Atentados suicidas, chacinas nas escolas e outros atos de violência implicam o assassinato de pessoas que, por coincidência, estavam “no caminho”. Uma tragédia. Todos nós ansiamos por ver a humanidade a salvo e protegida.
Lembro-me de um incidente ocorrido há uns 15 anos. Eu havia sido a testemunha ocular de um duplo homicídio em frente de casa. Recordo-me do medo e da desconfiança que passei a sentir com relação às pessoas e da insegurança e ansiedade associadas a esse chocante incidente.
Encontrei uma frase em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de Mary Baker Eddy, que me induziu a fazer algo contra os meus temores e a enfrentá-los. No meu caso, isso significava encontrar a raiz do medo e da ansiedade que sentia. Eis a frase: “Devemos consagrar a existência, não 'ao Deus desconhecido' a quem adoramos 'sem conhecer', mas ao arquiteto eterno, o Pai sempiterno, à Vida que o sentido mortal não pode prejudicar, nem a crença mortal destruir” (p. 428).
Minha confiança nas pessoas havia sido destruída, isto é, não só a confiança e o amor para com os demais, o que tinha tudo a ver com minha natureza franca e amigável, mas também o meu profundo amor a Deus e à Sua maravilhosa criação. Essa confiança havia sido uma espécie de guia para meus afazeres diários e era como se tivesse de aprender a viver sem ela. Porém, aquela frase de Ciência e Saúde, mostrou-me que eu podia “consagrar a existência” de uma maneira produtiva.
Alertou-me a traçar uma linha entre a vida mortal e a espiritual, entre cada um de nós como filhos de Deus e a mortalidade. Mostrou-me uma maneira de perceber a vida espiritual e ver claramente o meu medo e a minha ansiedade como parte de uma visão mortal da vida, que tenta enfraquecer e destruir a confiança, a bondade e a paz. Minha paz interior e meu amor pelo bem foram restaurados de maneira rápida e permanente. Além disso, hoje recebo pedidos para dar ajuda espiritual às pessoas por meio da oração.
É natural olhar para além das nossas próprias necessidades e ampliar nossa perspectiva.
Empenho-me em converter minhas dúvidas e temores em poderosas orações em prol da segurança e da paz de todos e tomo a firme decisão de afastar-me da oração rotineira para ouvir atentamente com inspiração e em quietude. É fortalecedor saber que podemos fazer alguma coisa com nossos pensamentos perturbados e a Bíblia nos dá a orientação. O livro do profeta Isaías declara que o povo de Deus “converter[á] as suas espadas em relhas de arados e suas lanças, em podadeiras” (Isaías 2:4).
De uma forma metafórica, meus pensamentos, ao reagir aos noticiários, são exatamente como espadas dilacerando minha paz interior, ou seja, o medo e a ansiedade são como lanças transpassando minha confiança e consciência da bondade e segurança divinas. Mas, ao tomar essas armas e forjá-las em algo útil, posso penetrar o campo de minha consciência com o equipamento correto. Além disso, percebo e reconheço que dos instrumentos de guerra são forjados os equipamentos para a colheita. Realmente existe um poder bom exatamente no lugar onde o mal parece estar. O Espírito é invisível, mas percebido quando prestamos atenção ao nosso sentido espiritual.
É natural olhar para além das nossas próprias necessidades, ampliar nossa perspectiva e prepará-la com relhas de arados para que o bem se multiplique e alimente a muitos. Talvez possamos participar modestamente na prevenção de incidentes como os do Oriente Médio, dos Estados Unidos, da Alemanha ou do Zimbábue.
Mary Baker Eddy, no final do século XIX, escreveu sobre a influência da oração individual: “Como podemos fazer esse trabalho cristãmente científico?... Simplesmente temos de preservar um sentido científico e positivo de união com nossa fonte divina e demonstrar isso diariamente. Então descobriremos que cada um de nós é um fator tão importante quanto duodecilhões, ao sermos corretos e agirmos retamente, demonstrando assim o Princípio deífico” (Pulpit and Press, pp. 4).
