Como o tema “anjos” é tão freqüente, nossa Redatora para Jovens, , entrevistou uma adolescente de Vermont, nos Estados Unidos, que solicitou mantivéssemos seu nome omitido.
Suzanne Smedley: Você acha que anjos existem?
Sim. Eles são alguma coisa que você sente. Tenho um livro chamado Miscellaneous Writings, de autoria de Mary Baker Eddy, onde está escrito que quando os anjos nos visitam “não ouvimos o roçar das asas nem sentimos o toque do peito emplumado de uma pomba, mas reconhecemos a presença deles pelo amor que despertam em nosso coração” (p. 306). Às vezes, acontece de eu passar por um dia difícil, ou ajudar alguém que esteja enfrentando um problema sério. Nessas ocasiões, quando passo a me sentir envolvida pela sensação de inspiração, amor, beleza e gratidão pela graça de Deus, que nos dá um novo dia todos os dias, sinto que esse sentimento é um anjo para mim.
SS: Dê-nos um exemplo.
Houve um momento em minha vida em que percebi que eu estava indo pelo caminho errado. Eu não sabia o que fazer para voltar para a trilha certa. Achava que Deus nunca iria me ouvir, nem me considerar mais como Sua filha. Eu não havia sido forte moralmente. Tinha me envolvido sexualmente com rapazes, e manifestava uma atitude negativa em relação a tudo. Certa noite, quando participava de um acampamento de verão, eu não conseguia parar de pensar nisso. Estava havendo uma festa, e todos se divertiam, mas eu estava de mau-humor, e muito furiosa com o rapaz com quem eu havia me envolvido. Fui falar com meu melhor amigo e ele me disse: “Você cometeu um erro e tem de resolver esse assunto sozinha.”
Pensei: “Que situação! Meu melhor amigo vem me dizer que eu fiz uma bobagem e que tenho de me arranjar sozinha.” Então, um rapaz na festa veio sentar-se a meu lado. Ele não tinha sido nada legal comigo no acampamento do ano anterior. Eu não o suportava. Mas, naquele ano ele estava sendo gentil comigo. Começamos a conversar. Acabamos falando sobre como eu estava me sentindo e eu lhe disse que não estava nada bem. Disse a ele tudo o que havia acontecido comigo, todas as coisas erradas que eu havia feito. Ele não fez nenhuma crítica a mim. A atitude dele abriu meus olhos. Continuamos conversando e fui falando sobre meus sentimentos e, ao final, meu pensamento se modificou completamente, e eu entendi que eu não era uma pessoa ruim. Comecei a perceber que sou realmente a filha de Deus, e que minha identidade é, e nunca deixou de ser, pura. Acho que foi isso que meu amigo viu em mim, e que comecei a sentir em meu coração. Pensei: “Esse pensamento que está me fazendo sentir tão amada, tão inspirada, é um anjo.”
SS: Isso afetou sua vida, de uma certa maneira?
Essa experiência provocou uma mudança em mim. Foi a primeira vez que eu senti o que é um anjo. Foi também quando comecei a entender meu relacionamento com Deus. Cometi outros erros, mas estudei a Christian Science. Eu queria entender melhor a maneira como Deus me vê, e não voltar a ter os pensamentos sensuais e o mesmo comportamento de antes.
Gosto muito de ler o Ciencia e Saúde. Eu o abri ontem à noite e uma mensagem muito importante saltou aos meus olhos. Era a definição de anjos: “Pensamentos de Deus que vêm ao homem; intuições espirituais, puras e perfeitas; a inspiração da bondade, da pureza e da imortalidade, neutralizando todo o mal, toda a sensualidade e mortalidade” (p. 581).
SS: Não há autocondenação nesses pensamentos, não é?
Quando você se sente mal por causa de alguma coisa que você fez no passado, você está negando que a graça de Deus possa lhe dar um novo dia perfeito, para que você comece tudo novamente, e perdoe a si mesma.
SS: Qualquer pessoa pode ouvir os anjos, ou sentir a presença deles?
Todas as pessoas podem ouvir ou sentir a presença dos pensamentos angelicais, mas talvez até os ignoremos, por não saber que eles são importantes. Podemos reconhecê-los, quando estamos receptivos à orientação de Deus. Então perceberemos que esses anjos estão sempre presentes para nos ajudar.
