Parece que todos os dias o noticiário traz histórias de corrupção em uma grande variedade de atividades humanas.
Certa ocasião, eu trabalhei em uma cidade e em uma profissão em que a ideia, amplamente aceita, era a de que, para ser bem sucedido, era preciso enganar o público. Presumi então que era necessário fazer isso a fim de ganhar a vida. Mas a corrupção teve seu preço. Com o tempo, acabei vendo a deterioração da minha carreira, e meu casamento desmoronou.
Fui tentado a dar a culpa a um monte de gente, inclusive a mim mesmo. O que me fez parar e pensar foi algo que o Apóstolo Paulo escreveu: “Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar. Portanto, meus amados, fugi da idolatria” (1 Coríntios 10:13, 14).
Os ensinamentos da Bíblia e da Ciência Cristã tornaram claro para mim que, depender de um governo, de um empregador ou de um cliente, e deixar que essa dependência governe minhas ações, é como adorar um ídolo. Em vez disso, Paulo nos exorta a depender de Deus, o bem incorruptível.
Como Mary Baker Eddy observou: “São Paulo enuncia maravilhosamente este fato fundamental acerca da Deidade como o ‘Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos’. Essa declaração científica acerca da origem, da natureza e do governo de todas as coisas coincide com o Primeiro Mandamento do Decálogo e não deixa nenhuma oportunidade para a idolatria ou para algo além de Deus, o bem” (Message to The Mother Church for 1900 [Mensagem para A Igreja Mãe para o ano de 1900], pp. 4–5).
Cristo Jesus ensinou a confiança plena em um único Deus. Ele demonstrou que a natureza real de cada um de nós é espiritual, a imagem perfeita de Deus, já refletindo tudo o que é necessário para uma vida de alegria, harmonia e plenitude. Quando orei a partir dessa base, compreendi que a corrupção não era apenas um erro, que precisava ser corrigido, mas também que ela não faz parte de quem eu realmente sou nem faz parte de qualquer outra pessoa. Isso foi imensamente útil para eu compreender meu direito de me elevar acima da corrupção.
Deus, a Verdade e o Amor divinos, era quem eu precisava adorar. Ao invés de permanecer no senso de perda, volvi-me ao Amor infinito em busca de um senso mais elevado de carreira e de amor. Orei para compreender que minha carreira consiste na prática da compreensão espiritual acerca de Deus e que o casamento é a expressão das qualidades incorruptíveis do Amor divino na experiência humana. Isso me levou a uma nova família maravilhosa e a uma nova e satisfatória carreira, em outra cidade.
Para mim, ficou comprovado que Deus é a nossa única fonte de vida, amor, saúde e atividade correta, bem como do verdadeiro governo. Ao compreender isso, ainda que só um pouco, estaremos espiritualmente preparados para demonstrar esse fato em nossas atividades por meio de mais honestidade, e poderemos aplicar essa compreensão, advinda de nossas orações, aos governos de todo o mundo. É possível viver confiando plenamente na ajuda de Deus, mesmo quando tudo ao nosso redor parece estar funcionando mal. Somos agora e para sempre verdadeiramente governados por Deus, o Espírito divino, todo poderoso e puramente bom. Reconhecer esse fato por meio da oração conscienciosa nos ajuda a vencer o aparente poder da corrupção, tanto na nossa própria experiência, como na experiência de outros.
Tradução do original em inglês publicado na edição de 22 de outubro de 2015 do jornal The Christian Science Monitor e reimpresso na edição de 11 de janeiro de 2016 do Christian Science Sentinel.
