entes queridos, isso é como se fosse uma cédula falsa da Vida.

De fato, a melhor maneira de honrar aqueles que não mais estão conosco é expressar as qualidades da Vida agora. Sempre me pergunto se há alguma boa ação que posso fazer para um parente. Será que posso tomar uma medida prática para ajudar meus amigos, minha comunidade e meu país?

De acordo com a Bíblia, Cristo Jesus nunca se deixou dominar pela melancolia, ao pensar nos que já haviam falecido. Quando seu parente João Batista foi morto, Jesus retirou-se a um lugar distante. Mas, os que conheciam Jesus e tinham interesse por suas curas e seus ensinamentos, o encontraram. E o que ele fez? Ele se consagrou com ainda maior devoção ao seu ministério, curando, ensinando e alimentando mais de 5.000 pessoas com alguns pães e peixes (ver Mateus 14:1—21). De acordo com o Evangelho de Lucas, o Mestre rejeitou um deus de melancolia e de morte com estas palavras: "...Deus não é Deus de mortos, e sim de vivos; porque para ele todos vivem" (Lucas 20:38).

Mary Baker Eddy, a fundadora desta revista, sentiu profundamente a perda do marido e companheiro, Asa Gilbert Eddy, quando ele faleceu. Mas, em poucas semanas pôde reassumir sua missão espiritual com um renovado senso de visão e convicção, continuando a servir aos outros com ainda maior generosidade, durante muitas décadas. Em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, ela escreveu: "A escuma e a fúria do viver desregrado, bem como do pavor e da lamentação que o morrer provoca, deveriam desaparecer na margem do tempo; então, as ondas do pecado, do pesar e da morte baterão em vão" (p. 203).

Aprendi que podemos honrar ao Deus dos vivos servindo, com alegria, ao nosso próximo. Para mim, essa não é só a melhor maneira de honrar a Deus, mas também a de lembrar dos que já se foram.

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