Martinho Lutero, 483-1546 (p. 268)
Nasceu na Alemanha e teve uma infância difícil. Cresceu com medo do pai, de Deus e do diabo. Freqüentemente, era castigado pelos pais e na escola, com sovas de chicote.
Aos dezessete anos entrou para a universidade em Erfurt. Após ter sido atingido por um raio, prometeu entrar para o mosteiro, se fosse salvo. Assim, duas semanas depois foi para o. Mosteiro Agostinho, de Erfurt. Lá continuou seus estudos e, em 1508, passou a lecionar ética e filosofia na Universidade de Wittenberg.
Apesar de todo o seu êxito, não lhe foi possível encontrar a paz. Passou, então, a orar por horas a fio e a passar fome, sede e frio para se castigar. Certa vez, ao ler na epístola aos Romanos as palavras “O justo viverá por fé” (Romanos 1:17), Lutero percebeu que, se a fé faz o justo, não precisaria mais se flagelar. Sentiu-se livre.
Dava conferências especialmente sobre as cartas aos Romanos, aos Hebreus e aos Gálatas e sobre os livros de Salmos e Juízes. Era hábil com as palavras e as ilustrava com parábolas. Outros professores o ouviam e a doutrina de que o indivíduo se torna justo através da fé, crescia. Tornou-se doutor em Teologia em 1512.
O Papa Leão X arrecadava dinheiro para a construção da igreja de São Pedro, em Roma, pelos agentes que vendiam indulgências em troca da remissão dos pecados. Em várias ocasiões Lutero protestou contra essa prática. Como nada conseguiu, resolveu desafiar para um debate quem estivesse disposto a defender tal prática. Em duas semanas toda a Alemanha discutia o assunto, fato que admirou até mesmo a Lutero. Uma dentre as noventa e cinco teses propostas era: “Todo cristão verdadeiramente arrependido, tem plena remissão de culpa e penitência, mas sem as cartas de absolvição”. As notícias chegaram a Roma e o Papa ordenou que fizessem Lutero se calar. Várias autoridades religiosas tentaram convencê-lo, todas em vão. Continuou trabalhando muito.
Em 1520, o Papa enviou um documento ordenando que os livros de Lutero fossem queimados e o ameaçava de excomunhão caso não se retratasse. Ele não acatou e queimou o documento papal diante de uma multidão. Foi, então, declarado um herege excomungado.
Amigos influentes intercederam e pôde comparecer perante autoridades e se explicar. Perguntaram-lhe se estava disposto a voltar atrás sobre o que escrevera. Pediu um tempo para refletir e após vinte quatro horas estava disposto a se retratar caso lhe provassem, perante textos bíblicos, que estava errado. Como lhe exigiram que fosse breve, respondeu: “Aqui estou. Não posso agir de outra maneira; Deus me ajude! Amém!”
Seus ensinamentos forma declarados hereges e seus hinos proibidos. Recebeu ordens para se entregar às autoridades. Mas, foi escondido em um castelo. Durante essa época, entre outros trabalhos, traduziu o Novo Testamento do texto grego para o alemão, tornando-o acessível a todos. Mais tarde, traduziu o Antigo Testamento do hebraico para o alemão.
Martinho Lutero inaugurou, na Alemanha, a Reforma Protestante que rapidamente se espalhou para outros países da Europa. Casou-se com Catarina de Bora, ex-freira, com quem teve seis filhos e adotou outros.
Bibliografia:
História das Religiões, Charles F. Potter — tradução J. de Sampaio Ferraz, Copyright, 1944, Editora Universitária Ltda, São Paulo; Mary Baker Eddy mentioned Them, The Christian Science Publishing Society, Boston, MA, 1961.
