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“Não precisa me dizer suas opiniões!”

Da edição de abril de 2003 dO Arauto da Ciência Cristã


“Mãe, não precisa me dizer suas opiniões”. Essa mensagem estava no bilhete que encontrei sobre minha escrivaninha quando voltei para casa após minha corrida matinal. Na noite anterior, eu e minha filha, que na época cursava a faculdade, havíamos conversado sobre o namorado dela. Ele havia passado algumas semanas em nossa casa, e eu havia transmitido a ela minha opinião sobre o rapaz. Ela havia escrito o bilhete antes de viajar para realizar um trabalho temporário.

Minha reação ao bilhete surpreendeu-me. Não fiquei brava nem magoada. Uma palavra que chamou especialmente minha atenção foi opiniões. Havia pouco tempo meu nome tinha sido aceito para integrar a lista de praticistas da Christian Science, e eu concordara em dedicar minha vida à cura espiritual. Naquela hora percebi que precisava ser totalmente coerente com esse compromisso.

Eu sabia, por experiência própria, que, às vezes, não bastava ser um pai ou uma mãe cuidadosos e dar bons conselhos. Quando meus filhos tinham algum problema, muitas vezes a conversa não conseguia mudar nada. Mas, sempre que eu elevava meu pensamento em oração e ouvia atentamente a orientação de Deus, sabia que estava oferecendo a eles a melhor ajuda que eu poderia dar.

Assim, naquela situação, percebi que precisava aprender um pouco mais sobre opiniões. Como a Bíblia e os escritos de Mary Baker Eddy são as ferramentas que eu normalmente utilizo para me orientar espiritualmente, decidi lançar mão desses recursos. Imediatamente, a Bíblia me lembrou de que eu devia confiar em Deus. Li o seguinte versículo: ”Escutarei o que Deus, o Senhor disser, pois ele falará de paz ao seu povo e aos seus santos” (Salmos 85:8). Então, quando procurei a palavra opiniões em uma Concordância dos escritos da Sra. Eddy, encontrei duas frases que, além de tocarem meu coração, mudaram a direção dos meus pensamentos imediata e permanentemente. A primeira foi: “As opiniões humanas não são espirituais” (Ciência e Saúde, p. 192). E a segunda: “Na Ciência Cristã, a mera opinião não tem valor” (Ibid., p. 341).

Juntas, essas três afirmações me proporcionaram um despertar maravilhoso e fizeram com que mentalmente eu me ajoelhasse com humildade. Elas me lembravam que era preciso espiritualizar meus pensamentos e resistir à justificação própria, que é o terreno onde as opiniões florescem. E opiniões nunca curaram ninguém!

Finalmente, concluí que poderia confiar que o cuidado paternal de Deus, que é o Amor divino onipresente, iria me mostrar a maneira de ajudar e cuidar dessa preciosa jovem. Tanto ela quanto eu precisávamos do cuidado paternal do Amor. E eu sabia que ambas éramos dotadas de perseverança espiritual para ouvir, receber a orientação do nosso Pai-Mãe verdadeiro e a ela corresponder.

Como as circunstâncias posteriores revelaram, não foi mais preciso conversar sobre o assunto. Deus, o único e verdadeiro Pai-Mãe de minha filha, fez com que o relacionamento com aquele namorado terminasse e a conduziu em direção a um homem maravilhoso, anos mais tarde. Mas, e se minha opinião com respeito à situação estivesse correta? E se minha filha tivesse se casado com aquele rapaz e tivesse sofrido? Será que isso significaria que minha opinião era válida? Será que não há um momento em que a opinião deve ser expressa?

Há uma grande diferença entre orientação e interferência.

A resposta a essa pergunta é não. Acredito que a oração constante, mais do que uma opinião oferecida de maneira apropriada, abre a porta do pensamento no momento exato e diretamente sobre o aspecto que precisa ser corrigido, e dirige cada um de nós. Dessa forma, a resposta se manifesta às pessoas de maneira individual, onde quer que elas estejam, e não onde eu acho que elas devem estar.

Isso não quer dizer, evidentemente, que estou defendendo o abandono da orientação e do aconselhamento responsável que cabe aos pais. Mas o valor de nossa orientação aumenta na proporção direta da oração na qual ela está baseada e que lhe dá apoio. A oração humilde permite que o que é correto seja revelado, e fecha a porta sobre a argumentação a respeito de quem está certo ou errado. A oração nos coloca na terra santa, na qual é o Cristo que está em ação na consciência humana. A cura acontece quando a Palavra de Deus é reconhecida e compreendida — não somente quando as palavras certas são faladas de maneira convincente.

Algumas vezes, quando duas pessoas estão orando fervorosamente a respeito de uma situação, mesmo quando ambas estão tentando sinceramente abandonar seus pontos de vista limitados sobre um determinado assunto, suas orações podem revelar duas maneiras de agir diferentes, e muitas vezes conflitantes. Será que isso significa que uma pessoa está certa e a outra errada? Não necessariamente. Não há soluções fáceis para algumas situações! Alguns traços de personalidade podem, involuntariamente, dar um “tom” pessoal à oração, criando, dessa forma, uma oposição até mesmo à tentativa mais sincera de ouvir a Deus. O que precisamos é ouvir mais a Deus com base em oração, durante dias, meses ou até mesmo anos.

Mas sempre há uma resposta que cura. Uma profunda humildade, como Jesus praticou, irá finalmente revelar os passos corretos a serem dados. Todas as opiniões sobre a forma como a história deve acabar podem ser colocadas de lado se trabalharmos com base na maneira como Jesus agia. Ele deu o exemplo quando disse: "Eu nada posso fazer de mim mesmo; na forma por que ouço, julgo. O meu juízo é justo, porque não procuro a minha própria vontade, e sim a daquele que me enviou" (João 5:30).

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