Encurralada! Foi assim que me senti, quando se fecharam todas as possibilidades de me livrar do beco sem saída em que se transformara meu emprego.
Na noite anterior, eu estava assistindo ao culto em uma igreja, tentando, com muito empenho, ouvir a orientação de Deus. Eu sabia que ficar atenta à orientação divina é uma atitude prática. Por exemplo, no ano anterior, ter recorrido a Deus, em oração, havia transformado completamente uma situação em que eu também me sentira encurralada.
Desta vez, a resposta que recebi foi a de tirar um dia de folga do trabalho, algo que eu normalmente não faria, a não ser que fosse absolutamente necessário. Eu precisava me certificar de que isso não era meu próprio esforço inconsciente de escapar ao trabalho. Mas, tive uma sensação de estar sendo honesta com relação à decisão. Intuitivamente, percebi que, tirar um dia de folga, não seria uma fuga, mas um passo em direção à solução do problema desagradável com relação ao meu emprego.
Lembro-me, na manhã seguinte, de desejar manter a mesma atitude da noite anterior, de ficar atenta a Deus; era muito mais confortável do que ficar preocupada e traçando planos, algo que eu já havia tentado fazer. Ao ler a Lição Bíblica da semana, que consta do Livrete Trimestral da Christian Science, encontrei estas conhecidas palavras do Salmo 23: “O Senhor é o meu pastor; nada me faltará”.
Naquele dia, não consegui terminar a lição. Ao invés disso, meu pensamento ficou inteiramente absorvido no salmo do pastor. As perguntas enchiam minha consciência: “que tipo de pastagem as ovelhas preferem”? (verdejantes); “qual a fonte de água que elas necessitam?” (águas tranqüilas, que não ofereçam nenhum perigo de se afogarem ou de serem levadas pela correnteza); “como as ovelhas sabem quando o pasto está exaurido e para onde ir depois?”
Naturalmente, o pastor era o elemento indispensável para o bem-estar das ovelhas. Quem mais se preocuparia com o bem-estar delas e teria uma visão geral de toda a pastagem e o conhecimento de outros prados verdejantes? Meu pensamento encheu-se de inspiração. Senti-me especialmente confortada pela idéia de um banquete preparado diante de uma ameaça repentina do inimigo. Se o perigo tivesse qualquer poder ou realidade, raciocinei, Deus me mandaria um exército em vez de um banquete. Os pensamentos “inimigos” que estavam me incomodando, ou seja, resignação, desespero, tristeza, desvaneceramse diante das verdades espirituais que inundaram minha consciência.
Eu não tenho a menor idéia de quanto tempo se passou, enquanto ponderava essas passagens bíblicas. Mas, quando eu terminei de refletir, uma solução para meu problema de trabalho estava me esperando: “Deixe o seu emprego”.
Uma vez mais, foi uma resposta que eu normalmente não teria cogitado, pelo menos não sem ter outro emprego em vista. Porém, como se confirmando a exatidão dessa orientação, baseada na oração, o telefone tocou: “Você já pensou”, perguntou meu marido, “ deixar seu emprego”?
Pareceu-me tão natural obedecer a essa orientação. No dia seguinte, notifiquei que deixaria o emprego em duas semanas, ainda sem saber qual seria meu próximo emprego. Nas semanas seguintes, foi-me oferecido um cargo interessante, bem-remunerado, mas que minha oração me levou a recusar, e um emprego temporário que anteriormente eu havia recusado.
Esses incidentes não foram exceções à orientação de Deus. Eles se enquadram perfeitamente em Seu desígnio, satisfazendo à minha necessidade de salário, sem me prender a um local que logo tivesse de abandonar. Três meses depois, Deus me guiou a uma pastagem genuinamente verdejante em outro estado, onde fui contratada para ajudar outras pessoas a lidarem com questões relacionadas a emprego. Eu mesma jamais poderia ter planejado melhor minha preparação para esse trabalho.
Bondade e misericórdia certamente me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na Casa do Senhor para todo o sempre. Salmo 23:6
A imagem de um Pastor divino nos alimentando, guiando e protegendo é algo poderoso — poderoso o bastante para dissolver a convicção desanimadora de que temos a responsabilidade, mas não o poder, de encontrar e manter bons empregos. Como acabei constatando, nosso verdadeiro trabalho é ouvir e seguir a orientação de Deus. Podemos confiar em que Ele fará Seu trabalho, ou seja, nos proporcionará tudo de que necessitamos, desde pastos verdejantes até proteção contra os inimigos. Podemos confiar a Ele os nossos empregos, também.
