Com as constantes reportagens sobre crimes, reações furiosas e outras notícias desalentadoras, é importante comemorar constantemente os incontáveis atos de bondade que em verdade nos cercam.
Depois de uma manhã cheia de afazeres, durante a qual meu marido e eu havíamos andado de carro por toda a cidade, percebi, de repente, que não estava com minha carteira. Ela estava comigo quando saí de casa, portanto, sabia que ela deveria estar em algum lugar e procuramos por toda parte dentro do carro, mas nada da carteira.
O que mais me impressionou foi a calma que senti. Nunca, nem por um momento, duvidei que encontraríamos a carteira, com seu conteúdo intacto. Isso não era meramente pensamento positivo. Aquele fim de semana havia sido repleto de oração e de jubilosa afirmação da presença e da bondade de Deus e, naquele momento, senti um forte senso da proximidade do nosso Pai-Mãe, Deus. Esse senso de proximidade impediu que o medo ou a dúvida, e todos os “e se”, penetrassem em meu pensamento.
Pensei sobre uma frase de Mary Baker Eddy, a fundadora da Ciência Cristã: “Nada se perde daquilo que Deus dá...” (Miscellaneous Writings [Escritos Diversos] 1883-1896, p. 111). Compreendi que Deus, nosso Criador todo bondoso e todo amoroso, só nos dá o bem e a bênção. Eu não estava orando para recuperar a carteira, mas sim para reconhecer e me regozijar na presença e na totalidade de Deus, afirmando que a paz, a alegria e a harmonia são naturais para toda a criação de Deus e que estas não poderiam ser interrompidas de nenhuma maneira.
Tive a forte intuição de voltar para casa, onde tinha a certeza de que descobriríamos onde estava a carteira. Ao descer na calçada e subir os degraus de casa, eu não vi nada. Mas, quando me virei para colocar a chave na fechadura, notei um cartão de visita enfiado junto à porta. Ele continha uma anotação escrita à mão: “Jennifer, eu sou o guarda tal ... da polícia de Boston. Sua carteira está comigo. Ligue para mim”.
Compreendi que Deus, nosso Criador todo bondoso e todo amoroso, só nos dá o bem e 
a bênção.
Foi o que fiz e o bondoso policial, recusando minha oferta de ir encontrá-lo na delegacia, deixou imediatamente seu local de trabalho e dirigiu 20 minutos até minha casa para entregar a carteira. Quando chegou, ele me contou que estivera passando de carro por ali, quando notou uma carteira cor de rosa vivo jogada na rua, perto da calçada. Ele ficou surpreso com o fato de que não estava faltando nada, nem dinheiro em espécie nem cartões de crédito. Ambos nos alegramos com isso. Eu fiquei muitíssimo grata e, ao mesmo tempo, senti profundamente que esse resultado era o certo e o natural. Espontaneamente abracei o guarda e nós dois nos sentimos abençoados naquela tarde, pois minha expressão de agradecimento por aquele homem e por seus colegas policiais parecia ser a manifestação de confiança que ele precisava ouvir, naquele dia.
O melhor de tudo, porém, foi o lembrete a respeito da importância da oração diária para poder sentir mais a presença e o poder de Deus. Minha calma mental e minha obediência à intuição de ir para casa, não foram um mero acaso; ficou claro para mim que foram o resultado direto das minhas orações daquele dia e do fim de semana, as quais me fortaleceram e me acalmaram quando surgiu a necessidade, e me capacitaram a ver a bondade de Deus ali mesmo e naquele exato momento.
Tradução do original em inglês publicado no jornal The Christian Science Monitor em 31 de janeiro de 2017.
 
    
