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REFLEXÃO

O caminho rumo à restauração

Da edição de outubro de 2009 dO Arauto da Ciência Cristã


Há alguns anos, vi-me atolada em decisões que iriam mudar o curso da minha vida. Contudo, por meio da oração e de uma crescente confiança em Deus, comecei a perceber a continuidade do bem.

Após mais de três décadas de casamento, meu marido anunciou que entrara com um pedido de divórcio. Minha primeira reação foi de medo, choque, raiva e pânico. Embora tivéssemos passado por várias dificuldades no casamento, e eu às vezes pensasse que talvez chegássemos a tomar essa medida, eu sabia, bem no fundo, que meu marido era um homem bom, e que havíamos construído uma vida em conjunto, fundamentada sobre interesses e valores comuns.

Naquela ocasião estava com 58 anos e havia me aposentado antecipadamente de um emprego de que gostava muito, a fim de viajar com meu marido, pois acreditava que nossas economias e aposentadorias juntas permitiriam facilmente esse novo estilo de vida. Nossa casa estava totalmente paga e achava que estávamos prontos para colher os benefícios de uma vida inteira de trabalho duro e por construirmos nossa poupança de forma sábia. Mas agora, confrontada com o divórcio, achava que essa reviravolta nos acontecimentos iria me levar à ruína financeira. Sentia que minha aposentadoria antecipada havia sido um erro.

No estado onde morávamos, a lei exigia um equilíbrio dos ativos, o que significava que, além de perder a possibilidade de viver com nossas duas pensões, eu tinha de transferir um quarto das contribuições feitas ao meu fundo de pensão, para o fundo de pensão do meu marido. Teria de dar a ele todo o valor em dinheiro, correspondente à metade do valor da nossa casa, o que significava que precisaria hipotecá-la. Embora eu fosse ficar financeiramente bem ao decidir ficar com a casa, sabia que teria de cortar despesas e, sem emprego, ficava imaginando como administraria isso.

A coisa lógica a fazer era voltar imediatamente a trabalhar. Entretanto, pelo fato de ter sido professora durante toda minha vida adulta, estava bem ciente de que ser readmitida no meu nível de experiência e escolaridade seria difícil; isso exigiria que uma escola municipal pagasse muito mais do que a maioria conseguiria pagar.

Contudo, realmente senti que havia uma resposta, e que Deus me ajudaria e eu me sentiria segura novamente, apesar da hora inoportuna em que me aposentei.

Havia praticado a Ciência Cristã durante toda a minha vida e tive muitas comprovações de que a oração é eficaz, inclusive em uma cura rápida de apendicite aguda durante a gravidez. Frequentemente também segui a orientação divina, com relação à tomada de decisões e problemas financeiros. Portanto, decidi ligar para um Praticista da Ciência Cristã para que me apoiasse por meio da oração. Ficamos em constante contato.

Cada dia, durante vários meses, volvia-me a Deus, o Amor divino, com toda sinceridade e passava horas lendo a Bíblia e o livro Ciência e Saúde, como também as revistas da Ciência Cristã. Devido ao fato de meus problemas parecerem ser tantos e tão arrasadores, muitas vezes dizia a mim mesma: "Vou me concentrar apenas em conhecer melhor a Deus". Embora, durante esse período, precisasse realmente cortar despesas, fui abençoada por ter conseguido permanecer em minha própria casa e também por conseguir pagar todas as contas. Ao anoitecer, sentava-me no pátio antes do jantar e conseguia manter minha mente tranquila, simplesmente apreciando a beleza da criação de Deus. Durante muitos meses, a televisão e o rádio permaneceram desligados e descobri o jardim como um lugar enriquecedor para orar. Esses momentos de introspecção, acompanhados das mensagens de Deus, ajudaram a me manter no caminho certo.

Desde o início do meu casamento, achava que havia feito todo o possível para ser esposa e mãe ideais. Entretanto, sabia que tinha defeitos e que havia cometido erros. Humildemente, pedi a Deus, como Verdade divina, para trazer à luz meus erros, do passado e do presente. Também pedi para que esse processo não fosse demasiado penoso para mim e que incluísse uma forma de eu remediar esses erros e de vivenciar uma mudança de caráter para melhor. Foi surpreendente o que esse esforço revelou! De repente, pude olhar para algumas das coisas que havia feito e dito, a partir de outro ponto de vista, e aprendi novas lições de como refletir o amor incondicional de Deus. Toda vez que um novo despertar me sobrevinha, sentia uma calma maior e a capacidade de perdoar meu marido, como também outras pessoas, pelos seus erros. Estava aprendendo que a Ciência Cristã não muda a realidade; ao contrário, ela revela, põe a descoberto a realidade espiritual que já está presente. Minhas orações me ajudaram a compreender que essa realidade universal, governada por Deus, realmente se aplica a todos.

Algumas vezes, nos momentos mais negros de temor pelo meu bem-estar, especialmente à noite, apegava-me à Bíblia e ao livro Ciência e Saúde e pensava: "Mesmo que agora não esteja conseguindo comprovar todas as verdades contidas nestes livros, estou confiante de que a realidade de Deus, Sua bondade, Sua totalidade e Seu cuidado por mim são verdadeiros, e que vou compreender isso cada vez mais. Algum dia serei capaz de compartilhar esta cura com outras pessoas".

Ao longo de mais ou menos um ano, meu senso de esperança no futuro se ampliou. Meus filhos eram amorosos e davam apoio tanto ao meu marido como a mim e, do mesmo modo, agiam todos os nossos amigos. Encorajei meus filhos, já crescidos, a não tomar partido e a continuar mantendo um relacionamento amoroso com o pai. De fato, meu marido e eu sempre conseguimos participar de eventos familiares sem constrangimento.

Após algum tempo, cheguei até mesmo a achar que a lei era justa, e que meu marido devia ter o direito à metade do valor da nossa casa, das poupanças e das duas aposentadorias conjugadas. A base dessa compreensão veio de algo que lera e gostara muito em Ciência e Saúde: "O Amor é imparcial e universal na sua adaptação e nas suas dádivas" (p. 13). Essa convicção do bom plano de Deus para nós dois me salvou da tentação de sentir qualquer forma de ressentimento.

Após a conclusão do nosso divórcio, o diretor da minha antiga escola me convidou para substituir uma professora em licença maternidade. Logo estava de volta ao trabalho, embora no nível salarial mais baixo possível. Contudo, fiquei muito grata e desfrutei da experiência. Outro fato positivo da oração foi que, várias vezes durante minha carreira como professora, haviam me oferecido empregos com salários mais altos no mundo dos negócios. Imaginava frequentemente se não cometera um erro em não aceitar essas ofertas. Agora, de volta ao ensino, compreendi o quanto apreciava cada aspecto da profissão de professora. Foi muito libertador sentir que realmente havia vivenciado o uso perfeito dos meus talentos.

Compreendi o quanto apreciava cada aspecto da profissão de professora. Foi muito libertador sentir que realmente havia vivenciado o uso perfeito dos meus talentos.

Então, no verão seguinte, uma semana antes de começarem as aulas, recebi uma ligação de uma professora de um outro distrito escolar, perguntando se eu lecionaria para suas classes, por meio período. Eu aceitei o emprego, sabendo que isso estaria ajudando alguém em necessidade. No entanto, o trabalho cresceu, abrangeu mais classes e logo me encontrei dando aulas em tempo integral. Foi elaborado um contrato pelo qual passei a receber a mesma remuneração na qual a outra professora havia sido contratada.

Finalmente, no ano seguinte foi-me oferecido um emprego para lecionar em tempo integral, com um salário que estava de acordo com minha experiência e nível de escolaridade. Também soube que tinha havido uma atualizaçāo no valor da provisão para a contribuição do programa de pensão e pedi que a escola deduzisse o valor correspondente do meu salário e contribuísse para a conta da minha pensão, o que era legalmente permitido. Isso em grande parte restaurou o que eu havia retirado da minha conta.

Todo ressentimento e medo se desvaneceram. Meu ex-marido eventualmente encontrou uma esposa de quem meus filhos e amigos gostam muito. Consegui adquirir uma liberdade tal, que um dia liguei para ela para lhe dizer o quanto eu era grata por meu ex-marido estar feliz e meus filhos terem um relacionamento tão bom com ela. Aos olhos de Deus, nunca existira nenhum erro irreversível.

Com muita gratidão, lembro-me apenas das coisas boas do meu casamento. Mas o que dizer da minha convicção, durante aqueles tempos difíceis, de que um dia eu compartilharia essa cura com os outros? Ora, isso acabou acontecendo também!

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