O telefone toca às 18 horas de sexta-feira. F. B., um autor que colabora para O Arauto diz: “Escrevi um artigo, mas não sei como terminá-lo. Você pode me ajudar?” Respondo: “Por que você não lê seu manuscrito para mim?“ Enquanto ele lê, a solução de seu problema torna-se evidente para mim, Gerente de Redação do Der Christian Science Herold. Conversamos alguns minutos e trocamos idéias. De repente F. B. diz: “Já sei. Já sei como terminar! Obrigado!”
Por que essa breve conversa entre um autor e um redator é relevante o suficiente para ser mencionada aqui? Para compreender plenamente o por quê, é necessário saber como era feita a editoração antes de termos redatores que pudessem trabalhar em seus países, diretamente com os autores em seu próprio idioma.
Naquela época, os redatores do Arauto gostavam de receber artigos de autores que não escrevessem inglês, mas a equipe de redação em Boston só falava inglês. O processo era assim: um artigo precisava ser traduzido para o inglês, editorado em inglês, depois traduzido de volta para o seu idioma original.
Daí, como os PCs eram coisa do futuro e o e-mail ainda não existia, o artigo editado e, talvez, uma carta explicativa, eram enviados ao autor. Esse processo levava meses ou, às vezes, até um ano.
Quando o autor recebia o texto editado ele, ou ela, podia fazer correções e devolver as mudanças pelo correio. Mas, se as mudanças não eram aceitas, o processo precisava recomeçar.
Dificuldades com a produção e o envio, que já foram superadas em grande medida, também retardavam a parte de publicação. Os autores precisavam esperar muito tempo para ouvir as boas novas: "Publicaremos seu artigo (ou seu testemunho) num número futuro do Arauto. “Esse processo, às vezes, tinha a tendência de desencorajar as pessoas a escreverem para O Arauto.
Há muitos anos, porém, que A Sociedade Editora da Christian Science quer incluir artigos de autores que não falam inglês, escritos em seus próprios idiomas e apresentados de uma forma que seja o mais próximo possível do estilo individual dos escritores. Com o desenvolvimento da tecnologia, os métodos para alcançar esse propósito gradualmente tornaram-se possíveis e práticos. E durante meados da década de 1990, começando com a Alemanha, quando fui nomeado Redator Adjunto para O Arauto alemão, surgiu a oportunidade de contratar redatores de outros países para O Arauto da Christian Science em português, espanhol e francês.
Esse passo encorajou as pessoas que falam esses idiomas. A partir daí, tem sido emocionante ver um maior número de leitores e autores escrevendo para O Arauto em seus próprios idiomas.
F. B. ainda não tinha desligado. Com um leve tremor em sua voz, disse baixinho: “É tão bom poder conversar com você! Há vinte anos que eu escrevo para O Arauto. E hoje, pela primeira vez, pude falar com um redator sobre o meu artigo.” Quando tenho conversas como essa, sinto-me muito grato por todo o progresso que foi feito, ao mesmo tempo em que aprecio os autores e redatores “pioneiros” que tanto fizeram nos primeiros tempos do Arauto.
