No final do ano de 2004, pessoas de todos os continentes incorporaram à linguagem do dia-a-dia uma palavra nova, de origem japonesa, pouco conhecida: tsunami.
Esse vocábulo entrou em nossa vida e, logo atingiu os corações de todos. Ali se instalou e despertou o mais genuíno sentimento de compaixão. Foi a quarta maior catástrofe geológica já registrada na história. Os números que registraram a tragédia são proporcionais à força e energia das ondas gigantes.
Revelações surpreendentes se seguiram, em ações muito rápidas. Em apenas uma semana, 40 países fizeram doações que ultrapassaram a verba que a ONU teve durante todo o ano de 2004, para ajuda humanitária (Veja 12/01/05).
Pessoas também se motivaram a prestar socorro individualmente, de forma livre, deixando aflorar seu sentimento de amor ao próximo, sem restrição ou preconceito. O mundo inteiro se mobilizou, de diversas maneiras, e cada um contribuiu com o que tinha de melhor.
Virtudes como a ternura, a generosidade, o desprendimento, a boa vontade, a caridade, a religiosidade, a fé, a energia, o otimismo, a coragem, o consolo, a esperança, o altruísmo e muitas outras, vieram à tona e formaram um mutirão global vigoroso para levantar os 13 países atingidos na Ásia e África.
Reconstruir um lar ou devolver condições de vida aos milhões de desabrigados, com a urgência necessária, foi a meta dos voluntários que se engajaram nessa missão com coragem e vigor.
Carlos Martinez, comandante da empresa aérea VARIG, que transportou alimentos até o aeroporto de Colombo, disse ter vivido o momento mais importante de sua vida: “Pude ver o sentimento mais bonito dos homens, guardado para a hora que mais precisa. Todo mundo ‘se doando’ para ajudar” (sic) (Radio CBN 6/jan/04).
A tragédia evidenciou a dignidade e caráter dos homens, nas oportunidades que surgiram entre os que estavam juntos naquele momento. “No Sri Lanka, turistas holandeses contavam, comovidos, como moradores locais lhes ofereciam a última garrafa de água mineral, o único pano que tinham sobre o corpo” (Veja 5/jan/05). “O tsunami afetou a todos nós. Ocidentais ou orientais, turistas ou locais, ricos ou pobres. Fez com que recordássemos que somos todos iguais diante da natureza” (Vidiadhar Surajprasad Naipaul, escritor inglês, Prêmio Nobel de Literatura em 2001 — Folha de São Paulo, 9/1/05).
Esse acontecimento deixou evidências de que o mundo melhorou. Uniu forças e aperfeiçoou sentimentos humanos na era moderna. Provou que os recursos da ciência podem ser canalizados para as boas ações, com eficiência, em favor da fraternidade.
“Como é bom e agradável que o povo de Deus viva unido como se todos fossem irmãos!” (Salmos 133:1, Nova Tradução na Linguagem de Hoje).
Certamente cada pessoa que, de alguma maneira, vivenciou esse episódio da história da humanidade, com suas orações ou ações solidárias, tem uma força interior legítima que a impulsiona, e um propósito puro de união e paz para a humanidade.
