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Original para a Internet

Concorde em ficar do lado de Deus

Da edição de junho de 2018 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 19 de abril de 2018.


Durante muitos anos, eu me senti confusa sobre algo que Cristo Jesus disse, que lemos na Bíblia, onde parecia que ele estava ensinando seus seguidores a concordarem com seus inimigos. No Sermão do Monte, Jesus instruiu o seguinte a seus ouvintes: “Entra em acordo sem demora com o teu adversário, enquanto estás com ele a caminho...” (Mateus 5:25). Entretanto, depois passei a compreender que nesse contexto, “entrar em acordo”, ou “concordar”, pode significar chegar a um entendimento ou parar de argumentar. Isso é diferente do que ceder a um inimigo ou deixar que a oposição leve a melhor. 

Nos tempos bíblicos, se duas partes não concordassem com algo, esses oponentes tinham de viajar longas distâncias para visitar um juiz que decidiria o caso. Durante a viagem, eles frequentemente comiam e se alojavam no mesmo local durante dias, pois tinham de ir pela mesma estrada, ao mesmo tempo. Depois de passar tantas horas juntos, eles chegavam a desenvolver um relacionamento amigável, interrompiam a viagem e retornavam para casa, sem precisarem visitar o juiz. Esse “acordo” não implicava necessariamente que as partes haviam concordado sobre o assunto, ou que uma parte cedera à outra. Em vez disso, significava simplesmente que eles haviam compreendido que já não precisavam discutir.

Mary Baker Eddy, a Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, compreendeu que essa instrução de Jesus poderia ser aplicada à cura da doença. Ela escreveu: “ ‘Entra em acordo sem demora com o teu adversário, enquanto estás com ele a caminho.’ Não permitas que alegação alguma de pecado ou de doença se desenvolva no pensamento. Rejeita-a com a firme convicção de que é ilegítima, porque sabes que Deus não é o autor da doença, assim como não é o autor do pecado” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 390). 

A doença é uma crença da mente mortal, que, na Ciência Cristã, é o nome para a crença errônea em algo oposto à Mente divina imortal (ou seja, Deus). A mente mortal parece entrar em conflito ou em desacordo com a verdade espiritual da harmonia que Deus provê para Seus filhos. Mas, levando-se em conta que sua sugestão de desarmonia é uma mentira, realmente não vale a pena discutir com a mente mortal sobre suas alegações errôneas. Podemos, em vez disso, rejeitá-las completamente. Podemos concordar em discordar da mente mortal. Quando fazemos isso, estamos destruindo todo suposto poder da mente mortal e ajudando a reforçar espiritualmente o pensamento e incentivando a oração inspirada e poderosa.

Quando nos confrontamos com alguma dificuldade física ou mental, é imperativo que fiquemos firmemente do lado de Deus, o bem. Os sentidos mortais ou materiais podem representar a vida humana como sendo cheia de contendas, fora da proteção e do cuidado de Deus, sujeita a conflitos e desconectada da paz. Em meio ao clamor desses sentidos materiais, pode parecer difícil aquietar nosso pensamento e reconhecer a verdade espiritual. Mas, em realidade, somos inerentemente inseparáveis de Deus, nossa fonte divina de vida. Na Bíblia, lemos: “Pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos” (Atos 17:28). 

Ora, será que “concordar em discordar” significa que, se simplesmente ignorarmos os problemas em nossa vida, eles desaparecerão? Exatamente o contrário. É importante distinguir entre o ato de descartar o erro como sendo o nada, e o de cegamente ignorar o erro. Qualquer pensamento, que possa sugerir que Deus seja menos do que onipotente, necessita ser confrontado e exposto como uma mentira. Devemos reconhecer tudo que esteja errado em nossa maneira de pensar e então descartar o falso pensamento como ilegítimo.

Para fazer isso de forma eficaz, devemos compreender a Deus e confiar nEle. Quando nos esforçamos por compreender a Deus, estamos humildemente permitindo que nosso pensamento seja orientado e elevado pelo Cristo, a Verdade. Como resultado, o conflito entre a verdade espiritual e a alegação material falsa torna-se irrelevante, porque nos elevamos acima da mentira e chegamos a ver-nos a nós mesmos em nossa verdadeira natureza espiritual como o reflexo perfeito de Deus. Vivendo no reino do Amor divino, não estamos nem sequer no mesmo campo de jogo que a matéria ou a mente mortal. Então, torna-se impossível manter uma discussão entre a matéria e o Espírito. Assim como a luz e as trevas não podem se misturar, em realidade, o Espírito e a matéria não se misturam nem interagem, muito menos debatem um com o outro. 

Dei-me conta de que meu pensamento estava elevado para compreender a criação de Deus como perfeita.

Se nos encontrarmos diante de um dilema, vacilando entre o Espírito e a matéria, esperando para ver qual lado apresenta um caso mais convincente, estamos embarcando em uma jornada para ver o juiz. Entretanto, se obedecermos às instruções de Jesus e se compreendermos a nós mesmos como a ideia espiritual de Deus, então nos elevaremos acima da disputa. Em essência, concordamos em discordar simplesmente deixando de discutir com o que é falso. Sabendo que Deus é Tudo, começamos a obter um vislumbre sobre nós mesmos como absolutamente inseparáveis de Deus, o Tudo-em-tudo, e, portanto, como refletindo naturalmente a Deus. Ao fazer isso, permitimos que nossos pensamentos sejam elevados, por meio da atividade do Cristo, acima do caos sombrio do quadro material.

Recentemente, fui despertada do sono pelo ruído de minha filha, tossindo em seu quarto no final do corredor. Na hora em que fora dormir, ela havia apresentado sintomas de uma doença sazonal. Minha primeira reação havia sido semelhante à que qualquer mãe poderia inicialmente oferecer: assegurei-lhe que uma boa noite de sono sempre ajuda e que ela se sentiria melhor pela manhã.

No início, desejei secretamente que o problema simplesmente desaparecesse. Mas, quando fui despertada no meio da noite pela tosse da minha filha, compreendi que eu não havia me elevado acima da alegação da mente mortal de que minha filha estava doente. Naquele momento, eu sabia o que precisava fazer. Eu precisava concordar em discordar da falsa alegação de doença, descartar o argumento da mente mortal (de que a matéria é real e sujeita a adoecer), e voltar-me de coração a Deus em busca de ajuda.

Muito embora ainda pudesse ouvir minha filha tossindo, dava para perceber que ela estava dormindo e que não necessitava do meu cuidado imediato. No meu quarto, comecei a orar. Afirmei que Deus é Tudo. Que pensamento poderoso para iniciar minha oração! À medida que deixava a magnitude do significado de Deus como o Tudo-em-tudo resplandecer em meu pensamento, tive a convicção de que poderia ficar do lado da Verdade e desfrutar do resplendor do amor de Deus por minha filha, por mim e por toda a humanidade como o reflexo precioso de Deus. Descartei a sugestão de que crenças a respeito do clima ou de contágio poderiam causar danos aos filhos de Deus. Rejeitei a crença de que uma mentira (a doença) pudesse atrelar-se ao filho de Deus. Visto que Deus é Tudo, qualquer coisa fora de Deus é nada e certamente não é “coisa nenhuma” da qual se possa ter medo.

Essas ideias eram simples, diretas, claras e poderosas. Elas rapidamente apagaram algum senso de dúvida que ainda restasse de que minha filha pudesse não estar bem. Não me perguntei se minha oração funcionaria ou se minha filha estaria se sentindo melhor pela manhã. Anteriormente, minhas orações às vezes ficavam anuviadas com preocupações cheias de dúvidas, mas, desta vez, não havia nenhuma dúvida em meu pensamento, de que Deus estava no controle. O Cristo, a Verdade, havia brilhado com todo o fulgor em meu pensamento. A tosse cessou e um senso de paz me sobreveio enquanto eu adormecia de novo. Na manhã seguinte, minha filha acordou completamente bem. Ela havia sido curada quando compreendi o tudo, a unicidade e o bem infinito de Deus.

Ao refletir sobre essa experiência, compreendo agora que durante minha oração passei muito mais tempo ouvindo atentamente as ideias sanadoras provenientes da Mente divina, bem como afirmando a onipotência de Deus, do que passei tentando argumentar sobre o fato de que a mente mortal não tem nenhum poder. Dei-me conta de que meu pensamento estava elevado para compreender a criação de Deus como perfeita. Em nenhum momento me envolvi no tipo de argumento que os sentidos materiais estavam apresentando. Consegui descartar os argumentos da mente mortal quando reconheci e compreendi que Deus está realmente no comando e no controle de tudo. Essa compreensão mais elevada sobre Deus capacitou-me a permanecer como uma testemunha do bem de Deus e isso resultou em cura e harmonia.

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