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Matéria de capa

A espiritualidade e a fronteira da longevidade

Da edição de setembro de 2009 dO Arauto da Ciência Cristã


Olhar a seçāo de cartões de aniversário em papelarias dá um parâmetro de como a maioria das pessoas pensa a respeito da idade. Conforme o passar do tempo, celebramos, brincamos, rimos e nos queixamos de nossa idade. As pessoas nos seus trinta anos olham para o futuro e trocam ideias sobre "os quarenta". Aos 50, racionalizase que os 60 devem ser "os novos 40", uma vez que pessoas antes consideradas idosas estão agora iniciando novas carreiras, formando-se na faculdade e explorando novas fronteiras em seus 70, 80 anos ou até mais.

Milhões de pessoas investem muito tempo e dinheiro em tudo o que promete ajudá-las a parecer mais jovens, a se sentir melhor, a se manter saudáveis; a lista inclui dietas, exercícios, cosméticos, roupas, medicamentos, cirurgias. Contudo, a maioria desses esforços está focado apenas no corpo, no físico.

Viver é realmente uma jornada de pesquisa e iluminação espiritual

Entretanto, outro grupo de pessoas, entre eles os Cientistas Cristãos, estão aprendendo que uma estratégia para uma longevidade maior e melhor consiste em uma mudança de foco, ou seja, mudar do "Processo de parar o envelhecimento!" para "Começar a descobrir o que significa o viver real!". Viver vai além do físico, é realmente uma jornada de pesquisa e iluminação espiritual.

Essa mudança de foco se fundamenta no conselho de Cristo Jesus: "...não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer, nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Porque a vida é mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes" (Lucas 12:22, 23). Gosto de pensar em "não andeis ansiosos" como significando: "não fiques demasiadamente ansioso" com suas necessidades físicas. Jesus também prometeu: "...eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância" (João 10:10).

Todos nós entretemos pensamentos muito profundos sobre a vida, que vão até o âmago da nossa identidade. Como definimos a vida, de onde ela vem, como funciona, se (e quando) termina, juntamente com a atividade intrínseca à existência; essas são questões sobre as quais grandes professores de religião e filósofos têm debatido, ensinado e ponderado. Eles têm uma influência provavelmente maior do que se imagina sobre o dia-a-dia da sociedade.

Tomamos decisões importantes firmadas em nossos pontos de vista sobre o que é a vida

Nossa vida e nosso corpo refletem nosso estado mental. Muito embora a maioria de nós provavelmente não seja um filósofo "extraordinário", ainda assim dirigimos nossa vida e tomamos decisões importantes (às vezes totalmente incorretas) firmadas em nossos pontos de vista sobre o que a vida é e o que a governa.

Acreditamos que a terra seja plana ou que o sol gire em torno da terra? Claro que não. Como sociedade, estamos muito além dessas concepções equivocadas e antiquadas a respeito da terra. Isso nos deixa livres para navegar os mares e explorar nosso sistema solar.

Contudo, em nossos pensamentos sobre a vida e a espiritualidade, talvez sejamos um pouco mais lentos em descartar certos conceitos igualmente equivocados. Isso restringe nossa vida diária e nossa longevidade. Existem determinadas áreas de concepções equivocadas que impactam diretamente a maneira como crescemos, nos desenvolvemos, envelhecemos e vivemos nossa vida.

• Nascimento

Poucos questionam o ponto de vista de que a vida começa em um momento específico no tempo e que ela se move a partir desse ponto ao longo de uma cronologia que é influenciada por um determinado código genético.

Entretanto, consideremos isto: Aceitar nosso dia natalício como nosso começo real também exige que aceitemos (talvez involuntariamente) que não existíamos antes do nascimento e que não existiremos em algum ponto (esperamos que bem distante) no futuro.

Consideremos as implicações, raramente questionadas, de que os códigos genéticos definem e delineiam nossa vida humana com mais detalhes do que os projetos arquitetônicos definem uma casa. Esse não é um pensamento muito feliz, quando concluímos que esses projetos genéticos frequentemente admitem defeitos, predispondo alguns de nós com o que parece ser uma vida e um futuro infeliz, sem saúde e pouco promissor.

O livro do Gênesis na Bíblia oferece dois pontos de vista radicalmente diferentes sobre a questão do nosso nascimento e ancestralidade. Somos nós realmente criados, como Gênesis 2:7 assevera, do pó (ou como a ciência mais tarde indicou, da união de um esperma com um óvulo)? Ou somos em realidade serea espirituais, conforme Gênesis 1:26 registra a criação, criada "à nossa (do Espírito) imagem, conforme a nossa semelhança"?

O fato é que todos existimos eternamente. Ao longo do capítulo intitulado "Gênesis" em Ciência e Saúde, Mary Baker Eddy explica que o relato contido no primeiro capítulo do Gênesis realmente apresenta a verdade da criação como fundamentalmente espiritual. Portanto, já existíamos como filhos ou filhas de Deus durante todo o tempo em que Deus tem vivido, ou seja, por toda a eternidade.

Nós existimos ou, mais precisamente, coexistimos com Deus no eterno viver e fazer. Uma vez que coexistir significa existir junto com Deus sempre, ao invés de "começar", nunca pararemos ou cessaremos de ser o que Deus nos criou para ser. Seu "projeto" espiritual para nós não é defeituoso, mas grandioso.

Temos vivido e sempre viveremos e expressaremos, de maneira única e individual, as bênçãos que se originam em Deus, nosso Pai-Māe real. Ele Se reflete em cada um de nós da mesma maneira que o sol se reflete em raios individuais de luz. Uma vez que Deus nunca pode morrer, tampouco podemos nós. Nunca. Obter uma leitura melhor sobre nossos "nāo-começos" nos ajuda a viver uma vida mais longa e mais livre.

• Desenvolvimento e crescimento

Desenvolvimento e crescimento são bons, não? Contudo, se acreditarmos que somos essencialmente criaturas biológicas materiais, então é também natural pensarmos que nosso crescimento e desenvolvimento são, em essência, processos físicos governados pelo tempo. A partir dessa perspectiva, o crescimento e o desenvolvimento têm também um lado negativo, uma vez que, depois que a matéria cresce, se desenvolve e amadurece, ela inicia um processo rumo ao envelhecimento e à deterioração.

Consideremos como "nos desenvolvemos" ou "crescemos", a partir de uma nova estrutura mental. À medida que começamos, mesmo que só um pouco, a "separar" nossa própria origem de nossa assim-chamada data de nascimento na matéria, podemos melhorar nossos conceitos de progresso, crescimento e desenvolvimento.

Podemos começar a ver esses estágios como uma vida repleta de propósitos

Podemos nos afastar da visão desses estágios de vida como inerentemente materiais e como reaçōes químicas, e começar a vê-los como a descoberta de uma vida repleta de propósitos. Uma vida que não tem, finalmente, de se estagnar ou se tornar monótona, mas que, ao invés disso, torna-se mais brilhante e feliz, mais espontânea e vibrante, à medida que evoluímos.

Falando em termos espirituais, na verdade nunca carecemos de beleza nem forma, nunca ficamos sem propósito, produtividade ou capacidade. Ideias espirituais compostas, que é o que realmente somos como criação da Mente divina, nós sempre estamos em um estado de plenitude, completamente desenvolvidos, inteiramente amadurecidos e úteis.

Somos sempre integralmente dotados de talento, sabedoria, habilidade e missão. Portanto, o que parece ser um processo de maturação ou progresso que se desenvolve ao longo do tempo, é realmente a descoberta ou revelação do que sempre foi nossa natureza como filhos e filhas individualizados e completos de Deus.

• Morte

Indo direto ao ponto, vamos morrer algum dia? Grande parte das pessoas acharia essa pergunta totalmente absurda e diria: "Naturalmente, todos morreremos, mas viveremos de forma diferente, em algum outro lugar". Outros acreditam que não existe nada antes do nascimento, portanto, nada também depois da morte.

Jesus ensinou e viveu uma outra maneira de ver a vida e a morte. Ele disse: "...antes que Abraão existisse, EU SOU" (João 8:58). Também disse: "e todo o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente..." (João 11:26).

Compreender a Deus como Vida, capacitou a Jesus ressuscitar a si mesmo

Ao invés de se esquivar da questão a respeito da morte, Jesus permitiu sua própria crucificação, a fim de mostrar na prática, para todos, o que a compreensão de Deus como Vida traz. Essa compreensão capacitou a Jesus ressuscitar a si mesmo e então ascender ou se elevar "ainda mais alto na compreensão do Espírito, Deus", como Mary Baker Eddy o colocou em Ciência e Saúde, p. 46.

Independentemente de quão jovens ou velhos estejamos neste momento, a simples aceitação de que a vida irá parar em algum ponto no tempo futuro, poderá impactar negativamente nossa forma de pensar atual e nossas decisões, mais do que possamos imaginar.

Poderá contribuir sutilmente para uma atitude de terror ou medo, amargar nossa disposição e retardar nosso progresso. Ou poderia cooperar para sentirmos indiferença, apatia ou desespero, aquela atitude de "nada importa, uma vez que tudo vai acabar". Talvez pensemos: "Por que nos esforçar para sermos bons, ou honestos, ou puros? Posso violar as regras porque o resultado final é o mesmo".

É realmente útil compreender que a morte não é um acontecimento final, mas um desafio fundamental para a vida e a identidade que todos nós enfrentaremos e que cada um de nós finalmente, e com certeza, vencerá, como Jesus o fez. Começar a admitir hoje, mesmo se no momento ainda não compreendamos bem como fazêlo, que a morte não é o ponto final da vida, ajuda-nos a começar agora a viver vidas mais plenas, mais longas e mais ricas.

A longevidade resulta da apreensão de pontos de vista mais precisos e espirituais sobre a vida

Essa é uma boa notícia, quer tenhamos 19 ou 91 anos! A partir desse ponto de vista, a longevidade é menos um objetivo "remoto" para os idosos e mais uma expectativa natural para todos, a despeito da idade. A longevidade resulta da obtenção de pontos de vista mais precisos e espirituais, a respeito do nascimento, crescimento, desenvolvimento e morte.

Considerar minha própria vida e carreira, a partir de uma perspectiva menos firmada na sequência tempo/idade, ajudou-me a passar por uma "crise de meia-idade", há alguns anos. Com base nas minhas próprias avaliações, achava que deveria ter realizado mais e muito mais cedo, em uma determinada idade e estágio na carreira. Achava que talvez tivesse "perdido o bonde" e essa era uma sensação horrível que não foi embora rapidamente. Se eu tivesse compreendido mais cedo que meus sentimentos se apoiavam em pontos de vista equivocados de como a vida realmente se desdobra, acho que podia ter me poupado alguns anos de angústia.

Hoje, tenho um senso mais seguro da minha oportunidade eterna, sem fim, de fazer o bem, sem os parâmetros ou cronologias que dizem que ou é cedo demais, ou tarde demais. É um alívio saber que a vida nunca começa ou termina, e que sempre teremos o tempo e a oportunidade de realizar nosso propósito dado por Deus.

Precisamos mudar nossas opiniões a respeito do significado da vida

"A Vida é eterna", escreveu Mary Baker Eddy, e ela concluiu: “Devemos certificar-nos disso, e começar a demonstrá-lo. A Vida e a bondade são imortais. Modelemos, então, nossos conceitos da existência, em beleza, louçania e continuidade, em vez de em velhice e decrepitude” (Ciênria e Saúde, p. 246). É necessário mudar nossas opiniões profundamente arraigadas sobre o significado da vida, e todos podemos fazer isso.

Ao estarmos dispostos a pensar de maneira diferente sobre nossa vida hoje, até mesmo na possibilidade de que a vida é muito mais do que um processo físico ou material, podemos, passo a passo, levar uma vida mais produtiva, mais longa, mais satisfatória e cada vez menos limitada pelas “leis do envelhecimento”.

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