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Curar a corrupção em nosso próprio coração

Da edição de junho de 2017 dO Arauto da Ciência Cristã

Tradução do original em inglês publicado na edição de março de 2016 do The Christian Science Journal.


Sempre que oro por um problema mundial, o que ajuda a me sentir menos abstrata em minhas orações é descobrir como purificar, nem que seja minimamente, meu próprio coração a respeito daquele problema em particular. Cristo Jesus encorajou seus seguidores assim: “Tira primeiro a trave do teu olho e, então, verás claramente para tirar o argueiro do olho de teu irmão” (Mateus 7:5). Mary Baker Eddy dá seguimento a esse tema quando ela orienta o sanador cristão desta maneira: “Reconhece e lança fora de tua própria consciência aquilo que é dessemelhante do ‘ungido’, então discernirás o erro que, na mente de teu paciente, faz com que seu corpo esteja enfermo, e removerás esse erro, para então descansar como a pomba após o dilúvio” (Miscellaneous Writings [Escritos Diversos] 1883–1896, p. 355). 

Portanto, com a corrupção predominando em todos os noticiários, recentemente, comecei a orar sobre esse tópico e a considerar de que forma eu poderia eliminar a corrupção dos meus próprios pensamentos. A primeira inspiração que tive foi uma declaração de Paulo: “Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também seja corrompida a vossa mente e se aparte da simplicidade e pureza devidas a Cristo” (2 Coríntios 11:3). Bem, isso foi direto ao alvo. Superficialmente, já pude perceber quantas vezes os atropelos da vida humana fazem com que as coisas pareçam tudo menos simples, e percebi também como às vezes eu me deixava ficar mais absorvida nos detalhes humanos, ao invés de pensar de forma espiritual, aquele pendor do Espírito que a Bíblia diz ser “vida e paz” (Romanos 8:6).

Mas, com um olhar ainda mais profundo, pude ver como eu precisava estar alerta para não ser tentada a “sacrificar meus princípios” e aceitar a evidência dos sentidos físicos, isto é, me curvar diante dos argumentos de dor, fadiga e medo, ao invés de confiar na Palavra de Deus, confiar no fato simples e poderoso de que Deus é Tudo-em-tudo. Eu sabia que se alguém me oferecesse todo o dinheiro do mundo para eu abandonar a prática da Ciência Cristã, a prática de dar testemunho da totalidade de Deus, eu rejeitaria categoricamente a oferta. No entanto, pude ver que, às vezes, eu ainda estava sendo sutilmente corrompida a aceitar “subornos” da mente mortal, assimilando pensamentos furtivos de que talvez alguma outra coisa pudesse cuidar melhor de mim do que Deus e de que eu devesse obediência às leis materiais da saúde, medicina, dietas e exercícios.

Então me lembrei do que Cristo Jesus enfrentou, quando foi tentado pelo diabo, e me perguntei se esse relato da Bíblia poderia me levar a ver mais claramente como a atração da corrupção opera e como me defender dela (ver Mateus 4:1–11). Enquanto eu orava e raciocinava sobre cada uma das três tentações mencionadas na história bíblica, aqui está o que me veio ao pensamento. Cada tentação me levou a um conceito que eu abordei em minhas orações:

1. TRANSFORMAR PEDRAS EM PÃES: CONVENIÊNCIA IMEDIATISTA

Cristo Jesus estivera jejuando por quarenta dias e quarenta noites e estava compreensivelmente faminto. Ele sempre havia confiado em Deus para suprir suas necessidades humanas, no momento e da maneira que mostrava a lei natural divina do desdobramento. Mas, a necessidade extrema poderia, nesse caso, tê-lo tentado a encontrar uma maneira mais imediatista de ver suas necessidades atendidas, um jeito que satisfazia à vontade própria e recorria à manipulação da matéria. Jesus evidentemente, e de forma rápida, compreendeu o egotismo contido nesse pensamento e o rejeitou dizendo: “Está escrito: Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus”. Tempos depois, Jesus alimentaria milhares de pessoas no deserto com apenas uns poucos pães e uns peixinhos (ver Mateus 14:14–21), mas esse ato despojado de ego, de demonstrar a capacidade da eterna presença do Amor de satisfazer a necessidade humana, não tinha nenhuma mácula de força de vontade ou manipulação.

2. SALTAR DO TEMPLO: CORRER RISCOS

Jesus não sentiu nenhuma necessidade de testar o cuidado que Deus tinha por ele e de assumir esse risco. A velha crença teológica de que Deus cuida do homem sob algumas circunstâncias, mas não em todas, e de que o homem está separado de Deus, poderia ter tentado Jesus a acreditar que ele precisava testar esse cuidado até as últimas consequências, a fim de descobrir seus eventuais limites e não correr o risco de começar seu ministério de cura prometendo às pessoas mais do que Deus pudesse realmente cumprir. Mas a vida inteira de Jesus se fundamentou na unidade do homem com Deus. Sua declaração: “Eu e o Pai somos um” (João 10:30), foi uma declaração de sua identidade espiritual individual como o Filho de Deus, eternamente uno com Deus. Por isso, Jesus rejeitou essa tentação com base na segurança que resulta da unidade infalível, e não de uma intervenção divina que poderia, ou não, ocorrer. No futuro, Jesus seria protegido de uma multidão furiosa que tinha a intenção de apedrejá-lo (ver João 8:59), e depois foi sustentado durante toda a crucificação até ser ressuscitado e ascender (ver Lucas, capítulos 22–24). Nessas experiências posteriores, não houve o egotismo de testar a Deus, mas sim uma completa dependência em relação ao seu divino Princípio salvador.

3. SER CATIVADO POR “TODOS OS REINOS DO MUNDO”: PODER E RIQUEZAS

Jesus não havia demonstrado nenhum interesse em poder e riquezas mas, conforme o início de seu ministério se aproximava, ele foi tentado a adorar o diabo, o mal, a fim de obter glória pessoal. Mas essa sugestão foi sumariamente descartada por Jesus: “Retira-te, Satanás” (Mateus 4:10). Jesus compreendia claramente que todo o bem provém de Deus e não da mente carnal, mortal, nem de meios e métodos materialistas porque, se o contrário fosse verdade, estes seriam mais poderosos do que Deus. Mais tarde, Jesus provou que ele tinha completa autoridade e domínio sobre toda sugestão de poder, fosse de natureza política, médica ou teológica, quando curou os doentes e pecadores e ressuscitou os mortos por meio do poder absoluto de Deus.

A conveniência imediatista, a assunção de riscos e a adoração ao mal, ou ao poder da mente carnal, a fim de obter poder e riquezas, isso me pareceu ser a raiz dos apelos à corrupção que eu havia enfrentado. Por exemplo, ouvi argumentos em meu pensamento de que é certo quebrar regras, porque a importância da minha atividade justificaria esse procedimento, ou de que quebrar as regras da burocracia em um processo, usando atalhos, é o melhor caminho a seguir. Também fui tentada a me comportar de maneira que eu sabia ser arriscada, na esperança de que minha compreensão a respeito de Deus me salvaria de quaisquer efeitos danosos. Mas estou vendo mais claramente que essas sugestões que vêm a nós e aos outros são as sementes que podem se transformar em corrupção em nível global, e que refutá-las em meu próprio coração é um precedente importante para vê-las curadas no mundo.

O bem mais simples, mais imediato, mais seguro e abundante que podemos ter está na nossa unidade com Deus. Mary Baker Eddy expõe essa simplicidade, quando escreve em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “Um só Deus infinito, o bem, unifica homens e nações; estabelece a fraternidade dos homens; põe fim às guerras, cumpre o preceito das Escrituras: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’; aniquila a idolatria pagã e a cristã — tudo o que está errado nos códigos sociais, civis, criminais, políticos e religiosos. Estabelece a igualdade dos sexos; anula a maldição sobre o homem, e não deixa nada que possa pecar, sofrer, ser punido ou destruído” (p. 340).

Cada um de nós pode rejeitar os vários apelos do egotismo que fariam com que abandonássemos a “simplicidade devida a Cristo”. Dessa maneira, podemos contribuir de forma significativa para a cura da corrupção.

Tradução do original em inglês publicado na edição de março de 2016 do The Christian Science Journal.

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