Minha vida é tranquila, mas, há bem pouco tempo, pensava sobre o rumo que devia tomar. Uma nuvem de ansiedade pairava sobre mim, lembrando-me constantemente de que, se eu cometesse algum erro, mesmo pequeno, ou tomasse uma decisão errada, poderia acabar sendo infeliz por longo tempo.
Quando entrei para o ensino médio este ano, notei que muitas pessoas viviam com o mesmo tipo de preocupação. Para alguns colegas de turma, uma nota baixa em um teste de matemática poderia levar a uma carta de rejeição do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), em Boston. Para outros, não fazer parte da equipe principal de beisebol júnior, no primeiro ano como calouro, poderia acabar com seus sonhos de participar dos campeonatos da liga principal das universidades. No meu caso, era a equipe de tênis.
Desde o verão, entre a sexta e a sétima série, desejava fazer um teste para a equipe de tênis da escola. Naquela época, era como um marco distante, mas, ainda assim, eu tinha certeza de que o alcançaria. Agora, na nona série, com a proximidade das eliminatórias, havia perdido a confiança. O técnico me informara por e-mail que 38 meninas fariam o teste, e apenas 20 passariam. Durante o inverno, treinei com três amigas, que também fariam o teste. Com o passar dos dias, sentimos que seria impossível entrar para a equipe de tênis. Comecei a me preparar para a eliminação que eu estava antecipando. Ponderei todas as outras opções que teria, caso fosse cortada da equipe e, quando as pessoas me perguntavam se eu estava animada para os testes, respondia: "Sim, mas não vou conseguir fazer parte da equipe". Com a aproximação das eliminatórias, fiquei ainda mais nervosa.
Na sexta-feira anterior à semana dos testes, os capitães das equipes realizaram um treino para as meninas que estavam competindo. Minhas amigas e eu fomos até lá, prontas para jogar e analisar a concorrência. Infelizmente, passamos a maior parte do tempo de uma hora e meia discutindo sobre as habilidades das outras concorrentes e se achávamos ou não que teriam sucesso, em vez de nos concentrar em jogar tênis por amor ao esporte.
A segunda-feira chegou e, com ela, as eliminatórias. Era um dia muito frio, e eu estava muito ansiosa. Joguei três pequenas partidas, ganhei uma e perdi duas. Na terça-feira, ganhei uma e perdi três. No final do dia, estava me sentindo muito frustrada com o meu desempenho nos jogos. O pouco de esperança que eu ainda tinha estava se esvaindo.
Contudo, devido às inúmeras vezes em que encontrei ajuda por me volver a Deus em oração, senti a necessidade de recorrer a Ele nesta situação, a fim de encontrar paz.
Naquela noite, orei muito. Ao longo de todo o ano, havia colecionado citações das Lições Bíblicas Semanais da Ciência Cristã, as "jóias", como as chamávamos na minha turma da Escola Dominical. Uma das minhas metas no começo do ano havia sido a de ter citações para todas as ocasiões. Portanto, foi proveitosa a ideia da turma escrever, a cada semana, três citações bíblicas e três de Ciência e Saúde, as quais pareciam úteis e significativas para nós, e depois mostrá-las ao nosso professor.
Como presente de Natal, o professor da Escola Dominical escreveu em pedacinhos de papel as citações que cada um de nós havia selecionado. Em seguida, guardei essas "jóias" em lugares onde pudesse encontrá-las quando precisasse: na carteira, dentro do bolso da mochila e na minha escrivaninha. Lembrei-me que também havia colocado algumas dessas "jóias" na sacola do tênis, mas ainda não as havia lido. Então, naquele momento, peguei uma que dizia: "Se Deus é por nós, quem será contra nós"? (Romanos 8:31). Sorri ao pensar que não havia inimigos. A próxima dizia: "Todas as coisas no universo de Deus expressam Deus" (Ciência e Saúde, p. 331). A essa altura, já me sentia mais calma. Tirei o último pedacinho de papel, em que estava escrito: "Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito" (Romanos 8:28).
Naquele momento, sabia que Deus estava no controle, não apenas no da equipe de tênis, mas da minha vida, do meu caminho, e do caminho de todos.
Acordei na manhã seguinte com a sensação de que Deus estava me conduzindo. Mesmo que não conseguisse fazer parte do time, sabia que minha vida estava sob o controle de Deus. Ele tinha planos perfeitos para mim. O mesmo era verdadeiro para todos.
Na tarde seguinte, fui até as quadras. O treinador estava com a lista dos nomes das dez meninas que fariam parte da equipe, para serem acrescentados às quatro jogadoras da universidade. O resto das candidatas iria disputar as duas últimas vagas.
Eu não estava na lista das meninas que comporiam imediatamente a equipe, como também nenhuma das minhas amigas. Portanto, teríamos de passar por outra rodada de testes. Embora tivesse ficado frustrada por um segundo, rapidamente voltei à perspectiva espiritual de antes e comecei a jogar melhor do que jamais havia jogado.
Durante o resto da semana, mantive o pensamento focado no caminho maravilhoso e divino para todas que não ficaram no time. Na sexta-feira, uma das minhas amigas estava muito nervosa, então, durante toda a partida que jogamos, compartilhei com ela alguns pensamentos encorajadores. Muito embora eu tenha vencido, ela acabou a partida sentindo-se bem com ela mesma. Para minha tristeza, o treinador decidiu prorrogar os testes até segunda-feira (Esses já eram os testes mais longos do ano escolar!). Contudo, continuei orando, a fim de permanecer focalizada no bom plano que Deus tinha para mim, e para todas nós.
Na semana seguinte, todas nós recebemos com muita alegria a notícia de que aquele seria o último dia de testes. Após os jogos, o treinador nos informou, individualmente, se havíamos conseguido ou não e eu soube que iria fazer parte da equipe! Uma das minhas amigas também conseguiu. Entretanto, duas das nossas amigas não conseguiram. Ponderei novamente que existe um caminho distinto para cada pessoa e que Deus dá a conhecer esse caminho a cada uma delas. Sabia que aquelas que não haviam conseguido fazer parte da equipe descobririam que Deus ainda assim tinha um grande propósito para elas.
Agora, em vez de andar por aí sob uma nuvem de preocupação, acho que as coisas estão mais claras. Compreendi que Deus talvez tenha caminhos diferentes para cada um de nós, mas que cada passo do caminho está cheio de amor e alegria.
