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Cura—nossa Declaração de Independência

Da edição de setembro de 2011 dO Arauto da Ciência Cristã


Há alguns anos, fui presenteada com um peso para papel, com a palavra Liberdade gravada em letras douradas sobre ele. Eu ainda o mantenho sobre a escrivaninha, onde ele serve como um lembrete contínuo do meu direito à liberdade, em essência, como uma afirmação da minha própria "Declaração de Independência".

O mundo argumenta que somos mortais lutando para sobreviver, que estamos sujeitos a inúmeras limitações e que a liberdade é um ideal muito distante. Entretanto, a liberdade que Deus nos concede está sempre à mão. Ela é um fato espiritual da criação e cada um de nós tem livre acesso a ela, porque somos eternamente um com Deus. Entretanto, necesitamos declarar esse fato de forma consistente e compreender o porquê devemos fazê-lo.

Ciência e Saúde declara: "As Escrituras nos informam que o homem é feito à imagem e semelhança de Deus" (p. 475). Como reflexo de Deus, o homem, que significa cada um de nós, é uma ideia composta e completa, na qual não falta nada. No primeiro capítulo do Gênesis, aprendemos que a primeira dádiva de Deus ao homem foi domínio. Essa dádiva é permanente e jamais pode ser tirada. É nossa prerrogativa declarar nosso domínio dado por Deus, o de exercer nossa autoridade divina sobre toda sugestão de limitação, quer seja de saúde precária, suprimento limitado, falta de companheirismo, de oportunidade ou qualquer uma das miríades de alegações restritivas.

Durante toda sua carreira, Cristo Jesus pregou e provou a herança de liberdade do homem. Embora muitos concidadãos de sua época tivessem a esperança de que Jesus seria aquele que lideraria a revolta contra a ocupação militar romana, sua missão de libertação foi muito mais elevada. A libertação da servidão opressora, a qual Jesus veio garantir, não foi política. Ele veio para destruir a mais insidiosa tirania, o pensamento material que mantém o homem na escravidão do pecado, da doença e da morte.

Ele indicou o caminho pelo qual a verdadeira liberdade é alcançada: "e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará" (João 8:32). Nossa liberdade está na proporção direta a um conhecimento da verdade do ser. Qualquer servidão é o resultado da ignorância do todo poder e da toda presença de Deus. Portanto, quanto mais espiritual nosso pensamento, maior será nossa demonstração de liberdade. À medida que o pensamento for sendo espiritualizado, aquilo que é dessemelhante do bem desaparece progressivamente da consciência e, portanto, da nossa experiência.

Em suas inúmeras curas, Jesus demonstrou seu domínio sobre o tempo, o espaço e a crença na substancialidade da matéria. Ele provou que o Espírito, não a matéria, governa o homem. O Mestre sabia que, por meio de sua união com o Pai, ele tinha o poder e a autoridade sobre toda crença material de limitação. A verdade sobre o homem lhe era tão clara, que ele a declarava imediatamente, ao confrontar e rejeitar o erro, curando a situação.

Lemos em todos os quatro Evangelhos sobre as ordens incisivas de Jesus em tempos de grande necessidade. Ele ordenou a um homem paralítico no tanque de Betesda: "Levanta-te, toma o teu leito e anda" (João 5:8). O homem fez isso e ficou imediatamente curado. Não houve necessidade de nenhum período de recuperação. Para Lázaro, que já estava morto havia quatro dias, ele gritou: "Vem para fora!" (João 11:43), e o morto foi despertado para a vida. A um homem com a mão ressequida, ele mandou: "Estende a mão... e a mão lhe foi restaurada" (Lucas 6:10). Com a autoridade de "Acalma-te, emudece", ele repreendeu o vento e o mar, "e fez-se grande bonança" (Marcos 4:30).

Como Jesus certa vez disse aos seus discípulos: "Por isso eu afirmo a vocês: quando vocês orarem e pedirem alguma coisa, creiam que já a receberam, e assim tudo lhes será dado" (Marcos 11:24, A Bíblia na Linguagem de Hoje). Com base nos registros de suas curas, fica claro que não havia nenhuma dúvida em sua mente quanto às bênçãos infinitas que Deus concede ao homem. As obras de Jesus provam que a lei de Deus estava, está e sempre estará agindo a nosso favor.

Também nós podemos, em espírito de oração, ter a certeza de que toda sugestão de discórdia cede ao fato científico do ser. Como fez o Mestre, cada um de nós pode, com pura convicção e autoridade, declarar que a perfeição está aqui e agora. Como uma amiga minha costuma dizer: "Querer é negar, afirmar é possuir". Em outras palavras, acreditar que está nos faltando algo é negar a totalidade da bondade de Deus. Afirmar que já temos algo é possuí-lo.

O estudo da Ciência Cristã pode nos ajudar a declarar e a compreender nossa inerente liberdade das limitações materiais. De fato, a Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, Mary Baker Eddy, dedicou sua vida a demonstrar à humanidade como encontrar a completa salvação. Ela escreveu: "Os aleijados, os surdos, os mudos, os cegos, os doentes, os sensuais e os pecadores, a todos eu quis salvar da escravidão de suas próprias crenças e dos sistemas educacionais dos faraós, que hoje, como outrora, retêm os filhos de Israel em servidão" (Ciência e Saúde, p. 226).

No livro Ciência e Saúde, a Sra. Eddy incluiu um capítulo intitulado: "Passos da Verdade" (pp. 201–254). Esse capítulo oferece um valioso ensinamento a cada um de nós, mostrando como escapar da escravidão da crença de que o homem é um mortal limitado, e nos conduzindo à compreensão de que somos espirituais, perfeitos e completos. No centro desse capítulo há quatro páginas dedicadas à descrição da liberdade do homem como filho de Deus (ver pp. 224:27—228:20). De declaração em declaração, o livro reafirma o fato espiritual de que "A Verdade liberta o homem" (p. 225). Ano passado, aprendi uma lição sobre a importância de declarar veementemente nossa liberdade outorgada por Deus. Uma noite, ao chegar mais tarde em casa, notei que o aro da nossa cesta de basquete precisava ser ajustado. Portanto, comecei a subir na base, como já havia feito muitas vezes antes. Entretanto, dessa vez foi diferente. Não apenas porque eu estava com sapatos de salto alto, mas não percebera que a base estava molhada pelo sereno. Quando pisei na base, foi como se tivesse pisado sobre uma placa de gelo. Imediatamente perdi o apoio dos pés e caí, aterrissando, com todo meu peso, na extremidade da base.

No início, não conseguia me mover devido à dor. Enquanto estava ali deitada no escuro, tentando recuperar o fôlego, percebi que alguém estava falando. Ouvia repetidamente a voz de uma mulher dizendo: "Por favor, diga um comando. Por favor, diga um comando". Com isso, constatei que minha bolsa estava debaixo de mim e que havia caído em cima do meu celular. Primeiro, achei engraçado, mas então compreendi que a voz do menu do celular continha um ponto metafísico.

Enquanto ainda tentava pôr em ordem meus pensamentos, concentrei-me na palavra comando. Imediatamente, uma declaração do livro-texto da Ciência Cristã veio-me à mente. onde a autora escreveu: "Dominas a situação se compreendes que a existência mortal é um estado de auto-engano, e não a verdade do ser" (Ciência e Saúde, p. 403).

"Dominas a situação se compreendes que a existência mortal é um estado de auto-engano, e não a verdade do ser" (Ciência e Saúde, p. 403).

Soube naquele momento que todo o cenário de um acidente era um engano e não a verdade sobre a criação de Deus, onde tudo o que Ele fez foi considerado bom. Imediatemente comecei a afirmar que Deus, o Princípio divino, governa tudo e que eu estava a salvo sob Seu cuidado, infalível e completo.

Quando tentei me mover, descobri que não conseguia pôr nenhum peso sobre minha perna direita, portanto, meu marido e minha filha me ajudaram a levantar e a entrar em casa. Uma vez sentada confortavelmente em meu escritório, comecei a pensar mais profundamente sobre a declaração que eu ouvira repetidas vezes: "Por favor, diga um comando".

Abri o Ciência e Saúde nas páginas 390–393. Sempre gostei muito dessas quatro páginas; não há nada experimental ou equivocado sobre o estilo da linguagem! Há pelo menos 30 comandos a serem encontrados em meio a essas páginas. Por exemplo: "Bane a crença na possibilidade de abrigares ainda que seja uma só dor intrusa que não possa ser expulsa pelo poder da Mente, e dessa maneira podes impedir que a dor se desenvolva no corpo" (p. 391). Algumas outras frases que se destacam incluem: "Contradize mentalmente toda queixa do corpo... Rebela-te contra... Monta guarda à porta do pensamento... Toma posse de teu corpo e governa-lhe a sensação e a ação... Não receies..."

Foi isso que comecei a fazer. Declarei que a dor não podia penetrar minha individualidade espiritual. Quando veio a sugestão de que poderia haver uma séria contusão devido à queda, eu a contradisse mentalmente com o fato espiritual oposto específico de que Deus é a única causa e o único criador e, portanto, não podia haver nenhum dano subsequente. Impedi a entrada em meu pensamento do medo de ficar imobilizada ou de recuperação prolongada, e declarei minha perfeição.

Quando fiquei bem convicta dessas verdades, preparei-me para ir para a cama e dormi tranquilamente a noite inteira. Na manhã seguinte, consegui levar nosso cachorro para seu passeio matinal, e fiz isso com toda liberdade. Ao longo do dia, poucas vezes a dor tentou voltar. Cada vez, porém, eu "dizia um comando" e reafirmava minha liberdade outorgada por Deus. No final do dia, estava completamente curada.

Nosso domínio está fundamentado na premissa de que Deus é nosso Pai-Mãe e nós herdamos abundantemente todo o bem proveniente desse Pai divino (ver Hino 135 do Hinário da Ciência Cristã). Como filhos de Deus, somos espirituais e nunca somos escravos dos imprevistos da suposta vida na matéria. Não há nenhuma substância separada do Espírito.

Sem reservas, timidez ou dúvida, rejeitemos todo decreto injusto que tente argumentar que somos frágeis e limitados. A vida abundante e a alegria infinita são nossas por direito divino. Somos capazes de reivindicá-las com domínio e autoridade.

O Amor divino solta as correntes autoforjadas de qualquer coisa que tente nos escravizar, quer seja ela chamada ressentimento, solidão, clúme, vício, lembranças dolorosas, culpa e vergonha, pressão ou dívida. Nada pode nos desapossar da nossa herança de liberdade.

Quando perguntado pelos fariseus quando viria o reino de Deus, Jesus respondeu: "Não vem o reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o reino de Deus está dentro de vós" (Lucas 17:20, 21). O reino dos céus, ou seja, o reino da perfeita liberdade, está dentro de cada um de nós. Não temos de tentar alcançá-lo, nem ele pode ser tirado de nós. Devemos reconhecer esses fatos e declará-los como lei.

Em todas as circunstâncias, podemos saber que somos senhores da situação. É nosso direito expulsar o despotismo do medo, os grilhões do pecado e a escravidão da doença. O Amor divino solta as correntes autoforjadas de qualquer coisa que tente nos escravizar, quer seja ela chamada ressentimento, solidão, clúme, vício, lembranças dolorosas, culpa e vergonha, pressão ou dívida. Nada pode nos desapossar da nossa herança de liberdade.

Cada um tem sua própria "Declaração de Independência". A Ciência do Cristo estabelece o lema com estas palavras encorajadoras: "A Ciência Cristã ergue o estandarte da liberdade e grita: 'Segui-me! Fugi da escravidão da doença, do pecado e da morte!' Jesus traçou o caminho. Cidadãos do mundo, aceitai a 'liberdade da glória dos filhos de Deus', e sede livres! Esse é vosso direito divino" (Ciência e Saúde, p. 227).

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