Certo dia, acordei me sentindo indisposta, com sintomas de uma forte gripe. Estava com febre e sem ânimo para me levantar. Mal conseguia orar para mim mesma, mas enfrentei o desânimo e busquei me curar pela oração.
Entretanto, como eu não havia melhorado após dois dias, decidi ligar para uma Praticista da Ciência Cristã e lhe pedir que orasse junto comigo. A primeira coisa que ela me disse foi: "Fica com o Amor e tenha consciência apenas do amor de Deus." Isso me fez lembrar de uma oração que eu estava a fazer havia vários meses para melhor perceber o Amor divino, pois tinha me dado conta de que após meu divórcio, ocorrido há 8 anos, eu aceitara a sugestão generalizada de que muitos homens são egoístas, de que os bons homens estão todos casados e de que várias mulheres são vítimas. Esse é um julgamento muito errado sobre o termo genérico "homem", que inclui todos os homens, mulheres e crianças da criação de Deus, e também sobre o relacionamento entre homens e mulheres. Eu havia alimentado a ideia de que, muitas vezes em minha vida, senti falta de amor.
A praticista me fez refletir um pouco sobre a forma como eu tinha estado a orar. Na realidade, eu havia escrito em um papel esta pequena frase: "O amor nunca te abandonou. O amor esteve sempre presente". Então, eu me perguntava "Você sabe o por quê?" Mas não me vinha a resposta.
Entretanto, orei por três dias com essa ideia e em um determinado momento ficou claro para mim que o amor nunca havia me abandonado, porque o Amor é Deus, que é onipresente. Como eu sou o reflexo de Deus, a minha natureza reflete o Amor, que está a se expressar constantemente por meio de mim. O Amor não é pessoal, é divino, e se manifesta a todo o momento.
Esse foi o primeiro passo para uma compreensão mais elevada do Amor. O segundo passo ocorreu quando orei com o capítulo 13 de 1 Coríntios, o qual, para mim, é uma descrição completa do amor. Ponderei principalmente sobre este trecho: "O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes..." (versículo 4).
Comecei então a fazer uma lista, do que eu considerava ser o amor: paciente, bondoso, compreensivo, magnânimo, etc, e do que o amor não é: rude, desonesto, invejoso, intolerante, entre outros aspectos negativos.
Durante meu dia a dia, tive o cuidado de realmente expressar as qualidades que eu havia percebido como sendo derivadas do amor. Minhas atitudes perante as pessoas e a mim própria mudaram. Orei muito com essa ideia e me senti inspirada e muito próxima do Amor divino.
Nessa noite, após o telefonema com a praticista, percebi que havia excluído as pessoas do sexo masculino da abrangência do Amor. Humildemente, pedi perdão a Deus, o que, para mim, significou perceber que não há nem bons nem maus, pois a criação divina é toda perfeita, toda boa e não exclui ninguém. Ao tomar consciência disso, os sintomas da gripe, que já persistia havia três dias, sumiram instantaneamente.
Essa cura foi muito importante para mim, pois percebi que minha identidade espiritual já incluia todas as qualidades que eu procurava em um casamento, que a minha união inquebrantável com o Amor era a única realidade a respeito de mim. Essa nova perspectiva, além de me curar da gripe, libertou-me dos sentimentos de decepção, tristeza e solidão relacionados ao divórcio.
Foi gratificante perceber que a família, que eu espero algum dia reconstituir por meio de um novo casamento, já está suprida por Deus na forma de qualidades divinas inerentes a cada um de nós, em forma de amizade, amor, carinho e proteção.
Entendi que minha saúde também é uma qualidade que faz parte da consciência divina, e que eu posso vivenciá-la a todo momento.
Hoje, sinto-me alegre, completa, realizada, fortalecida e livre dos sentimentos deprimentes ocasionados pelo divórcio. Essa cura abriu a porta a novas amizades, novas oportunidades de partilha e trouxe até mim o companheiro tão desejado. Estou consciente de que não precisamos nos inquietar com nada, pois Deus supre as nossas necessidades. Como Seus filhos, já estamos casados, ou seja, unidos a todas as qualidades de Deus e incluímos todo o bem de Sua criação.
 
    
