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Matéria de capa

A plenitude da vida

Da edição de abril de 2005 dO Arauto da Ciência Cristã


O telefone tocou, minha mãe atendeu e, em seguida, começou a chorar convulsivamente. Alguém havia informado o falecimento de um dos seus irmãos, com quem tinha mais afinidade. Minha mãe foi para o quarto, completamente transtornada, não queria falar com ninguém, e nada a consolava.

Aos poucos fui me libertando daquelas imposições mentais e assimilando a lei da Vida

Meu tio era muito especial, alegre, inteligente, generoso e carinhoso com todos da família. Morava no Rio de Janeiro, era muito bem sucedido profissionalmente e poucas vezes nos visitava. Minha mãe, quando solteira, havia morado no Rio, e a proximidade fez com que ambos descobrissem muitas coisas em comum.

Minha mãe enfrentou dias e dias de tristeza e pesar. Como eu deveria ter apenas doze anos, fiquei muito impressionada com a cena. Algo dentro de mim não aceitava ver minha mãe triste e desesperada. Então, uma pergunta não saía da minha cabeça: “por que tanta tristeza e desespero?” Desse dia em diante, também uma outra pergunta começou a me atormentar: “como vai ser quando minha mãe falecer, como vou conseguir agüentar o sofrimento e a tristeza da perda?” Esses pensamentos funestos me vinham nas horas mais imprevisíveis.

Alguns anos mais tarde, quando iniciei meu estudo da Christian Science com o livro Ciência e Saúde, de Mary Baker Eddy, essas e outras perguntas começaram a ser respondidas. Aprendi que Deus é Vida. Procurei compreendê-La como sendo infinita, eterna, indestrutível, contínua e o homem como Seu reflexo, espiritual, não material, imortal e eterno. Isso afastou cada vez mais aqueles pensamentos de tristeza, desalento, falta e perda. Aos poucos fui me libertando daquelas imposições mentais e assimilando a lei da Vida que aniquila tudo o que é dessemelhante de Deus, o bem infinito e eterno. Como foi bom descobrir que vivemos sob o governo de Deus e que Ele deu ao homem domínio sobre todas as coisas, como está descrito em Gênesis. Comecei, então, a ter domínio sobre o medo da perda de minha mãe. Conforme progredi espiritualmente, veio à tona o grande apego que eu tinha por ela, um sentimento que não me dava segurança. Até mesmo familiares comentavam: “Você é muito apegada à sua mãe”. Entretanto, o estudo de Ciência e Saúde me ajudou a discernir a diferença entre apego e amor. O sentimento de apego é opressivo e egoísta, enquanto o amor leva ao desprendimento, à paciência e à segurança, sem necessitar da presença e do apoio constantes de uma pessoa. Visto que Deus é o Pai-Mãe de todos, o Amor divino onipresente, cuida ternamente de cada um, suprindo e atendendo nossas necessidades.

O Mestre ensinou que a Vida é Deus, inseparável de Seus filhos e filhas, que a Vida é plena, contínua, eterna.

Quando faltava um mês para eu dar à luz ao meu primeiro filho, pude pôr em prática todos esses ensinamentos. Depois de passar alguns dias doente, minha mãe veio a falecer. Parecia que aquele era o momento mais crucial, mais difícil para mim, pois já havia feito planos para ela ficar alguns dias comigo depois que o bebê nascesse. Com a compreensão espiritual adquirida com o estudo da Christian Science, a tristeza e o pesar foram vencidos em pouco tempo. Em vez do egoísmo de querer que ela ficasse comigo, compreendi que, apesar de não tê-la mais por perto, tinha na lembrança todas as suas qualidades: inteligência, perspicácia, disciplina, bom-humor, assim como a paciência e a perfeição com que fazia lindos bordados, tanto para mim como para parentes e amigos.

Na minha experiência com o bebê, senti Deus se manifestando como Mãe. Pude também contar com a ajuda de uma enfermeira da Christian Science, que atendeu ao bebê e a mim com carinho e dedicação e tudo foi muito harmonioso.

No Novo Testamento há maravilhosos feitos de Cristo Jesus. Seu conceito sobre a Vida imortal e indestrutível o levou a ressuscitar a filha de Jairo, o seu amigo Lázaro e tornou possível sua própria ressurreição. O Mestre ensinou que a Vida é Deus, inseparável de Seus filhos e filhas, que a Vida é plena, contínua, eterna. No relato sobre a morte de Lázaro, percebe-se que Jesus, antes de ressuscitá-lo, teve de vencer o sentimento humano de afeição por seu amigo. Esse fato está bem relatado no capítulo 11 do Evangelho de João. Em Ciência e Saúde, a Sra. Eddy explica tal passagem: “Jesus ressuscitou Lázaro pela compreensão de que Lázaro nunca havia morrido, e não por admitir que seu corpo havia morrido e depois voltara a viver. Tivesse Jesus acreditado que Lázaro havia vivido ou morrido no corpo, o Mestre teria estado no mesmo plano de crença em que estavam aqueles que enterraram o corpo, e não o poderia ter ressuscitado” (p. 75).

Há poucos meses, estava certo dia muito atarefada e não queria ser interrompida. Mas, minutos depois de haver começado a trabalhar no computador, tocou o telefone. Não sei por que, no segundo toque eu atendi. Ouvi a voz de um conhecido. Ele quase não conseguia pronunciar as palavras, falava muito baixo e percebi que estava muito transtornado. Disse com profundo desespero: “Por favor, me ajude. Eu não sei se conseguirei suportar”. Com muita tristeza, informou-me que sua mãe falecera. Ouvi sua história, a experiência de vida com a mãe, a quem ele amava, admirava muito e era sua melhor amiga e companheira. Afirmei-lhe que Deus é Vida, e também como nosso Pai-Mãe, o Amor divino eternamente presente, que sustenta, orienta, guia, supre e cuida de cada detalhe de nossa vida. Ele se acalmou. Também citei a primeira estrofe do Hino 135, do Hinário da Christian Science, que diz:

“Não sei de outra vida,
Ó Deus, exceto em Ti
Em Ti há vida plena
P'ra todos e p'ra mim”

Por algum tempo, conversamos sobre a plenitude da Vida, Deus. Disse-lhe que a Christian Science é o Consolador que Jesus havia prometido enviar. Sua voz voltou ao normal e agora expressava ânimo e firmeza. Curou-se daquela desolação e pesar. Antes de desligar, ele me disse: “Eu me sinto como se estivesse numa ilha deserta, sem ninguém para me ajudar e de repente surgisse um helicóptero e me resgatou dali para um lugar maravilhoso”. Fiquei muito grata por ter ajudado a essa pessoa com as leis divinas e espirituais que tanto me ajudam e aprendo continuamente na Christian Science.

Gosto muito desta mensagem consoladora: “Tu não estás sozinho. O Amor está contigo, zelando ternamente por ti, dia e noite; e esse Amor não te deixará, vai te sustentar, vai recordar todas as tuas lágrimas e responder às tuas orações” (Inspiração para os Relacionamentos da Vida, p. 13, The Mary Baker Eddy Collection).

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