Minha mãe e eu estávamos entrando em um supermercado, quando um senhor retirou um dos carrinhos que estavam encaixados um no outro e nos ofereceu. “Ainda não fiz minha boa ação de hoje”, explicou ele com um sorriso.
Nós lhe agradecemos. Entretanto, suas palavras e seu gesto me impressionaram. E se todos nós fizéssemos uma boa ação a cada dia? E se procurássemos assiduamente oportunidades de sermos gentis uns com os outros? E se ensinássemos nossos filhos a fazer uma boa ação a cada dia? Que tal falarmos francamente sobre fazer boas ações todos os dias, como fez esse senhor? Que bom efeito contagiante isso teria!
Não seria importante que nós realmente praticássemos o bem, ao invés de meramente termos boas intenções? Se bem que os motivos sejam importantes, as ações são a prova viva da nossa sinceridade. Propostas e promessas acabam impedindo o nosso progresso se não as cumprimos. Agir a partir de motivos justos e colocar em prática as boas idéias, é o que move montanhas e transforma vidas.
A boa ação de uma vizinha salvou a vida de minha bisavó. Essa vizinha notou que cinco crianças brincavam na parte de fora da casa, sem nenhum adulto por perto. Após informar-se, descobriu que minha bisavó estava sozinha, morrendo de tuberculose. A vizinha conversou com ela sobre Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de Mary Baker Eddy, o que levou minha bisavó à Christian Science e a ficar completamente curada da doença. Que abundância de bênçãos e curas afluiu à nossa família como resultado do desejo dessa vizinha de fazer uma boa ação.
A prática de boas ações não está limitada aos cristãos. A bondade é universal e as boas ações abençoam tanto aqueles que as praticam como aqueles que as recebem. Mas, fazer o bem uns aos outros é um dever específico dos cristãos. Jesus disse aos seus discípulos que as pessoas poderiam reconhecer os seus seguidores pelas boas ações que eles praticassem. Disse ele: “Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros” (João 13:34, 35). Os discípulos de Jesus deveriam ser reconhecidos pelo seu amor uns pelos outros, por suas boas obras, não meramente por suas boas palavras.
Jesus certamente expressava seu amor em obras e não apenas em palavras. Ele curava o enfermo e erguia moralmente o pecador. Ele repreendia aqueles a quem amava, a fim de promover seu progresso. Nesses casos, o seu amor nem sempre era bem aceito. Mas sempre levava para mais perto de Deus aqueles que estavam dispostos a ouvi-lo.
Agir a partir de motivos justos e colocar em prática as boas idéias, é o que move montanhas e transforma vidas.
E Jesus não se limitava a apenas uma boa ação por dia. Ele curava multidões (ver Mateus 4:23, 24). Vivia em estado de oração permanente. Atendia a cada chamado. Talvez se considerarmos Cristo Jesus como modelo para nossas ações, estaremos mais alerta para as oportunidades de expressar amor uns aos outros. A maioria das pessoas que estão em busca de espiritualidade, certamente se esforçam para crescer em compreensão espiritual. Elas fazem do progresso espiritual uma prioridade. A meu ver, os ensinamentos de Jesus ajudam a evitar armadilhas, quando nos advertem a não colocar a letra acima do espírito. Obedecer ao mandamento de Jesus de amar-nos uns aos outros, significa colocar o amor em prática. Mais do que simplesmente uma ação moral, ela abre o caminho para a cura espiritual. Como escreve a Sra. Eddy: “Lembra-te de que a letra e o argumento mental são apenas auxiliares humanos para ajudar a pôr o pensamento em concordância com o espírito da Verdade e do Amor, que cura o doente e o pecador” (Ciência e Saúde, p. 454).
Para o Ano Novo, estou tomando a resolução de adotar o comportamento daquele senhor que encontrei no supermercado e esforçar-me por fazer uma boa ação a cada dia. Mas também decidi compartilhar, com alguma pessoa a cada dia, o poder sanador do Cristo. Acho que não existe melhor maneira de colocar em prática o mandamento de Jesus, do que expressar amor aos outros.
Longe de vós, toda amargura, e cólera, e ira, e
gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda
malícia. Antes, sede uns para com os outros
benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos
outros, como também Deus, em Cristo,
vos perdoou.
(Efésios 4: 31, 32)
